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Bem-estar e Saúde / PERDA AVASSALADORA

Caso João Rebello: psicóloga explica processo de luto um mês após morte do ex-ator mirim

Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira fala sobre a dor e o desafio de enfrentar o luto após irmã de João Rebello voltar a pedir justiça

Leticia de Oliveira
por Leticia de Oliveira

Publicado em 25/11/2024, às 19h48

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João Rebello e a irmã Maria Carol tinham ligação além do sangue - Reprodução/Instagram
João Rebello e a irmã Maria Carol tinham ligação além do sangue - Reprodução/Instagram

A atriz e diretora Maria Carol Rebello (41), irmã de João Rebello - ex-ator mirim assassinado a tiros por engano em Trancoso, na Bahia, em 24 de outubro -, usou as redes sociais para voltar a pedir por justiça. "João, você está me ouvindo? Hoje faz um mês que me tiraram você, meu irmão. Um mês de um crime estúpido, covarde e por engano. Eu preciso gritar para você e pro mundo: Tiraram sua vida numa execução por engano".

A artista lamentou a violência cometida contra João, que trabalhava como DJ depois de ter deixado a carreira de ator. "Um mês de dor. Um mês de medo. Um mês de susto. Um mês de luto. Um mês de angústia. Um mês de ansiedade. Um mês de pânico. Um mês de raiva. Um mês ódio. Um mês de tristeza. Um mês de desespero. Um mês de desamparo. Um mês de choro. Um mês de perdas, e foram muitas com sua partida tão brutal. Um mês de luta! E eu vou lutar o quanto for preciso por JUSTIÇA!", continuou Carol.

Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira fala sobre a dor e o desafio de enfrentar o luto. “Não existe um tempo específico para o luto. O luto é um processo de altos e baixos, um processo muito doloroso, principalmente nessa situação de assassinato por engano. Junto com a perda, junto com a vulnerabilidade, vem a sensação da impunidade, vem a revolta, o ódio, a busca por justiça; o que transforma a dor da perda em algo ainda mais doloroso”, destaca.

“A gente vivencia o luto como uma morte por doença, como a morte por um acidente; agora, como uma morte por assassinato, ainda mais por engano, é como um processo inflamatório ainda mais profundo e ainda mais difícil de ser superado. Ela (Maria Carol) descreve pânico, revolta, saudade, raiva, sensação de impunidade, e é isso mesmo”, continua a especialista.

Letícia reforça que é uma montanha russa de emoções. “Altos e baixos emocionais, que acontecem, às vezes, no mesmo dia. A pessoa, às vezes, acorda muito mal e no decorrer do dia, fica melhor; ou acorda bem e no decorrer da noite, começa a piorar. Então, é completamente esperado essa abundância de emoções completamente opostas. Às vezes, só saudade; às vezes, só tristeza; e às vezes, raiva. E a raiva vai aparecer muitas vezes, principalmente, numa situação de injustiça como foi com esse ator, diz.

“O que as pessoas próximas à essa família podem fazer é estar presentes, dando colo e afeto. Não tem nada melhor do que o colo, do que a gente se sentir amado, querido, para a gente recarregar as nossas energias e dar conta de superar uma dor tão avassaladora”, finaliza Letícia.

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