UMA MUSA DE CORPO E ALMA: VERA ZIMMERMAN
NA ILHA DE CARAS, A ATRIZ QUE INSPIROU CAETANO VELOSO REVELA SUA VERDADEIRA ESSÊNCIA
Redação Publicado em 03/08/2009, às 11h42 - Atualizado em 13/08/2009, às 14h49
Aos 45 anos, Vera Zimmerman exibe na Ilha de CARAS uma forma física de dar inveja a muitas mulheres de 20. Musa inspiradora de Caetano Veloso (66) na década de 1980, quando foi homenageada na música Vera Gata, a atriz chegou a posar nua na época. Apesar de todas as reverências, garante que sempre foi desligada em relação à beleza e que só aprendeu a realçar seus atributos com a maturidade. "Sempre tive dificuldade para combinar as coisas. Hoje em dia, minha vaidade está num ponto bom. Quando era mais jovem, ela quase não existia. Mas chega uma hora em que você descobre o que tem que fazer para o cabelo ficar bom, a roupa cair bem", revela. Longe das novelas desde o fim de Negócio da China, em abril, Vera agora dedica-se ao teatro: está em turnê com o clássico Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), no qual divide o palco com Marcello Antony (44) e Leandra Leal (27). Na vida pessoal, simplifica a existência. "Estou sempre solteira", diverte-se ela, apesar de gostar de grandes amores: "A paixão apimenta a vida".
- Como define a beleza?
- Eu me preocupo com isso, mas tenho meu limite. Sou uma pessoa muito simples. Não exagero em nada, não ostento. A vaidade é muito importante se faz parte da qualidade de vida. Vaidade em excesso pode atrapalhar.
- Mas se preocupa com seu corpo, em manter a forma?
- Faço ginástica, musculação, corro... Mas é um hábito. Não me peso, graças a Deus. Me libertei da balança quando descobri que ela pode dar muitas alegrias e tristezas. Devo estar com uns 52kg. Tenho uma preocupação com a alimentação: evito fritura, gordura e tento comer verduras, legumes, frutas. Tenho que me cuidar, senão engordo e aí, não dá certo. Sinto prazer em comer, mas abdico. Temos que nos policiar o tempo todo, por causa da saúde. A malhação não é sacrifício.
- Sempre gostou de malhar?
- Fui muito ligada a esportes na infância. Gostava de todos. Primeiro, nadei, depois fiz atletismo, vôlei, futebol, basquete. Na adolescência, a fase da brincadeira passa e passamos a competir. Foi quando me afastei e preferi uma academia de ginástica, dança. Passei a trabalhar meu corpo de uma maneira muito objetiva.
- Você se considera sexy?
- Acho que sou um pouco moleca, sempre fui assim. Nunca me vi como uma mulher sexy, mas sei que posso ser. Não me preocupo muito com isso. Estou mais ligada na inteligência e no espírito do que na sedução e na sexualidade. Essa é minha essência.
- Mas gosta de seduzir?
- Sou bem discreta, quase tímida. É da minha personalidade. Só não sou mais porque não posso. Não gosto de chamar a atenção, nem de ser o centro das atenções. Realmente, prefiro ficar no meu canto, sempre fui assim.
- Está solteira no momento?
- Estou sempre solteira (risos). Para me conquistar, é preciso inteligência e charme. As pessoas dizem que sou fechada, difícil de chegar. Não acho. A timidez faz com que a gente crie barreiras e isso pode causar antipatia. Mas não sou nada disso. Me vejo como uma mulher absolutamente aberta, brincalhona e bem-humorada.
- Gosta de estar apaixonada?
- Infelizmente estou solteira, mas o importante é ficar bem. Gosto de grandes amores, de acordar e lembrar de alguém. Hoje? É claro que penso. Sempre penso no amor. É mentira dizer que o ser humano não quer isso.
- Tem medo da solidão?
- Não tenho medo nenhum. Esse é um sentimento que realmente não traz coisas boas. Já até combinei com meus amigos que vamos ficar velhinhos juntos.
- O que te deixa segura?
- Trabalho um pouco a minha espiritualidade. Sempre faço alguma coisa pela minha alma, porém não sou e nunca foi ligada a uma religião. Admiro muito o candomblé, mas não sou devota. Já fiz análise por uns seis meses, há muitos anos, mas sou bem-resolvida.
- E filhos?
- Acho que não nasci para ser mãe. Não pintou vontade até agora e pode ser que não aconteça. Se quiser, teria uma produção independente, mas acho que não é a minha. Tenho uma família grande, com dez sobrinhas.
-Você pensaria em adotar?
- A única coisa que me faria ser mãe seria encontrar um homem que despertasse isso em mim. Acho que não encontrei esse pai.
- Do que sente saudades?
- Da vida de praia na minha adolescência. Não me preocupava com sol, com carreira, com nada disso. Essa saudade eu mato quando venho para cá, na Ilha, quando viajo para casa de amigos no litoral, para um hotel na Bahia... É uma saudadezinha de uma irresponsabilidade de férias, sol, praia, verão, calor e nada para fazer.