Em entrevista à CARAS Brasil, Patricia Turina recorda o início da carreira de Daniele e como eram os treinos com Diego Hypolito, ainda na infância
Dupla do BBB 25, os ex-ginastas Daniele e Diego Hypolito tiveram contato com o esporte na infância. Os irmãos começaram a treinar muito novos, e logo se destacaram nos campeonatos com suas conquistas e medalhas. Porém, outro ponto marcante na trajetória dos dois é o apoio que receberam dos pais, Genie Wagner, e do irmão mais velho, Edson.
O respaldo da família sempre ficou claro para Patricia Turina, ex-treinadora dos irmãos e atual Coordenadora da Ginástica Artística Sesi-SP. Em entrevista à CARAS Brasil, ela conta que nos treinos, que aconteciam em Santo André —cidade natal de Dani e Diego Hypolito— a mãe estava presente, e nas competições a família inteira ia prestigiar.
"O pai trabalhava em uma empresa aqui em Santo André, era uma família bem humilde. A mãe trazia as crianças para treinar e ficava por aqui, porque como eles vinham de ônibus não dava para ir e voltar. Eles apoiavam muito, não deixavam de acompanhar nos eventos, nas competições. Foram sempre bem presentes", conta.
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Dani começou a treinar aos 5 anos, na unidade de Santo André da escola Sesi. A mãe, Geni, a levava para os treinos, que chegavam a ter quatro horas de duração, e esperava por lá com os filhos, Diego e Edson. Os dois, ainda crianças, começaram a treinar e o talento do caçula também chamou atenção.
Turina conta que Daniele era diferenciada, e logo deixou a turma de iniciantes para fazer treinos mais avançados —aprendendo com muita facilidade. "Ela era disciplinada, mas como toda criança dessa idade ela se divertia. [Mas], ela não faltava, era um treino longo e ela vinha, gostava de treinar."
Já Diego tinha uma postura diferente da irmã, sendo mais falante e brincalhão, como recorda a ex-treinadora. "Os dois começaram a treinar, e vimos que o Diego era bem talentoso. Mas, ao contrário da Dani, ele era bem espoleta e não parava quieto. Para ele também era uma brincadeira, ele era muito novinho. Ele é o que o pessoal está vendo aí na TV [risos]."
Mesmo com a mudança da família para o Rio de Janeiro, em 1994, quando Daniele foi contratada pelo clube Flamengo, Turina conta que continuou acompanhando a trajetória dos dois atuando como árbitro de ginástica nos eventos e campeonatos. Ela chegou até a assistir uma apresentação no circo em que os irmãos trabalham após encerrar a carreira como atletas.
Agora, ela conta que acompanha o BBB com um gosto especial de assistir os dois —que, até hoje, a chamam de "tia Patricia", apelido que ganhou quando eles ainda eram crianças. "Eles dão trabalho [risos], mas eu me divirto vendo o que eles aprontam por lá. Estou torcendo. Quem sabe eles não vão até o final? Eles têm potencial."
Abaixo, a ex-treinadora comenta momentos marcantes do início da carreira de Daniele Hypolito, recorda a Olímpiada do Rio de Janeiro, quando Diego Hypolito conquistou a medalha de prata na apresentação do solo, e reforça o pioneirismo dos irmãos na ginástica. Confira trechos editados da conversa.
A Daniele começou primeiro na ginástica! Como eram os treinos com ela?
A Daniele veio para cá aos 5 anos, apareceu no Sesi nas turmas de iniciação esportiva. Desde o começo já vimos que ela era muito talentosa, ela era bem pequena, mas muito talentosa. Logo depois, ela já passou para a minha turma, que a gente chamava de treinamento. Ela era muito curiosa com as coisas, ela via as outras meninas [mais velhas] treinando e já queria aprender, com 5 anos e meio, 6 anos. Via na TV, via as coisas que as outras ginastas faziam… ela tinha essa vontade e facilidade de aprender. Era uma coisa incrível, ela era fora da curva.
Então desde o começo já dava para ver o potencial dela?
Ela era diferenciada. É difícil aparecer uma criança que já desperta na gente, ela foi bem precoce. Dava para ver que era um talento que tinha que ser trabalhado, lapidado. O que você demorava muito para ensinar para uma criança, ela aprendia muito rápido. Ela nasceu para isso. Ela foi descoberta fazendo estrela na rua em que ela morava. Foi um ex-treinador meu que descobriu e trouxe ela para cá.
Eles enfrentavam algum desafio na época? Apesar de serem bem novos...
Lembro muito de quando a Dani começou a competir, ela era muito perfeccionista. Logo quando ela começou, ela já se destacou e outros treinadores de outras equipes ficavam impressionados com o talento dela. Ela teve algumas adversidades, como todo mundo, mas soube superar. O sonho dela com 9 anos era ser campeã estadual da categoria Pré-Infantil. No ano seguinte ela foi campeã. Foi o primeiro grande sonho dela, ela nem sabia onde iria chegar.
Com a mudança da família para o Rio, você continuou acompanhando a trajetória deles?
A Dani já estava em um nível muito alto. Na época, o nosso clube não tinha o aporte que temos hoje, nem as condições estruturais. Eu encaminhei ela primeiro para uma academia em São Paulo, a Academia Yashi. No mesmo ano, a treinadora do Flamengo estava vindo trabalhar nessa academia e ela conheceu a Daniele e a família. Ela se encantou e, no ano seguinte, quando ela voltou para o Rio de Janeiro ela levou a família inteira. Eu acompanho a família deles durante toda a vida porque eu sou árbitro de ginástica, então estamos sempre nos eventos, sempre quando eles competiam, a gente sempre esteve acompanhando e eu tenho contato com a família também.
Deve ser emocionante ver tudo o que eles conquistaram para o esporte...
É muito gratificante. No início, eles eram apenas aquelas duas crianças que treinavam aqui, que descobrimos… Acompanhar o crescimento deles foi muito legal, eles foram inspiração para uma geração de ginastas. Em suas respectivas competições, eles foram os primeiros ginastas a trazerem medalhas de campeonatos mundiais para o Brasil, abriram portas junto com outros ginastas. A Dani foi para cinco jogos olímpicos, o Diego foi para três e foi medalhista olímpico, com a medalha de prata no solo. Eu tive a honra de acompanhar os dois, trabalhando na Olímpiada do Rio, em que os dois competiram. Foi a realização de um sonho.
E agora, como está sendo vê-los no BBB?
Eu acompanho porque eu gosto do programa, eu já assistia. Quando eu soube que os dois iam entrar… Eles são aquilo mesmo, a Dani mais contida e o Diego mais agitado. Eles dão trabalho [risos], mas eu me divirto vendo o que eles aprontam por lá. Estou torcendo. Quem sabe eles não vão até o final? Eles têm potencial.
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