Atriz não quer engravidar; "Mundo não precisa de mais gente"
Intérprete da bailarina francesa Noémie, que deixou o príncipe Dom Pedro, papel de Caio Castro (28), embasbacado de amor nos primeiros capítulos de Novo Mundo, Luisa Micheletti (33) também tem um jeito peculiar de encantar. Espirituosa, a atriz que engrenou na TV como apresentadora de programas na MTV e Multishow antes da primeira novela, Malhação 2013, dispensa clichês quando disserta sobre relacionamento, maternidade ou trabalho. “Tenho essa característica forte de ser muito resiliente, perseverante, não temo o trabalho. É estudar, praticar. E isso tem a ver com o amor pela profissão. A maturidade de hoje, também não tinha há 10 anos. Então, sou feliz ao ver como as coisas foram andando, no tempo certo para mim”, garante ela, na Ilha de CARAS. Mesmo discreta em relação à vida afetiva, Luisa rasga elogios ao namorado, o ator Caco Ciocler (45), com quem está há quatro anos. “Ele é um grande companheiro, artista, tem caráter incrível e me dá toda a liberdade para ser quem sou. Me incentiva a correr atrás, estimula minha criatividade, não me segura nem um pouco”, conta. Após participação na trama das 6, ela se dedica a uma nova peça teatral e ao lançamento do primeiro livro, Nem Sofá, Nem Culpa, que reúne sete contos ficcionais baseados em histórias reais vividas por ela.
– Com relações tão temporárias, o que tem sido essencial para manter você e Caco juntos?
– Acho que a gente teve e tem muita paciência. De entender que ninguém nasce sabendo amar. Tem horas que você quer jogar tudo para o alto e tem que engolir seco. O amor não é só legal, divertido, incrível, enriquecedor, também é chato, irritante, entediante. Talvez as pessoas entrem numa relação achando que vão só tirar o lado bom. Aí, se fica chato já é para acabar. A gente foi se ajudando a entender isso, crescendo junto e escolhendo. Você vai aguentando as partes ruins, aproveitando as boas e construindo assim uma confiança. Acho que auxilia também o fato de cada um morar na sua casa, na verdade, nos dividimos em duas casas.
– Deseja ser mãe ou oficializar a relação?
– Não tenho o sonho da gravidez, não sei por quê. Talvez pense em adotar. Acho que o mundo não precisa de mais gente, há mais pessoas precisando de uma mãe. Já sobre casamento, gosto de ir no dos outros, não vejo muito para mim. A princípio, não há esse plano, nunca conversamos.
– Como é a sua autoestima?
– A mulher tem que se gostar. Acho que amar o corpo é quase uma militância política. O mundo fica dizendo que você tem data de validade. Sou determinada a não entrar nesse jogo. Quero estar bem para a idade que tenho. Não sou obrigada a me taxar num determinado padrão de magreza. Decidi que vou gostar de mim, cuidar da pele, cabelo, fazer exercícios, mas tudo sem paranoia.
– Ser atriz era um sonho?
–Sempre construí a carreira de atriz paralela a de apresentadora. Fiz cinco peças, quatro filmes, série. Mas só cheguei à Globo em Malhação. Fazia teste havia 12 anos. Não reclamo! A gente deve estar pronto. Se fosse antes, talvez não conseguisse segurar a Noémie.
– Como avalia a participação em Novo Mundo?
– Fiquei feliz com a reação positiva. A novela é maravilhosa, não uma história qualquer, é real. E, através dessa fabulação, a gente entende muito da formação do Brasil, da nossa cultura, com a mistura de etnias e costumes.