Red, o quarto álbum de Taylor Swift, que descreveu uma forma intensa e dolorosa de encarar um amor intenso através de composições pessoais
No dia 24 de outubro de 2006, o mundo era apresentado a Taylor Swift (31), uma pequena menina que era apaixonada pelo country e que escrevia canções narrativas sobre as suas paixões da época. 4 anos depois, ela recebia quatro Grammy Awards, incluindo o de Álbum do Ano.
Então, antes mesmo da primeira versão de Red (2011), Taylor Alison Swift era considerada uma das maiores cantoras do momento, mas o álbum pertencente a canção All Too Well a levou para um nível de estrelato que poucos artistas alcançaram em sua carreira.
“Red foi realmente o começo de tudo o que estou fazendo agora” afirmou a vencedora da Academy of Country Music Awards em uma entrevista para a Rolling Stone em 2020, refletindo sobre seu quarto álbum estúdio.
Suas composições inspiradas em um doloroso término, sem deixar de enfatizar seu primeiro trabalho pop, uniu todas as suas sensibilidades e abriu uma porta para o sucesso mundial na indústria musical. "Um mosaico fraturado de sentimentos que de alguma forma todos se encaixam no final. Feliz, livre, confuso, solitário, devastado, eufórico, selvagem e torturado por memórias passadas", explica ela em A Message From Taylor, ao re-apresentar o seu melhor trabalho nesta sexta-feira, 12.
Totalizando 11 discos [incluindo as suas regravações], cada um desses álbuns possui uma característica própria e únicas, mas nenhum outro álbum oferece tanta profundidade, amplitude, solidão e um amor avassalador como Red. Ela evitou a expectativa e impulsionou seus impulsos sobre os seus sentimentos.
Aponto isso, como um bom apreciador de música, que esse álbum traz uma sonoridade diversa, que retrata uma artista em meio a um relacionamento doloroso em frente aos olhos do mundo inteiro. Mas, como tantas vezes na carreira de Taylor Swift, as pessoas subestimaram seus talentos, o que trouxe com certeza um nível alto de surpresa.
A transição da artista para o pop pode ter sido a comprovação de que ela estava pronta o suficiente para se firmar como uma das melhores compositoras desta geração. Nos seus álbuns anteriores ela contou histórias sobre outras pessoas, mas nesse álbum, ela foi mais pessoal do que nunca.
Os fãs, que acompanharam os primeiros discos, especificamente o Fearless (2008) e o Speak Now (2010), pensavam que conheciam Taylor Swift, mas muitos se surpreenderam - além do mais, pensavam também que conheciam o seu ex-namorado [inspiração do disco], e quebraram a cara -, e está tudo bem.
Detalhando um amor intenso, uma paixão vermelha, que resultou em uma vulnerabilidade e sentimentos nunca sentidos, trouxeram composições centradas em um relacionamento que não se podia mais salvar. Seu terceiro álbum, Speak Now (2010), apresentações canções de término como Dear John, mas nada comparada a Sad Beatiful Tragic, I Almost Do e The Moment I Knew.
Apesar do talento para as composições, uma coisa divertida a se discutir em meio a isso é como os fãs da cantora, chamados de swifties, a incentivaram a sair de sua zona de conforto e experimentar novos sons. O que torna cada trabalho ainda mais especial.
“Com o Red, eu tinha uma coisa diferente que queria provar: a sede de aprender.”, destacou ela para a Rolling Stone ao falar sobre a experiência do disco.
Por conta desses experimentos, ela enfrentou uma ampla descoberta de sons, desde o pop com instrumentais country desprezadas em meio a pontes sonoras. É seu álbum menos coeso sonoramente, principalmente por envolver o indie, e mesmo assim oferece o maior trabalho de Taylor Swift como pessoa, artista e compositora.
O primeiro single, We Are Never Getting Back Together, marcou a maior mudança sonora da cantora até o 1989, seu quinto álbum, lançado em 2014. As batidas, sonoridades e instrumentos ofereciam uma conexão com a música country, mas era essencialmente um pop eletrizante em meio a uma canção brilhante e irônica de um término de namoro.
I Knew You Were Trouble, o segundo single, foi o passo certeiro para a divulgação do disco, mostrou ainda mais fundo o pop presente na voz de Taylor Swift. O clipe para a faixa, que também veio acompanhado de uma interlude dolorosa e inspiradora, mostrou que ela deixou o country e abraçou o pop de vez.
Os fãs, na época, ficaram chocados e os fãs de country ficaram um tanto pasmo com esse novo experimento, mas se tornou seu primeiro álbum número 1 nos Estados Unidos e no mundo. E claro, não podemos esquecer que esse álbum contou com a produção musical de Max Martin (50) - caso você não o conheça, ele foi responsável pela criação de no tears left to cry, de Ariana Grande (28).
A colisão de pop e country não é particularmente coesa, mas é divertido de se ouvir. Neste álbum não há nada que ligue Holy Ground a Treacherous, ambas trazem sonoridades opostas, mas ainda funcionam, porque elas são distintas e você se apaixona rapidamente pela composição. Não importa se ela está lidando com metáforas ou sendo direta sobre os seus sentimentos, as emoções são as mesmas.
Em All Too Well, a canção possui 10 minutos do álbum, ela descreve todos os sentidos, desde o ar frio até o cachecol que o seu ex-namorado não devolveu. Para a mídia especializada, essa canção é o maior triunfo dela como uma compositora.
As composições pessoais apresentaram pontes que deixam as canções ainda mais vibrantes e cantantes. A ponte de uma canção é o momento que contrasta com a melodia. Ela é normalmente considerada como o ‘clímax’ e aparece no final da música, entre a estrofe e o último refrão, All Too Well e Begin Again apresentam isso como nenhuma outra.
Um ponto divertido a se discutir em meio a esse re-lançamento é que o processo de regravação pode ser semelhante, mas não exatamente igual a original, por mais que o Fearless (Taylor's Version) não tenha sofrido uma mudança radical, o Red (Taylor's Version)mudou completamente esse percurso.
Taylor Swift é proprietária das letras e da composição das canções, o que lhe permite fazer a nova versão muito semelhante a original. As faixas We Are Never Ever Getting Back Together, Girl At Home e Treacherous são destaques para isso.
A versão Red (Taylor's Version) conta com 30 canções, sendo 9 inéditas, incluindo uma versão de 10 minutos da faixa All Too Well. Entre as faixas inéditas do From The Vault, estão títulos como Better Man, Nothing New, Babe, Message in the Bottle, I Bet You Think About Me, Forever Winter, entre outras.