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Moda / COLUNA

Estilista escolhe caminho menos barulhento e renova marca com coleção para cotidiano

Estilista americano inova Schiaparelli com confiança e simplicidade

Paula Martins
por Paula Martins

Publicado em 22/03/2024, às 17h00

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Cintura marcada fez um contraponto com as modelagens de alfaiataria ampla - FOTO: GETTY IMAGES
Cintura marcada fez um contraponto com as modelagens de alfaiataria ampla - FOTO: GETTY IMAGES

Confiança e simplicidade parecem ter sido as duas palavras de direção para o estilista americano Daniel Roseberry (39). Após diversas coleções que colocaram a Schiaparelli no centro dos mais variados debates sobre moda, o estilista aborda uma variante mais próxima da realidade com esta coleção, que é mais focada nas roupas do dia a dia, mas que, ao mesmo tempo, não perde de vista o efeito inovador que é tão presente na trajetória da maison. Durante o preview da coleção, Roseberry explicou sua proposta para esta temporada: “Não se trata mais sobre construir visibilidade, é sobre construir algo que vai gerar burburinho e converter em valor para a marca”.

Portanto, ao mesmo tempo em que há a exploração de um caminho menos barulhento nos termos da história visual da marca, persistem todos os seus códigos de identificação, em especial nos detalhes: botões de design surrealistas, bolsas estruturadas adornadas com elementos da face humana, o recurso de pura ilusão de óptica aplicado em bodies e vestidos e os conjuntos de couro de aspecto croco que estimulam os sentidos distintos, trazem toda a atmosfera da Schiaparelli para os conjuntos precisos em alfaiataria, para as bombers infladas e de nuance esportiva, para os vestidos lânguidos e fluidos em tons sóbrios, para os looks de jeans de lavagem marmorizada e para as ótimas peças de complementação, como blazers, jaquetas e cardigãs encurtados.

Ainda que tenha recuado alguns degraus na zona de experimentação e se aproximado um pouco mais da estética “pé no chão”, Roseberry consegue adicionar com inteligência o universo fantástico da maison à coleção, retirando do comum qualquer elemento do dia a dia. “Quando você fecha os olhos e pensa na casa, e pensa na mulher Schiaparelli, você precisa ser capaz de pensar também no cotidiano da marca. Não apenas nos momentos extraordinários”, destacou o estilista, reafirmando a essência da coleção.

FOTOS: GETTY IMAGES