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Revista / Hair by Paulo Persil

HAIR by PAULO PERSIL: O fim da chapinha

Redação Publicado em 12/01/2010, às 20h09 - Atualizado em 01/07/2011, às 15h57

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Taís Araújo em cena de Viver a Vida - Isac Luz/TV Globo
Taís Araújo em cena de Viver a Vida - Isac Luz/TV Globo

Sempre que precisamos nos caracterizar com referência em alguma época somos obrigados a buscar na memória cabelos que foram usados no período em questão, o que não é muito difícil. Por exemplo, look anos 70: lembramos de mulheres com cabelos longos, desfiados e despojados, desarrumados na medida certa, quase sem compromisso com a perfeição, pois estamos falando de uma época em que o hippie era a palavra de ordem para a beleza; look anos 80: era a vez do pigmaleão; look anos 90: entra em cena a androgenia. E, assim, cada década tem sua caracterização. A moda, assim como tudo em uma sociedade, tem sua história contada através das décadas. Agora, quando damos início ao ano 2010, estamos finalizando o que chamo de "década da chapinha". Foi neste período que ocorreu uma reviravolta na indústria do cabelo, fazendo com que empresas fabricantes de chapinhas aumentassem suas vendas em muitos milhares de reais. De perto, acompanhei todo esse crescimento e vi as mulheres se submeterem a todos os tipos de tratamentos. Definitivas, progressivas, alisamentos, relaxamentos e muitos outros nomes que algumas empresas criaram no intuíto de vender mais e mais produtos. A isso refiro-me, mas sem nenhuma conotação pejorativa, de "exército de iguais". Todas as mulheres ficaram iguais com suas madeixas chapadas, absolutamente sem volume, causando filas para agendar horários nos salões de beleza de todo o país em busca do liso perfeito. No início dos anos 2000, muitas desavisadas caíram nas mãos de profissionais sem preparação. Cheguei a testemunhar várias mulheres quase carecas entrando no salão a procura de uma solução, mas já não havia mais o que fazer. Acabou! O chapado lânguido e pálido saiu de moda. Então, nos deparamos com Taís Araújo, linda, natural e crespa. Me arrisco a dizer que esta década será dominada pelos cabelos naturais, que mostram a beleza de cada biotipo e de todos os possíveis volumes, que vão desde uma onda suave até um crespo exuberante. É claro que nem tudo são flores no quesito cabelo, pois toda madeixa requer cuidados especiais. Mas uma coisa é certa, chegou a hora de trocar a chapinha, que até então foi parceira inseparável da mulher - objeto indispensável na bolsa de todas as descoladas de plantão - para entrar em ação os cremes, gel, reparadores de pontas, termo-ativadores, auxiliados por todos os tamanhos de modeladores (baby-liss), enfim, entramos de vez na era do quanto mais natural melhor. Olhe em volta e descubra mulheres deslumbrantes em fotografias, editoriais de moda e desfiles em todo o planeta. Você verá que estar na moda é ter volume sensual, às vezes até brejeiro, mas sempre bem cuidado.