O jornalista Cid Moreira comentou em entrevista sobre momento em que quebrou protocolos no Jornal Nacional
Nesta quarta-feira, 27, Cid Moreira (94) relembrou em entrevista um momento em que quebrou protocolos durante a apresentação do Jornal Nacional.
O jornalista foi âncora do Jornal da Rede Globo por 27 anos, de 1969 a 1996. Cid foi consagrado pelo livro de recorde Guinness como o jornalista que ficou mais tempo a frente do mesmo telejornal.
Em 1987, o âncora quebrou protocolos do Jornal Nacional e surpreendeu a equipe e audiência ao recitar um poema e sussurrar. Cid tomou a atitude inusitada no dia 18 de agosto, um dia após o falecimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
“O jornal era muito formal. Quando morreu o Drummond de Andrade, a direção resolveu me tirar da bancada e ler um trecho do poema dele em pé, aquele ‘E agora José?’. Daí eu combinei com o operador [de câmera]: ‘ó, não fala nada pra ninguém. Eu vou fazer e, no final, vou sussurrar. Então você aumenta o gancho [de som], tá?’ Aí, eu falei o poema e o [trecho final] ‘E agora, José?’ sussurrando”, lembrou o jornalista em entrevista para o blog Splash da UOL.
Cid ainda lembrou da recepção que recebeu após a surpresa: “Eu fui cumprimentado por todos os colegas entende? Eu inventei muita coisa no jornal”.
O jornalista, que hoje produz vídeos para o YouTube, comentou sobre esta evolução nos telejornais: “Tudo no mundo evolui. À época, eu tinha que ficar sentadinho ali. Tinha que me comportar. Hoje, o negócio é mais a vontade, mais informal, né? Então, quando você está num clima de formalidade, fica difícil você sair dele. Naquela época, isso era impossível. Hoje é possível. E amanhã, outras ideias surgirão”, refletiu Cid.
Recentemente, o atual âncora do Jornal Nacional William Bonner homenageou o jornalista Léo Batista em seu aniversário de 90 anos.
"Ao mestre, os parabéns, a admiração, o carinho de todos os colegas que têm o privilégio da sua parceria", escreveu Bonner.