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Ian SBF, fundador do Porta dos Fundos, rebate críticas dos religiosos

O vídeo intitulado 'Especial de Natal' gerou diversos comentários questionando o bom senso do grupo

CARAS Online Publicado em 10/01/2014, às 09h42 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Elenco do Porta dos Fundos - Facebook/Reprodução
Elenco do Porta dos Fundos - Facebook/Reprodução

Ian SBF, um dos criadores do Porta dos Fundos, rebateu na manhã desta sexta-feira, 9, as críticas -- e ameaças de processos -- que o grupo têm recebido nas últimas semanas por parte de alguns religiosos.

No Natal, o Porta dos Fundos divulgou um vídeo especial mostrando a peregrinação de Jesus desde seu nascimento até a crucificação.

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Leia o desabafo na íntegra:

Antes de qualquer coisa, eu gostaria de deixar muito claro que o texto abaixo não é do Porta dos Fundos. É minha opinião pessoal sobre um assunto que tem me perseguido nos últimos dias. (Apesar de eu achar que, individualmente, a maioria dos nossos integrantes concorde com o que vem a seguir. E desculpe os erros de português, Tabet).

Nos últimos dias disseram muitas coisas sobre nós. Disseram muitas coisas sobre o que fizemos e se podemos ou não dizer as coisas que dissemos.

Temos sido alvo de muitas críticas e ameaças de processos criminais e isso tudo me colocou para pensar se estávamos realmente cometendo algum crime. Nunca me questionei eticamente ou moralmente sobre esse assunto, mas sim sobre a “legalidade” do que fizemos. Será que ao divulgar publicamente o nosso vídeo nós havíamos ultrapassado o espaço desses religiosos que se sentiram ofendidos? Mas de tanto pensar se nós, do Porta, havíamos quebrado alguma regra social ou constitucional eu acabei abrindo o meu foco ao outro lado também. Será que eles respeitavam os direitos do próximo?

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Comecei a lembrar que a religião que estávamos falando sobre se declara desavergonhadamente sexista quando veta o direito (básico) de todo brasileiro a igualdade entre os sexos, quando não permite que mulheres possam ocupar as mesmas funções que homens e as rebaixa hierarquicamente na sua organização. Lembrei também que é uma instituição que é veemente contra o uso da camisinha em um país com seríssimos problemas de saúde pública e que presta um dos maiores desserviços ao país e ao mundo com essa política retrograda e atroz.

Lembrei que é uma organização que acusa publicamente os homossexuais de serem moralmente errados, alegando que seu estilo de vida é errado e condenando essas pessoas em um país de maioria católica causando um imenso e constante constrangimento às mesmas.

Lembrei que é uma religião que claramente acobertou milhares e milhares de atos de pedofilia em todo o mundo, sendo conivente com os outros milhares e milhares de atos que se seguiram depois.

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Eu gostaria muito de entender se isso tudo acima e dezenas de outros fatos recentes ligados a essa religião não são considerados "crimes". Quando foi que essa instituição ficou acima da constituição brasileira? Acima das leis brasileiras? Acima dos direitos civis de cada cidadão? Acima dos meus direitos? Quando foi que nós viramos os “criminosos” ao ousar falar e rir dessa instituição?

Lembrei disso tudo e lembrei também que vivemos num país livre, onde todos podem expressar sua opinião. Lembrei que podem dizer que o que fizemos foi errado, um crime. Podem dizer o que quiserem. Só espero que não possam dizer o que eu posso dizer.

Assista o vídeo que motivou a polêmica: