Em entrevista à Revista CARAS, Leo Bittencourt celebra entrada em Rensga Hits! e abre o jogo sobre assédio dos fãs e rótulo de galã
De Manaus ao Rio de Janeiro e, agora, desembarcando em Goiânia. Um dos destaques da nova temporada de Rensga Hits!, no Globoplay, Leo Bittencourt (30) celebra sua jornada de conquistas profissionais. “Me sinto sempre desbravando uma trilha. Tenho vontade de descobrir novos caminhos a explorar”, conta o ator, em papo com CARAS, direto do Mirante da Floresta, na Tijuca.
Na série, ele dá vida a Cauã, um produtor musical que se envolve com Raíssa, personagem de Alice Wegmann (28). “Foi um dos trabalhos em que mais me diverti! Nós gravamos 12 dias em Goiânia. Pela primeira vez, vão me ouvir cantar no audiovisual. Por ser amigo da Alice, demos muita liga”, antecipa Leo, que avalia as oportunidades da carreira e os altos e baixos de sua caminhada.
– Como é a presença da música na sua trajetória?
– Sempre fui muito artístico. Adorava cantar com meus amigos, já tive banda. Quando optei por ser ator, concentrei minhas ações nisso e, agora, aos 30, tenho colocado na minha cabeça a vontade de explorar outras facetas. Não tem por que se limitar. A música sempre esteve comigo.
– Quais mudanças sentiu com a chegada dos 30?
– Vivi dos 19 até os 25 exclusivamente em função da profissão. Não sabia meus gostos, o que queria fazer no tempo livre. Me frustrava porque você olha para o lado e pensa que a vida tem que ser como está colocada lá. Tenho feito programas novos, estabelecido grandes amizades. Hoje, o Rio é minha casa. Os 30 anos são sobre como alinhar a carreira sem negligenciar quem eu sou.
– O que o público não sabe sobre a realidade de um ator?
– Eu era telespectador até pouquíssimo tempo! Tenho sete anos de carreira e minha perspectiva era de que quando você chegava a uma novela sua carreira estava resolvida. Pensam que todo mundo que está na frente da câmera tem a vida fácil, mas todos têm altos e baixos. As marcas querem estar junto das pessoas com alcance, mas não é isso que ganha sua vida. Eu continuo tendo que trabalhar, tenho que pagar as minhas contas. Não é glamourizado.
– Sente que ainda faltam oportunidades, especialmente diante da hipervalorização de nomes que têm muitos seguidores?
– É muito difícil não se comparar. As pessoas vêm de outros lugares, outras vivências. Eu vim de Manaus, de uma família sem artistas. Dentro de uma sociedade em que se acreditava que o merecimento era atrelado ao estudo, é frustrante ver isso. Hoje, são os influenciadores, mas já foram os modelos. O mercado audiovisual sempre esteve com essas pessoas, existe interesse comercial. Num mundo ideal, gostaria que todos tivessem estudo. Mas eu conheço atores excelentes que nunca estudaram. É difícil responsabilizar os atores porque já é muito competitivo. Nas redes, tento mostrar mais de mim, mas não tenho vontade de fazer disso a minha vida.
– Como lida com o rótulo de galã e o assédio dos fãs?
– Eu me descobri bonito muito mais tarde. Beleza está ligada a autoestima. Claro que tem estética, mas quando você tem confiança, isso te faz se sentir melhor. Eu entendo que é importante se cuidar, mas a beleza tem prazo de validade. Daqui a pouco, surge alguém mais novo, mais bonito e minha carreira não pode estar baseada só nisso. Eu sou muito mais. Recebo mensagens explícitas. Entendo que é piada, mas me incomodo porque se fosse dito ao vivo seria muito pesado. Passa do ponto. Os homens são muito diretos. Não sei muito como lidar com isso.
– O que sonha e planeja para a sua carreira?
– Quero voltar a fazer novelas, conversar com o grande público. Meu nome é muito presente no streaming, mas quero voltar a falar com a massa na TV. Me considero um artista plural. Eu quero agregar isso às minhas redes sociais. Adoro gastronomia, me arrisco como apresentador... Não posso me contentar em apenas gostar do meu trabalho, eu quero que as pessoas o vejam.