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Revista / ENTREVISTA

Dhu em Mania de Você, Ivy Souza reflete sobre carreira: 'Carrego ainda mais batalhas.'

Em entrevista à Revista CARAS, Ivy Souza fala sobre seu papel como Dhu em Mania de Você, seus próximos projetos e os desafios da carreira como atriz

Revista CARAS Publicado em 12/04/2025, às 11h00 - Atualizado em 15/04/2025, às 17h59

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Ivy Souza fala sobre os desafios de sua carreira profissional como atriz - Foto: Brenda Quevedo
Ivy Souza fala sobre os desafios de sua carreira profissional como atriz - Foto: Brenda Quevedo

Às vésperas de completar 35 anos, Ivy Souza encara o tempo com leveza e sem preocupação. “É muito bom estar viva e envelhecer. A cobrança e a expectativa sobre o corpo da mulher sempre vão existir, mas eu tento estar alinhada com o que eu desejo e quero para mim”, conta a atriz, que chega à nova idade em maio. Depois de conquistar o público como Dhu na global Mania de Você, sua primeira novela com personagem fixo, a atriz se prepara para novos desafios no teatro e no cinema, enquanto reflete sobre a própria trajetória, os rumos da profissão e a importância da representatividade no audiovisual. “Dhu chegou a mim como um presente”, celebra ela, que já havia feito participações em produções como Falas Negras, da TV Globo, de 2020, além de Verdades Secretas 2, de 2021, e Rota 66: A Polícia Que Mata, de 2022, ambas do Globoplay. Entre a TV, o teatro e o cinema, a atriz acredita que a arte pode — e deve — ser um espaço de diversidade, liberdade e transformação. “Ser artista no Brasil já é difícil. E sendo uma mulher negra, carrego ainda mais batalhas. Sei que hoje tenho a oportunidade de colher frutos que artistas que vieram antes de mim plantaram há muitos anos”, avalia.

A experiência de atuar em uma novela foi transformadora. Por se tratar de uma obra aberta, em que o roteiro vai se desenvolvendo ao longo das gravações, Ivy entrega que precisou de um novo tipo de preparo e adaptação. “A gente também é espectador da trama e vai descobrindo a história aos poucos. Então, enquanto estamos atuando, também estamos nos desenvolvendo. É um trabalho dinâmico, que não encerra e sempre se renova. Um verdadeiro treino de disponibilidade e escuta”, explica. Entre momentos cômicos e dramas, a personagem lhe trouxe uma série de desafios. “Foi maravilhoso construir uma personagem tão complexa, que o público pôde acompanhar de diferentes perspectivas. Ter esses momentos distintos foi um exercício potente”, reflete.

Agora que a trama chegou ao fim, Ivy mergulha em novos projetos. No teatro, ela se prepara para Ruth & Léa, espetáculo que homenageia as icônicas atrizes Ruth de Souza (1921-2019) e Léa Garcia (1933-2023). “Eu vou interpretar Léa, e a Bárbara Reis fará a Ruth. Estamos ensaiando para estrear no início de junho, no Rio de Janeiro. É um projeto lindo, que carrega uma história potente e necessária”, adianta. Já no cinema, dois trabalhos aguardam lançamento: o curta Medo de Escuro e o longa Criadas. “Essa fluidez na minha vida profissional me trouxe mais porosidade para a pessoa que sou hoje. Me sinto uma pessoa mais curiosa”, pontua.

Com mais de 20 anos de carreira, Ivy olha para trás e reconhece os desafios que enfrentou, fazendo de cada obstáculo uma lição de vida. “É uma caminhada árdua, mas cheia de significado”, define ela, que, apesar das dificuldades, nunca pensou em desistir. “A arte sempre fez parte de mim. Eu trago isso como ofício e quero seguir nesse caminho enquanto for possível viver dele com dignidade”, afirma ela. Mesmo com uma rotina intensa, Ivy busca equilíbrio para lidar com as exigências da profissão que, diga-se de passagem, são muitas. “Minha profissão me coloca em movimento, literalmente, e isso me nutre como pessoa. Amo correr, faço análise, amo a pausa, a festa. Procuro estar perto das coisas que me fazem bem”, diz. Nos momentos de folga, seu desejo é simples: descansar. “Eu amo descansar, estar com meus amigos, com meu companheiro, ir à praia, ficar em casa”, conta, aos risos.

Com a nova idade à vista, a atriz reflete sobre a passagem do tempo e diz não se incomodar com as mudanças na própria imagem. “O meio artístico pode ser muito cruel, especialmente com as mulheres. Mas eu sinto que minha trajetória me permitiu experimentar diferentes tempos por meio dos meus personagens”, diz. Como mulher preta, Ivy conquistou seu espaço e acredita que houve avanços na representatividade da arte, mas ainda há muito a ser feito e para se conquistar. “Nós Caminhamos, sem dúvida, e isso é uma conquista que foi plantada há muito tempo por pessoas que vieram antes de mim. Mas ainda não está nem perto do mínimo do que precisa ser feito. A representatividade por si só não basta. É preciso oportunidade, acesso e autonomia”, afirma a atriz. 

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