Ela anuncia que o câncer sumiu
A força do pensamento, o positivismo e a fé ajudam a curar doenças. A prova viva disso, mesmo que não seja uma ciência exata, está na trajetória da apresentadora de TV Ana Maria Braga (71), que anunciou, no final de abril, ter vencido com êxito o tratamento de imunoterapia a que foi submetida na luta contra um câncer de pulmão — reincidente, sem possibilidade de cirurgia e, até então, com poucas chances de cura. Segundo Ana, as células cancerígenas desapareceram no último exame a que ela foi submetida. “Fiz meus exames, depois da quarta sessão de quimioterapia e de imunologia, para ver se tinha dado certo o tratamento, e ontem, quando terminei o meu pet scan, todos que estavam lá ficaram aplaudindo. Comparando o primeiro exame com este de ontem, sumiu tudo”, explicou. “Eu saí de casa e tinha certeza que estava curada, um sentimento de dentro da alma, inexplicável.”
Ana tem uma fé inabalável. Em sua casa de São Paulo, ela mantém um altar com imagens de santos que tem recebido de presente ao longo de sua carreira artística ou que compra nas viagens que faz. A grande estrela do espaço, um templo sagrado para Ana Maria, uma das principais personalidades da televisão brasileira, é Nossa Senhora de Fátima, de quem é devota. “Tenho muitos planos, mas quando eu puder viajar de novo, um deles é ir para Fátima conversar pessoalmente com ela e agradecer”, disse, sobre viagem a Portugal que fará quando o isolamento social e as barreiras entre os países forem encerrados após a pandemia da Covid-19. “Nunca duvidei da cura. No dia que fiz o primeiro pet scan, meu marido ficou muito emocionado e eu disse para ele ‘I will survive’. Eu acho que ele não acreditou, porque continuou chorando, mas eu sobrevivi”, contou sobre a relação com o francês Johnny Lucet (55), com quem se casou oficialmente, em uma cerimônia simples na sua própria casa, em fevereiro deste ano. Com o amado, que decidiu enfrentar ao lado dela, primeiramente, o tratamento, e, mais recentemente, a quarentena por causa do coronavírus, Ana conversa em várias línguas, um pouco de francês, um pouco de inglês e até algumas palavras em português. “Ele está sendo muito especial neste momento que as coisas foram assim desenhadas, estou sem minha família, sem meus netos e sem meus amigos, e ele tem sido uma companhia maravilhosa”, revelou ela.
Ana descobriu a doença por acaso. “Desta vez, em dezembro, não era meu retorno no médico, ia fazer exames em março. Quero que as pessoas prestem atenção nos sinais do corpo. Eu senti no Natal, no fim do ano, que algo estava diferente no meu organismo. Não estava com a força vital que eu costumo ter. Foi aí que os exames detectaram o câncer. Tem de prestar atenção aos sinais, ao seu corpo e não deixar passarem estes sentimentos. Sei que o sistema de saúde no Brasil é difícil, assim como marcar uma consulta, mas não desistam.”
Agora, ela interrompe uma parte do ciclo e prossegue com outra para garantir que as células malignas não retornem. “O que vai acontecer daqui para a frente: do protocolo todo, eu saio de um tipo de quimioterapia de uma forma diferente. Só a imunoterapia que vai agir. Que nada mais é do que você colocar instrumentos para que seu próprio organismo crie os anticorpos. Continuo o tratamento para garantir para que todas as células cancerígenas foram embora”, explicou.
A rotina de Ana Maria na pandemia é de total isolamento, até por conta de seu estado de saúde após bombardear o corpo com tantos medicamentos fortes. Mas é da cozinha mais charmosa de sua residência paulistana que ela decidiu continuar na TV, apresentando um quadro no Encontro, com a amiga Fátima Bernardes (57), ao vivo, diariamente. Somente com esta atividade, Ana já ocupa sua mente por boa parte do dia. No restante, tem cuidado das plantas e das flores do jardim que mantém em volta da piscina, com projeto de Roberto Burle Marx (1909–1994), onde também cultiva suas flores preferidas, as orquídeas. E ainda encontra tempo para fazer videochamadas com os filhos e netos. “Acho bonito ver os netos na minha casa. Sinto muita falta deles. Apesar do pouco convívio, especialmente agora, consigo uma comunicação com eles via internet e aplicativos, mas isso não basta. Gosto de exercer mais meu papel e o poder da avó. É um momento muito crucial para mim, do final da infância. Graças a Deus, a gente se dá muito bem, a gente se ama, mas à custa de muita saudade”, afirmou, sobre Joana (8) e Maria (5), filhas de Mariana (37), e Bento (7), de Pedro (35).