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Se você fez promessas para 2014, atreva-se agora e comprometa-se

Alberto Lima Publicado em 29/01/2014, às 16h44 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Mais compatíveis com nossos recursos e, consequentemente, menos arriscados ao fracasso são os compromissos — não as promessas — para o novo ano. Eis aí um bom rito de abertura para os novos tempos! Se você já fez suas promessas e teme não ser capaz de cumpri-las, atreva-se agora: comprometa-se. Algo que, por definição, inclui nossos pares, toca-nos no que temos de mais precioso: a ética; a consideração pelo outro; o senso de corresponsabilidade pela preservação e pelos rumos de um relacionamento; o lugar ocupado pela “palavra” em nosso universo de significados (sermos pessoas “de palavra”).

Tudo isso faz com que o compromisso tenha melhores condições de ser cumprido do que as promessas. Diferentes delas, que são verdadeiras provações para nossa força de vontade (uma espécie de revólver em riste apontado para nós), as proposições de compromisso são mais leves, mais prazerosas, mais amorosas.

Mesmo assim, precisará observar alguns expedientes, sob pena de fazer ruir o bom intento do compromisso: um deles é a justa medida. Uma pessoa só pode se comprometer na exata medida de suas possibilidades. Qualquer outro arranjo seria fantasioso, mentiroso, ou mesmo delirante. Outro quesito importante: a verdade. Não basta que seja na dose certa. É necessário que o intento e as ações que o expressam realmente representem a identidade mais profunda do autor.

Você não tem meia hora para estar com seu amor? Então não minta nem para si mesmo nem para ele. Caso disponha de 5 minutos, esteja com a pessoa amada por apenas esse tempo e imprima qualidade ao contato assim estabelecido. É melhor do que uma interação “meia boca” por um período mais extenso.

Você chega do trabalho e acredita que deva beijar a pessoa amada? Então, por protocolo, vai até ela e lhe dá um selinho? Não faça isso. Dê ao seu amor apenas o que você realmente tem a lhe dar. E faça-o com verdade: um abraço, um olhar carinhoso, uma mão sobre a mão... É isso o que você tem a dar? Dê isso. Não ofereça nada mentiroso ou insincero, principalmente porque seu amor não poderá comemorar o beijo recebido, pois saberá que não foi dado de coração.

Por outro lado — e ao mesmo tempo —, não poderá exatamente se queixar, porque, afinal, um beijo foi dado. Esse tipo de atitude confunde, é ambíguo. Não faz bem a nenhuma das partes. Certamente, faz menos mal uma clara frustração do que uma gratificação insincera. No entanto, se você faz questão de beijar, é esse o seu desejo, não faça disso um protocolo, mas um encontro. Beije de verdade. Esteja presente no beijo que você dá — a menos, claro, que você não encontre receptividade na pessoa a quem seu beijo se destina.

No mesmo diapasão, se você não está disponível para ouvir, não escute. E seja claro quanto a isso. Diga a verdade e comprometa-se a sinalizar com clareza quando puder dar atenção à pessoa com quem você convive. Agora, caso tenha se disponibilizado para escutar, ouça de verdade. Comprometa-se com a interação, imprimindo qualidade de contato, se esse ato resulta de sua mais honesta disposição pessoal.

Cuidado com as palavras proferidas. Serão levadas a sério. Não as desperdice, caso não representem o seu mais profundo intento. Sentindo-se amado, seu amor agradecerá.