CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Cinema / Novidade!

'O Auto da Boa Mentira' conta histórias famosas do escritor paraibano Ariano Suassuna

Os atores Leandro Hassum, Renato Góes, Jackson Antunes, Luís Miranda e o diretor contam detalhes da obra nacional inspirada em contos do escritor Ariano Suassuna

Andrea Paiva Publicado em 28/04/2021, às 22h31 - Atualizado às 23h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
'O Auto da Boa Mentira' conta histórias de Ariano Suassuna - Helena Barreto
'O Auto da Boa Mentira' conta histórias de Ariano Suassuna - Helena Barreto

O Auto da Boa Mentira estreia nesta quinta-feira, 29, nos cinemas abertos do Brasil. O filme é inspirado na obra de Ariano Suassuna e traz quatro histórias diferentes, todas com a mentira como tema principal. É uma coprodução da Cine Group com a Globo Filmes e tem direção de José Eduardo Belmonte e roteiro de João Falcão, Tatiana Maciel e Célio Porto.

A CARAS Digital participou da coletiva de imprensa online em que os atores Leandro Hassum, Renato Góes, Jackson Antunes e Luís Miranda e o diretor Belmonte falaram sobre a produção, que ainda conta com Cássia Kis, Nanda Costa, Johnny Massaro e Jesuíta Barbosa no elenco.

No primeiro conto do filme, Helder (Leandro Hassum), um funcionário de Relações Humanas, é confundido com um artista de stand up famoso durante uma convenção de sua empresa em um hotel de luxo. Mesmo receoso, ele acaba se aproveitando da situação, principalmente após conhecer Caetana (Nanda Costa).

Fabiano (Renato Góes) é um rapaz que descobre que a mãe, Luzia (Cássia Kis), mentiu sobre seu verdadeiro pai, que seria o Palhaço Romeu (Jackson Antunes) na segunda história do filme.

A terceira história é de Pierce (Chris Mason), que vive no Rio de Janeiro, mas é inglês. Por conta da preguiça, deixou de ir à festa de Zeca (Serjão Loroza) e ao invés de contar a verdade, disse que foi assaltado. Porém, acaba sendo descoberto pelo dono do morro (Jesuíta Barbosa).

Na última esquete, a estagiária Lorena (Cacá Ottoni), que se sente invisível na agência de publicidade de Norberto (Luís Miranda), bebe um pouco a mais em uma confraternização de Natal da empresa e fala umas verdades para os colegas de trabalho.

"O longa é muito na questão de até que ponto uma mentira pode ser engraçada e até que ponto ela é perigosa. Até que ponto você pode ir com essa mentira", disse Hassum sobre o filme durante a entrevista. Luís Miranda também falou sobre formato da obra. "São pequenos relatos, curtas histórias. É um formato que me abriu as perspectivas de um novo cinema que estamos buscando aqui para o Brasil, acho que as pessoas vão se interessar, porque vem junto a este momento de isolamento, com transformações, é um caminho interessante para o cinema essa fragmentação."

Cada história foi iniciada por um vídeo do próprio Suassuna durante entrevistas, contando sobre essas mentiras e suas consequências, em como elas nos afetam, mas também sobre a importância que têm para nós. “O que me aproxima dele é esse olhar do cronista social, isso me interessa muito. Tinha um aspecto lúdico nas narrativas, que eu tentei trazer no cinema, que tem essa linguagem também. É uma adaptação nova, inusitada, que são essas aulas-espetáculo. É isso de ser um contador de causo, é um olhar mais contemporâneo, mais urbano e universal", disse o diretor sobre a obra.

Antunes relembrou sua relação com Ariano e elogiou o poeta paraibano, radicado no Recife. “Muitas vezes o Ariano me contava algumas coisas que hoje eu não sei se era verdade ou se era mentira, mas era nas entrelinhas ali dos detalhes que ficava interessante. Senhor Ariano dava uma volta de quilômetros pra chegar no fim do caos e era ali que tava a graça, na riqueza dos detalhes."

Renato Góes comentou sua admiração pelo nordestino Suassuna. “Um pernambucano babão pelo Ariano... o 'Auto da Compadecida', por exemplo, foi um filme que me fez ter vontade de ser ator, as frases que eu mais repeti na minha vida, foram as do O Auto da Compadecida. Então, estou muito feliz, muito feliz mesmo, de fazer parte desse projeto”.

O marido de Thaila Ayala ainda contou sobre a construção de seu personagem, Fabiano, e elogiou os colegas de trabalho. "Eu pensei muito na gentileza, do Ariano, dos personagens, da ingenuidade também, e eu acho que o Fabiano precisava desse amor assim, desse coração puro. Eu tive muita sorte também, porque o Jackson, a Cássia, foram pessoas fundamentais nas cenas”. "Acho que a vida do ator é isso. Você colocar um caminho e nesse caminho, vão ter pessoas que você admira e que você vai esbarrando", refletiu sobre a profissão.

Miranda reforçou a importância da representatividade. “Todas essas questões ligadas à violência e os processos de discriminação sofrido por negros e o Belmonte me convidou para fazer um chefe publicitário dentro de uma agência”, falou sobre o personagem, Norberto.

A produtora Luciana Pires, da Cine Group, falou sobre a estreia do filme no cinema, que retoma às salas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. "Dia 29 estaremos nos cinemas, os cinemas estão seguros, estão se preparando, alguns já abrindo, se prepararam para isso. Claro que cada um que sinta-se à vontade para achar que deve ir, que é seguro, mas é um processo também de retomada aos cinemas e isso é muito importante. Ver na telona, claro, é muito mais legal."

Ao finalizar, Jackson Antunes relembrou quando recebeu o convite de José Eduardo Belmonte, que ele considera como um irmão e carinhosamente chama de ‘Zé’, dez dias após sair do hospital. O ator revelou seu segredo com o amigo e disse que havia passado por duas cirurgias depois de 30 dias internado e os médicos chegaram a dar somente 5% de chance de sobreviver. O artista, que hoje pesa 88 quilos, contou que estava com 74 quilos, na época.

“O Romeu me deu um respiro de vida. Queria agradecer ao Zé, queria agradecer aos deuses, já se passaram praticamente 3 anos, eu estou aqui, então, obrigado, Romeu, obrigado, Zé”, disse Jackson, intérprete do Palhaço Romeu, e completou: “A arte salva vidas”.

Filme retrata contos baseados em obra de Ariano Suassuna

Filme retrata contos baseados em obra de Ariano Suassuna

Filme retrata contos baseados em obra de Ariano Suassuna

Filme retrata contos baseados em obra de Ariano Suassuna

Filme retrata contos baseados em obra de Ariano Suassuna

Fotos: Helena Barreto