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Revista / CAMPEÃ OLÍMPICA

Beatriz Souza relembra situação difícil na adolescência: ‘Um pesadelo’

Em entrevista à Revista CARAS, Beatriz relembra adolescência e faz pedido para transformação na sociedade

Beatriz Souza eleva nível do judô brasileiro - FOTO: Samuel Chaves
Beatriz Souza eleva nível do judô brasileiro - FOTO: Samuel Chaves

Beatriz Souza (26) conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto deste ano. A vitória dela na categoria +78kg do Judô contra a israelense Raz Hershko, a número 2 do ranking mundial, se deu por waza-ari.

Se antes ela era quase uma anônima, com 14 mil seguidores, agora a atleta brasileira tem mais de 3 milhões de fãs. No entanto, atrás de tanto sucesso existe uma história marcada por lutas e desafios. Em entrevista à Revista CARAS, a judoca diz que não se sentia feliz vivendo em uma sociedade que não recebe bem pessoas de corpos reais. 

"Sim, desde criança [fui fora do padrão]. Como uma judoca, isso é ótimo, mas quando eu era adolescente eu me sentia muito estranha", revela Souza, que enfrentava desafios até mesmo na hora de comprar roupas. 

"Na adolescência me incomodava mais. Principalmente quando eu ia atrás de roupas... nossa, sempre foi um pesadelo. Eu não gostava tanto do meu corpo porque achar roupas e calçados para mim era muito difícil. Ainda é difícil, na verdade. Meu pé é grande, eu calço 42. O que tem disponível nas lojas é muito caro. Você não vai encontrar algo acessível e plus size", desabafa. 

Souza hoje é uma figura pública que inspira tantas outras mulheres anônimas. Para o futuro (e logo) ela deseja que a sociedade seja transformada, que pessoas de todos os corpos tenham oportunidades e recebam respeito. 

"Espero que sim. Quero ser não só inspiração para as mulheres, mas também uma forma de trazer essa visibilidade para as marcas, para que elas nos vejam. Quero entrar em uma loja e achar uma calça 50 de boa qualidade e caimento. Não é só porque eu não sou padrão que eu não posso me vestir de um jeito bacana. Eu não vou andar pelada!", finaliza.    

VEJA PUBLICAÇÃO RECENTE DE BEATRIZ SOUZA:

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