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Revista / ENTREVISTA!

Thiago Oliveira materializa seus sonhos: 'Sempre imaginei chegar aonde estou'

Em entrevista à Revista CARAS, Thiago Oliveira recorda sua origem humilde e destaca a importância da família que constrói com Bruna Matuti

por Tamara Gaspar
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Publicado em 25/10/2024, às 13h00

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O apresentador Thiago Oliveira ao lado da esposa, Bruna Matuti, e da filha, Ella - Foto: Gabriel Bertoncel
O apresentador Thiago Oliveira ao lado da esposa, Bruna Matuti, e da filha, Ella - Foto: Gabriel Bertoncel

Quando tinha 12 anos, Thiago Oliveira (40) escreveu seus sonhos em um caderno. Na capa, uma televisão com ele dentro simbolizava seu grande desejo: estar em frente às câmeras. O tempo passou e o menino de origem humilde, pouco a pouco, foi materializando cada uma das palavras escritas em seu caderno.

"Sou um cara que sonha alto e sempre imaginei chegar aonde estou. Quando você nasce em uma família humilde é educado a acreditar que falar de suas conquistas é prepotência ou arrogância e não aprende a celebrar essas conquistas. Dentro dos meus objetivos, dos meus valores e da minha essência, eu mereço sempre mais diante daquilo que eu me proponho na vida profissional e pessoal, que é entregar a excelência", fala Thiago Oliveira, apresentador do É de Casa (Globo), cujo caderno está guardado na casa de sua mãe, mas ele já não precisa revisitar as páginas. "Está tudo na cabeça!", avisa.

Leia também: Thiago Oliveira e Bruna Matuti contam como planejaram aniversário da filha nos EUA

Na lista dos sonhos, a família tem sido prioridade. Ao lado da eleita, Bruna Matuti (39), e da filha, a esperta Ella (1), Thiago se reinventa. "Minha filha me ensinou a equilibrar o profissional e o pessoal.
Antes, chegava do Rio e ia descansar, mas hoje não. Prefiro ficar cansado, não dormir, mas estar com
minha filha, curtir a família", frisa ele, que abriu as portas de ser lar paulistano —outro sonho realizado— para falar de carreira, representatividade e, claro, família!

Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel
Foto: Gabriel Bertoncel


Você disse que sonha alto. Chegar até aqui não foi surpesa!
Thiago: Eu sei de onde vim, aonde quero chegar e por que quero chegar! Quando você é focado, não pode ter vergonha de dizer que imaginava chegar aonde queria e se você é humilde na essência, precisa, sim, comemorar suas conquistas. E eu aprendi isso recentemente, porque eu não comemorava. Vim de uma família humilde, da periferia e, quando conquistava algo, ficava até com medo de celebrar.

Nessa trajetória, sair do esporte e migrar para o entretenimento já era previsto então?
Thiago: Sim! Sempre soube que eu viveria um período no esporte. Foram 12 anos, mas dentro de mim o lado do entretenimento gritava. Eu sabia que essa oportunidade iria chegar e eu abracei.

Eu acredito que o próximo passo já está traçado também!
Thiago: É continuar fazendo o que eu amo, me comunicar com o Brasil, com a família brasileira. Esse é um dos maiores desafios, porque o País é diverso e a gente não conhece tudo. O desafio é tentar conhecer cada vez mais o Brasil e estar mais presente na casa das pessoas.

E chegar até aqui foi difícil?
Thiago: Os obstáculos existem até hoje. Você pode ter dinheiro ou não, ter família ou não, mas o racismo vai te atravessar diariamente. Não importa se você é comunicador ou estagiário, ele vai te atrapalhar de alguma forma, mas temos comunicação e conhecimento para esse atropelamento não nos derrubar. A gente não é preto só um mês, é preto desde que nasceu, por isso, minha fala é importante de janeiro a janeiro.

Sente certa responsabilidade em ser exemplo e inspiração?
Thiago: Essa é minha missão desde que eu falei que queria ser apresentador. Quando escolhi isso para a minha vida, olhava em meu entorno de 360 graus e não tinha ninguém como referência. Querendo ou não, você desbrava o caminho sozinho. Independente da dificuldade, estou aqui para fazer acontecer, tenho nome e sobrenome e ele estará em todos os lugares que eu passar. É uma missão como ser humano e, agora como pai, isso se tornou ainda maior. Tenho orgulho dessa responsabilidade como comunicador preto, falando, aprendendo e abrindo portas.

Esse tema permeia a educação da Ella?
Thiago: Pensamos no futuro dela, mas os valores são naturais, vêm de berço. Desde sempre falo sobre a importância de a minha filha ter um pai preto e uma mãe branca. Claro que ela é uma criança, ainda não entende, mas o coração dela já sabe. Creio muito nisso.

Bruna: A gente se preocupa em criar uma mulher que seja forte, corajosa e que consiga enfrentar problemas que possam surgir por ela ser filha de um casal inter-racial. Que ela consiga lidar com isso com força e conhecimento e que esteja preparada. O pai será um exemplo para ela de quebra de barreiras e de perseverança.

E é exemplo para outras pessoas, já que você apresentou o Festival Negritudes e, agora, vai comandar o Prêmio Potências!
Thiago: Quando você fala sobre narrativas pretas, engloba toda a sociedade. Nos últimos tempos, a diversidade está cada vez mais presente e a gente olha para trás com muita reflexão, mas acima de tudo discute o presente e o futuro. Apresentar o Prêmio Potências é outra honra! O frio na barriga é diferente quando subo ao palco para falar o que eu sou, diante de pessoas gigantes e que admiro.

A chegada de Ella mudou muito a rotina de vocês?
Bruna: Tudo mudou! É como um furacão. Hoje, já acostumamos e não vejo mais minha vida sem ela. A gente deixa de ser só um casal e vira pai e mãe. No começo, a gente se esquece da gente. Eu me esqueci que eu era a Bruna esposa, mulher e, hoje, estou me reencontrando. A vida gira muito em torno dela, mas é uma delícia.

E como Thiago te ajuda nesse reencontro?
Bruna: Desde sempre ele disse para eu ter o meu tempo, buscar minhas coisas. É um período difícil, a gente fica muito sentimental e sensível.

Sentem que ficaram mais conectados?
Thiago: Eu acho que a gente se desconecta, porque não estamos preparados. O que define é a tentativa de um compreender o outro. Tem que exercer a paciência e se entender consigo mesmo para não cobrar o outro. Eu cobrava a Bruna, onde estava minha esposa? O pai não nasce pai, ele se torna pai depois de um tempo, porque entende não só a função dele em casa, mas o apoio que pode dar para a esposa. Se desconecta como casal, mas se conecta como família, algo maior que nos conduz na mesma direção.

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