Ana Cecília Costa fala sobre retorno aos palcos com personagem marcante na nova montagem de Cartas Libanesas: Ayuni em entrevista à CARAS Brasil
Publicado em 11/04/2025, às 09h00 - Atualizado às 11h27
Ana Cecília Costa (54) está de volta aos palcos na nova montagem de Cartas Libanesas — "Ayuni", em cartaz no Sesc Ipiranga, em São Paulo. A peça destaca um diálogo amoroso e dramático de Adibe, personagem da atriz, e Miguel (Eduardo Mossri), em um texto de Duca Rachid (63)) e José Eduardo Vendramini.
A dramaturgia inédita marca a comemoração de uma década da estreia do espetáculo Cartas Libanesas, com uma nova roupagem atual que traz o casal em cenas sobre dúvidas e incertezas em meio à guerra. Em entrevista à CARAS Brasil, a atriz conta o que o público pode esperar da peça e revela detalhes do processo de composição da sua personagem.
"Cartas Libanesas: “Ayuni”, cuja versão original em monólogo escrita por José Eduardo Vendramini, atuado por Eduardo Mossri, contava a saga do mascate Miguel, que partiu do Líbano para construir uma nova vida em São Paulo no início do século passado. A peça era estruturada nas cartas que ele escrevia para Adibe, sua mulher, que ficou no Líbano, grávida, aguardando notícias do marido. Agora, o público vai ter oportunidade de conhecer essa personagem feminina, seu pensamento, emoções, angústias e fantasias através do texto escrito por Duca Rachid", adianta.
Para a temporada na capital paulista, a atriz detalha que mergulhou em pesquisas e revisitou sua personagem Missade Faiek de Órfãos da Terra (2019), novela vencedora do Emmy Internacional de melhor telenovela.
"A pesquisa que fiz para fazer Missade, a síria da novela Órfãos da Terra, foi fundamental para este trabalho. Tenho amizade com muitas pessoas de origem árabe, ouço as músicas, vejo filmes, amo a comida, a estética, isso tudo me ajuda a compor Adibe no teatro. Assim como Missade, com Adibe busquei atuar a mulher árabe através de uma composição de corpo, voz e temperamento, sem caricatura. Tivemos também a ajuda da pesquisadora de cultura árabe Muna Omran que foi bastante valiosa", revela.
A parceria de amizade com Mossri é elogiada pela artista. Os dois se conheceram durante as gravações da novela global exibida na fazia das 6 em que ambos interpretavam personagens sírios em situação de refúgio no Brasil.
"Ali, começamos uma relação de amizade. Sei bem como este projeto é especial para ele e por isso honrei muito o convite que me fez para ser sua parceria na nova versão de Cartas Libanesas. Edu é um ator de talento e experiência, conhece muito bem o universo da peça e me recebeu com muito afeto, além de ser um produtor cuidadoso. Por opção das diretoras Georgette Fadel e Luaa Gabanini, ficamos os dois em cena todo tempo. Apesar de poucas cenas em diálogo, precisamos manter uma conexão, isto tem acontecido, o público sente a nossa sintonia e prazer de estarmos juntos no palco", conta.
Cartas Libanesas também marca o reencontro de Ana com a autora Duca, com quem já trabalhou em novelas de sucesso como Cordel Encantado (2011) e Joia Rara (2014). A atriz destaca o texto da escritora para a nova roupagem da história.
"Eu e Duca temos uma relação de parceria artística de muitos anos na televisão. Fizemos juntas as novelas (também assinadas por Thelma Guedes): Cama de Gato, Cordel Encantado, Joia Rara, Órfãos da Terra. E, por último, Amor Perfeito, que ela escreveu com Júlio Fisher e Elísio Lopes. É uma honra e alegria expandir esta parceria ao teatro, lugar do ator e do texto por excelência. Bonito amadurecer como atriz sendo instrumento da palavra de uma autora e ser humano da grandeza de Duca Rachid, por quem tenho muito afeto e admiração", finaliza.