Em entrevista à CARAS Brasil, Bel Kutner fala da direção de O Prazer é Todo Nosso e destaca importância da mãe, a atriz Dina Staf, como referência feminina
Publicado em 03/04/2025, às 11h30
Bel Kutner (54) mergulha no universo da liberdade feminina ao assumir a direção de O Prazer é Todo Nosso, espetáculo protagonizado por Juliana Martins (51) que fica em cartaz em São Paulo até o dia 26 de abril. A comédia, inspirada na própria vida da atriz principal, explora vivências sexuais com naturalidade e humor, abordando a autonomia da mulher sobre seus desejos e escolhas. Em entrevista à CARAS Brasil, Bel discute liberdade feminina e ocupação de espaços: "É da minha natureza", declara.
Para Bel, o projeto dialoga diretamente com questões fundamentais do feminino. "Está sendo muito divertido e muito bom poder falar de assuntos femininos, de liberdade e sexo, de uma maneira leve, despretensiosa, delicada", afirma.
Na peça, Juliana Martins divide suas experiências e as de amigas, misturando confissões pessoais a reflexões sobre a posição da mulher na sociedade. "O espetáculo fala com muita simplicidade sobre momentos diferentes da vida dessa mulher, que foi mãe, que teve muitas experiências já mais madura, que lembra das coisas boas e de coisas ruins também, dos constrangimentos, dos assédios", reflete Bel. "A gente tem que ter muito cuidado com o outro, porque não sabe o que essa pessoa já passou na vida. Não é nem só sororidade, é humanidade. Cuidar do outro", acrescenta.
Ao longo de sua trajetória, Bel sempre se posicionou como uma mulher independente e dona de si, o que, de acordo com Juliana, foi um ponto essencial na escolha da artista como diretora da peça. "Eu nunca tive que lutar para ser uma pessoa posicionada, porque, para mim, isso é da minha natureza. Eu fui criada dessa maneira, graças a essa família que preza pela liberdade individual do outro, sempre respeitando as regras básicas de convivência", explica.
Filha da renomada atriz Dina Staf (1938-1989), Bel cresceu cercada por referências femininas fortes. "Minha mãe foi uma mulher muito independente, muito pioneira, muito forte. Ela pegou uma geração em que isso era uma batalha. Para nós, da minha geração, nos anos 70 e 80, as coisas já estavam bem mais liberadas. Então, isso para mim nunca foi uma questão", relembra.
Mesmo crescendo nesse espaço repleto de liberdade, a diretora se identifica com alguns momentos da peça que conduzem o público por reflexões profundas sobre tabus e expectativas sociais: "O espetáculo traz muitas histórias que poderiam ser minhas, da Juliana, de amigas nossas, das amigas do Beto [Brown, autor do texto]. É uma construção coletiva que reflete experiências comuns a muitas mulheres".
Com O Prazer é Todo Nosso a diretora enxerga alguns novos caminhos: a arte, em sua visão, funciona como uma ferramenta poderosa de transformação.
"A gente tem que escutar, entender. O que é simples para mim, às vezes, para outra pessoa, é muito complexo pela experiência que ela teve. O teatro tem esse poder de abrir diálogos e permitir que a gente se enxergue no outro", conclui.
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