Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira analisa o caso do padre Fábio de Melo, que está sendo perseguido por uma fã há seis anos
Publicado em 11/12/2024, às 20h28
O padre Fábio de Melo (53) revelou que está sendo perseguido por uma fã há seis anos. A situação, que começou com manifestações de afeto, evoluiu para um caso de assédio, levando o religioso a registrar um boletim de ocorrência. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira analisa o caso.
Durante o programa Sem Censura, da TV Brasil, na última segunda-feira, 9, o religioso contou que uma admiradora o procura em casa, afirmando ter um casamento marcado com ele. “Ela jura de pé junto que eu a amo, que sou apaixonado por ela”, revelou.
Diante da insistência da fã, que cria perfis falsos nas redes sociais e o ameaça, Fábio de Melo decidiu buscar ajuda da polícia. “Não teve outro jeito, a situação saiu do controle”, lamentou. Apesar de compreender que a fé pode levar as pessoas a desenvolver sentimentos intensos, ele ressaltou que a perseguição o coloca em uma situação desconfortável e invasiva.
Para a psicóloga Letícia, é difícil mensurar o que aconteceu com relação a essa fã perseguidora do padre. “Mas o que dá para a gente hipotetizar é que é uma pessoa que mistura realidade com ficção, que alucina. Não sei se é um delírio de ordem esquizofrênica ou até mesmo um surto bipolar, mas que são episódios onde a pessoa tem baixo discernimento do que ela imagina e do que é realidade – ela fica vivenciando coisas que imagina, que ela conclui, mas essas conclusões podem ser: ‘Ele falou a palavra que eu estava pensando, então isso é um sinal de que ele me ama’. Fica, realmente, muito perigoso porque a pessoa não dimensiona e tem uma impulsividade que pode até ter de fato uma agressividade, de acordo com a perspectiva do padre. Acredito que ele fez o certo, que é procurar se assegurar”, analisa.
“E com relação a essa seguidora, a essa pessoa, o mais correto a se fazer é procurar ajuda de saúde mental, um CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), por exemplo, porque uma pessoa que, com certeza, não está na sua melhor estruturação emocional e psíquica, e precisa de ajuda psicológica e também psiquiátrica para voltar para a realidade, para conseguir voltar a discernir aquilo que ela gostaria, aquilo que ela imagina e aquilo que de fato é realidade”, finaliza a especialista.
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