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Pathy Dejesus confessa: "Vivo intensamente o hoje"

Bela exalta vitórias na carreira e revela ser exímia dona de casa

CARAS Digital Publicado em 21/12/2015, às 08h34 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Pathy Dejesus - Caio Guimarães
Pathy Dejesus - Caio Guimarães

Força e coragem sempre foram palavras que guiaram a trajetória da atriz Pathy Dejesus (37) desde a infância. Muito ligada à família, ela sempre ouviu os conselhos do pai, Antonio de Jesus (65), sobre as dificuldades que provavelmente encontraria pelo caminho por causa da cor de sua pele. “Ele sempre dizia: ‘Você é mulher e negra. Dentro da escola, as pessoas podem não te tratar de forma diferente, mas o mundo vai, e não vai te tratar bem. Você precisa saber como é o mundo lá fora’. Tomei um choque, mas essa foi a maior lição que tive. Sempre me estimularam a ser forte, a saber que ia tomar muito ‘tapa na cara’ sem ter feito nada”, diz a beldade, no Sheraton São Paulo WTC Hotel, emprestando mais glamour às suítes decoradas por Jóia Bergamo (54) e João Armentano (55), que integram conjunto de quartos assinados por grandes nomes do nosso décor. Determinada, mesmo diante das dificuldades, Pathy construiu triunfal trilha no universo fashion ao trabalhar como modelo por 14 anos, e acumula seis novelas no currículo, além da passagem pelo Video Show, da Globo, como repórter. Seu último trabalho foi na trama I Love Paraisópolis, da emissora, em novembro, como a chique vilã Alceste. “Vejo uma evolução no meu trabalho, pois minha vivência hoje é outra, adquiri experiência. Muda sua responsabilidade, a concentração. Até a respiração em cena é diferente”, fala a atriz, que também atua como DJ e, atualmente, é integrante do programa Superbonita, do global GNT.

– Que balanço faz de 2015?
– Foi positivo. Trabalhei bastante e consegui ficar conectada à minha família. Todos os trabalhos que fiz foram no Rio, e eles estão em SP. Então, fico feliz por ter conseguido voltar bastante para vê-los. Foi um ano de me reconectar com as minhas raízes.

–  Como analisa sua participação em I Love Paraisópolis?
– O papel cresceu muito em pouco tempo e eu soube em cima da hora que a personagem entraria, mas tive muito apoio dos preparadores de elenco. Pela experiência que adquiri, não precisei fazer esforço para o sentimento vir, acho que tudo fluiu mais em cena e também não carreguei tanto as emoções para casa.

– Você já declarou ser muito supersticiosa. A grafia do seu nome tem a ver com isso?
– Não. Na verdade, meu sobrenome é escrito dessa forma desde a época de modelo. Na agência em que eu trabalhava, em Nova York, achavam que ‘de Jesus’ era um sobrenome muito latino. E Pathy é da época em que trabalhei na MTV, em 2013. A emissora acreditava que isso me aproximava mais do público. E continuou quando fui para o Vídeo Show.

– Recentemente, as atrizes Cris Vianna, Tais Araújo e Sheron Menezzes foram vítimas de comentários racistas nas redes sociais. Como enxerga isso?
– Acho que são as mesmas pessoas que estão fazendo isso, de forma organizada. A internet só escancara o que o ser humano tem de mais podre. Hoje em dia, não existe mais empatia, compaixão, as pessoas não se colocam no lugar do outro. Fico esperando quando vai ser a minha vez. Acredito que, por acontecer muitas vezes, acaba banalizando algo sério. A gente precisa ter leis mais rigorosas e que alguém seja preso mesmo, que mostrem a cara da pessoa. Aí, isso vai parar. Ela não vai deixar de ser racista, mas vai me respeitar.

– Faltam mais negros na TV?
– Sem dúvida. Você conta nos dedos da mão quanto negros têm na TV. As pessoas querem questionar as cotas. Eu não questiono, porque senão não vão me deixar estar em um lugar por livre e espontânea vontade. Então, que tenha uma lei para isso.

– E sua relação com a música?
– Meu pai foi DJ nos anos 1970. Então, eu cresci com vinis ao meu redor. A música também é arte, tenho um ouvido bom e não saio de casa com set pronto, eu tenho que sentir o clima do lugar em que vou tocar.

– Como você se cuida?
– Tenho mil cremes e uma dermatologista incrível. Eu gasto dinheiro com isso! Como já tive gastrite, evito frituras e alimentos embutidos, mas gosto de comer bem, sou do arroz com feijão, amo feijoada, massa. Sei que com a minha idade, o organismo fica muito mais lento. Antes, fazia uma semana de corrida e conseguia perder os quilos que desejava. Hoje, não é tão simples, mas me acho mais bonita agora que há dez anos. Vejo mais segurança, mais amor próprio, vivendo intensamente o hoje.

– Então, é bem resolvida em relação ao passar dos anos?
– Muito! O que falta para as pessoas é saber envelhecer, e é isso que busco. Quanto mais a gente vive, mais evolui e mais tranquilo fica. Isso ajuda a manter a jovialidade e sou muito jovial no jeito de ser, de lidar com as coisas. Além disso, envelhecer faz com que conheçamos as nossas limitações. É lidar com aquilo que achamos que é defeito e conseguir descobrir quais são as nossas qualidades.

– Você está solteira?
– Sim, há um ano. Sou à moda antiga, gosto de namorar sério, de envolver minha família nisso. Sou do lar, adoro lavar e cozinhar.

– Está à procura de alguém?
– As pessoas adoram arrumar pretendentes para mim. (risos) Mas, sério, estou muito tranquila. Quero a pessoa certa e vou esperar isso acontecer, sem ansiedade. Tenho uma vontade grande de formar minha família, quero casar e ter filhos, tenho um olhar romântico sobre isso. Meus pais são casados há 40 anos. Essa, então, é a minha referência de relação.