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Revista / ENTREVISTA

Jayme Monjardim analisa cenário audiovisual: 'Um mundo novo se aproximando'

Em entrevista à Revista CARAS, o diretor Jayme Monjardim avalia o mercado audiovisual, adianta próximos projetos e declara sobre maturidade

Jayme Monjardim fala sobre audiovisual brasileiro - ARQUIVO PESSOAL
Jayme Monjardim fala sobre audiovisual brasileiro - ARQUIVO PESSOAL

Jayme Monjardim (68) tem uma carreira brilhante como diretor de televisão, são quatro décadas como um dos profissionais mais respeitados do mercado. Em entrevista à Revista CARAS, ele analisa o cenário do audiovisual brasileiro: "Um mundo novo se aproximando".

Em seu currículo, Jayme foi responsável pela direção de importantes obras da Rede Globo, como Roque Santeiro, de 1985, Sinhá Moça, 2006, Pantanal, 1990, Terra Nostra, 1999, Viver a Vida, de 2009, entre outros clássicos.

Embora longe das novelas, atualmente Monjardim trabalha na direção de dois longas: um sobre o médico, surfista e seminarista Guido Schäffer (1974-2009), e outro sobre Maria Bonita (1911-1938). “Sou um homem de televisão que às vezes faz cinema”, garante Jayme, que também trabalha em Romaria, seu grande projeto televisivo, ainda sem previsão de estreia na emissora global.

“Tem um mundo novo se aproximando, isso é fato. Temos uma grande concorrência no mundo inteiro com a chegada dos canais pagos, do streaming... o público jovem se afastou das novelas. Mas, a meu ver, a novela tem uma fórmula, é um patrimônio brasileiro e sempre será a grande estrela de uma televisão”, reflete o diretor, que mantém uma energia criativa inesgotável e segue em busca pela excelência artística.

Diante desse cenário, em constante transformação, Jayme entende que a demanda por novas e incríveis produções é uma constante. Ele abraça o desafio de criar histórias profundas e envolventes, reconhecendo que não existe uma fórmula definitiva para o sucesso.

Essas mudanças globais afetam todo o entretenimento. A revista, a televisão, o cinema... é uma coisa que foge do controle e não teremos soluções, não existe uma fórmula para o sucesso. Acho que a gente precisa sempre de superproduções, histórias com as quais o público se identifique. A novela é uma obra aberta, faz parte do negócio ter um resultado positivo ou não”, analisa Jayme. 

NÃO ABRE MÃO DE SUA FELICIDADE

Durante a conversa, Jayme Monjardim confessa que não descarta a possibilidade de trazer ainda mais um herdeiro ao mundo. Por ter enfrentado o câncer de próstata em 2015 e passado por uma cirurgia para retirada do órgão, na época, ele optou pelo congelamento de sêmen como forma de garantir a possibilidade de uma nova paternidade.

Mesmo retirando a próstata para salvar a minha vida, eu escolhi congelar sêmen para não ter que abrir mão da escolha de ser ou não pai outra vez, num futuro. Atualmente, com a Anne, se tivermos a vontade de ter filhos, nós temos, sim, essa possibilidade”, explica ele, que rebate as críticas. “Nós não vamos abrir mão da nossa felicidade e das nossas vontades apenas porque algumas pessoas acham que a idade importa”, garante Monjardim. 

Embora mais próximo dos 70 anos, Jayme não sente o peso da idade. Ele se cuida com alimentação saudável e busca aproveitar ao máximo cada momento, consciente da incerteza do futuro. “Sou um homem muito feliz e muito bem resolvido. Trabalho muito, me dedico, gosto de reunir meus filhos e curtir a vida. Daqui a dez anos estarei com 78. Este corpinho precisa resistir. Não sei se vou aguentar subir um morro para gravar, então eu aproveito o agora”, pontua.

São 45 anos contando histórias, 40 anos deles na televisão. Eu me entreguei muito. É, sim, um marco muito importante. Quero morrer dentro do estúdio. Já aviso: não pretendo parar nunca”, finaliza Jayme Monjardim.

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