A batalha incansável de Taylor Swift para recuperar o direito das suas próprias músicas
Taylor Swift deu início na madrugada desta sexta-feira, 9, algo nunca feito por qualquer artista. Focada em mudar, de forma inteligente, a indústria musical, a artista norte-americana está recuperando o controle de todas as suas canções.
São quase 15 anos de sucesso, 51 prêmios, 50 milhões de álbuns vendidos, uma legião de fãs dedicados e uma batalha pelo direito do próprio trabalho. Ela, que foi eleita uma das maiores compositoras da atualidade pela Apple Music Awards, viu o seu trabalho se perder completamente após não ter tido a oportunidade comprar o seu próprio catálogo, dando início a uma batalha pública sobre quem seria o verdadeiro dono das canções.
Para entender melhor a lógica de como funciona a indústria musical: se o artista é contratado pela gravadora (com contrato assinado), é a empresa que detém o direito das músicas e dos álbuns. Não o artista que produziu as faixas. Por conta disso, a empresa possui o direito de fazer o que quiser com o catálogo. Incluindo não divulgá-lo, vendê-lo para uma outra empresa, entre outros. Desde então, Taylor Swift tem reforçado a importância de os artistas serem donos da própria arte.
Lançando seu primeiro álbum em 2006, intitulado Taylor Swift, a cantora conseguiu experimentar o estrelato ainda muito nova. Ela, que emplacou quatro álbuns country, decidiu deixar as raízes e arriscar em gêneros novos, como o pop.
Seu contrato de 12 anos com o empresário Scott Borchetta, dono da Big Machine Records, chegou ao fim após o álbum Reputation (2017). O término profissional, no entanto, não foi nada agradável. Ao decidir abandonar a gravadora, a cantora precisou abrir mão dos direitos das suas músicas estimado em 300 milhões de dólares, que o empresário não aceitou vender.
Ainda que tivesse encontrado um novo lar, na onde ela teria o direito sobre suas futuras músicas, a cantora havia deixado para trás álbuns marcantes, como Speak Now e Red.
No final de 2019, outra pessoa comprou a Big Machine Records, adquirindo todo o catálogo da artista. E para a infelicidade de Taylor, o comprador era o empresário Scooter Braun, que não possuiu um passado honesto e pacífico com ela. Inclusive, ele é responsável por gerenciar a carreira de Kanye West.
"Nunca, em meus piores pesadelos, imaginei que o comprador seria Scooter. Sempre que Scott Borchetta ouviu as palavras 'Scooter Braun' escaparem dos meus lábios, foi quando eu estava chorando ou tentando não chorar. Ele sabia o que estava fazendo; ambos fizeram. Controlar uma mulher que não queria se associar a eles. Na perpetuidade. Isso significa para sempre.”, detalhou ela em uma carta aberta publicada em suas redes sociais.
A compra de seu rival destruía, de vez, a chance da artista recuperar os direitos de suas músicas e composições, onde ela poderia até mesmo não ter a autorização de apresentar as canções, como aconteceu com ela em 2019, no American Music Awards. Na época, a cantora revelou que ela só poderia apresentar os seus sucessos se aceitasse não regravar os seus álbuns.
“Scott Borchetta disse à minha equipe que eles permitirão que eu use minha música apenas se eu fizer estas coisas: Se eu concordar em não regravar versões copiadas de minhas músicas no próximo ano (o que é algo que estou legalmente autorizado a fazer e ansioso para) e também disse à minha equipe que preciso parar de falar sobre ele e Scooter Braun”, alertou a cantora.
Dando início as regravações, a cantora liberou na madrugada desta sexta-feira, 9, a sua primeira regravação. O álbum escolhido foi o aclamado Fearless, lançado em 2008. Intitulado como Fearless (Taylor’s Version), o disco conta com 26 músicas, sendo as mesmas músicas presentes no álbum lançado originalmente em 2008, – e as faixas inéditas Mr. Perfectly Fine, We Were Happy, That’s When, parceria com Keith Urban, Don’t You, Bye Bye Baby e You All Over Me.
Aos que acompanham a carreira da estrela norte-americana desde o início receberam uma dose forte de nostalgia. Além das letras românticas, a mudança principal ficou com a voz da cantora e a sonoridade das canções que ficaram ainda mais country.