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Saiba como lidar com a interferência da família na educação dos filhos

Leniza Castello Branco Publicado em 12/03/2014, às 16h39 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Algumas famílias são muito unidas, todos estão sempre juntos ou moram perto e compartilham alegrias e tristezas. Se há uma doença ou fatalidade, podem contar com ajuda e solidariedade. Se isso é bom e desejável, pode também causar problemas pela interferência e pela falta de privacidade.

Os pais muitas vezes sentem ciúme da proximidade dos filhos com os avós e os tios. Reclamam que “estragam” as crianças querendo impor as suas regras e limites, o que causa discussões e prejudica as relações familiares. Os tios e as tias solteiros e sem filhos muitas vezes se ligam afetuosamente aos sobrinhos, levam ao teatro, concertos, exposições, criam uma relação de grande amizade e é comum as crianças preferirem sair com eles do que com os pais. Muitos avós, que não foram tão ligados aos filhos, se apaixonam pelos netos e querem que sejam educados como eles desejam; criticam os hábitos dos filhos, a comida, os horários. Como diz o ditado, “avó é mãe com açúcar”, mas, se adoçar demais, estraga.

Quando há um único neto, o problema pode ser maior. As duas famílias, a da mãe e a do pai, competem pelo amor da criança. Cada um tenta mimar mais, enchendo de presentes e fazendo todas as vontades do pimpolho, que sabe muito bem como manipular toda a família. Aliás, acaba deixando tudo bem claro: “Minha avó me deixa comer fora de hora.” Ou: “Meu tio diz que o Cruzeiro é melhor do que o Corinthians.” Ou ainda: “Se você não tiver condições de me levar ao cinema hoje ou amanhã, a titia leva”.

O casal não sabe como agir. Quer ter o direito de educar os filhos sem interferência, mas ao mesmo tempo não quer ofender os familiares, pois precisa e gosta da ajuda da família. É um assunto delicado, que pode ser resolvido com bom senso, já que todos querem a felicidade da criança. Os pais devem combinar entre eles o que julgam mais importante: horários, tipos de comida e limites que pretendem para a criança. Mas, se ela fica muito tempo com os avós, eles também têm o direito de passar seus valores e a criança deve respeitar as regras da casa. Os pais podem pedir aos avós que evitem o que eles não consideram saudável, mas não podem proibir. Se não querem que comam arroz branco ou doces, por exemplo, não deixem os filhos com os avós. 

Os pais podem dizer: “Na casa da vovó você come doces, mas aqui não gostamos”. Ou: “Seu tio é cruzeirense e nós, corinthianos, mas somos todos amigos”. Ou ainda: “Mamãe é judia e papai cristão, vamos aproveitar todas festas.”. A criança aprende a conviver com diferenças e, desde pequena, a respeitar o gosto dos outros. Entende  que o amor e a amizade estão acima das escolhas. Se as crianças estão na casa dos avós, devem comer o que têm, no horário da casa; se saem com os tios, devem ouvir a música que eles gostam, conhecer os amigos e participar da realidade deles, como ir à missa ou a um culto. Isso só faz bem, pois acrescenta diversidade à vida delas. O filme americano Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton (57) e Valerie Faris (56), é um bom exemplo da família atrapalhada, mas amorosa, que tem suas diferenças, no entanto na hora do aperto são solidários e se unem para proteger a menina. Quanto mais experiências tiverem, mais fácil será para eles conviver sem preconceito em um mundo globalizado.