De volta ao Brasil para gravar filme, Gabriella Saraivah narra rotina nos EUA e fala de sonhos e do coração
A determinação sempre foi um traço marcante na personalidade de Gabriella Saraivah (19). Aos 4 anos, quando pediu para a mãe matriculá-la no teatro, a virginiana sabia o que estava fazendo. O mesmo aconteceu em 2019, quando ela decidiu se mudar para os EUA para estudar e batalhar por uma carreira internacional. Em entrevista exclusiva a CARAS na Cidade das Artes, a atriz fala de sua volta ao Rio de Janeiro para protagonizar o filme Tudo por um Popstar 2 e de sua vida na Califórnia.
– Por que foi morar nos EUA?
– Eu sempre tive o sonho de morar na Califórnia e fiquei sabendo de uma High School de artes que tem lá. Fiz uma audição e não imaginei que passaria. Eu estava bem insegura, achando que meu inglês não ia ser bom o suficiente, mas acabei passando para os dois conservatórios que fiz teste. Minha mãe achou que seria uma boa experiência para ela e para o meu irmão também, então nos mudamos. A princípio, seria um ano, mas as coisas foram fluindo e a gente ficou mais.
– Como foi chegar a outro país, sem dominar a língua?
– Fiquei muito assustada, porque eu falava inglês aqui no Brasil, mas quando cheguei lá parecia que eu não falava nada, as pessoas falam muito rápido. No meu primeiro dia de aula eu chorava meio escondidinho, porque eu não estava entendendo nada. É difícil você não conseguir se expressar. No Brasil eu sempre fui uma pessoa muito comunicativa e lá isso foi reduzido. Eu ficava com medo também de as pessoas zoarem meu inglês, de eu errar. Sou virginiana, sou perfeccionista, então levou um tempo para conseguir me soltar um pouco mais.
– Você estava construindo uma carreira bacana aqui, passou pelo SBT, TV Globo. Foi um risco ir para lá, né?
– É sempre um risco, porém, eu sei que para realizar os meus sonhos vão ter certos riscos que vou ter que correr. A gente nunca sabe de fato qual vai ser a melhor escolha. Mas como eu tenho esse sonho de expandir, de conseguir virar uma atriz internacional... Vai ter sempre alguma coisa que vou ter que dizer não, deixar para trás, mas, graças a Deus, eu também consigo conciliar e continuar meu trabalho aqui no Brasil. Já é a segunda vez no ano que estou aqui para gravar, vim no começo do ano, agora estou gravando o filme Tudo por um Popstar 2, então está dando tudo certo.
– E nos Estados Unidos é como começar do zero...
– É bem difícil, porque demora para você conseguir uma carreira. E lá, realmente, é como se eu estivesse começando tudo do zero. É muita coragem, mas creio que vai valer a pena. Gravei uma participação num filme nos Estados Unidos que será lançado em breve. E, se a gente for pensar, está indo bem. Comecei com 4 anos, consegui minha primeira novela com 7. Então, tem tempo aí pela frente, ainda sou novinha. Tenho esperança e vou continuar estudando e aprimorando meu inglês e minha atuação para quando tiver uma oportunidade eu agarrar.
– Essa mudança é definitiva ou pensa em voltar a morar no Brasil?
– Não sei exatamente, a princípio eu só ia ficar um ano e já são mais de três. Não gosto de pensar tão lá na frente porque a vida surpreende. E aí, dependendo das oportunidades que aparecerem sabe... Mas o meu grande sonho é, sim, me tornar uma atriz internacional e fazer o que eu amo ao redor do mundo, tanto lá quanto aqui. Mas, sim, agora, neste momento, o meu foco está sendo em me aprimorar lá, mas por enquanto eu estou gravando o filme aqui. Inclusive, eu já estou fazendo faculdade por lá.
– Você também está cursando Psicologia. Quis ter um plano B?
– A carreira de atriz é instável e nem sempre a gente vai estar trabalhando. Às vezes, você vai ver um ator bombando e, do nada, ele some um pouquinho e depois volta. E nesse tempo é sempre bom ter planos, até, vamos dizer, para o bolso, né? Você ter outro trabalho também. Eu escolhi a Psicologia porque sempre fui muito interessada nesses assuntos sobre a mente. Quando eu era mais nova, fazia vídeos sobre autoestima, ansiedade, depressão, são assuntos que sempre tive muito interesse. E na Psicologia você estuda o comportamento humano. Eu estou amando! É bom para mim como pessoa, para entender a mente das pessoas e até para a atuação, porque na atuação a gente tem que interpretar um personagem sem nem ter vivido o que aquele personagem viveu.
– Está solteira ou já conheceu algum gringo?
– Eu sempre fui uma pessoa muito romântica, só que, ao mesmo tempo, não consigo me interessar por qualquer pessoa. Creio que por eu ter começado muito cedo e ter uma maturidade, gostaria também de ter uma pessoa que tem planos para o futuro, que estudasse, que trabalhasse. Então, não é tão simples eu achar uma pessoa compatível. Porque um relacionamento pra mim, agora, eu tenho que ver a pessoa no meu futuro. Hoje em dia as pessoas só querem ficar, se beijar e pronto e eu não sou muito assim, sempre fui mais do romance. Eu estou conhecendo uma pessoa, sim, é um gringo, mas eu não estou namorando ainda, nem nada, mas estou me permitindo conhecer.
– Você é conhecida por novelas como Chiquititas, Éramos Seis e pelas redes sociais também. Qual é a reação das pessoas nos Estados Unidos quando descobrem que você é uma pessoas famosa por aqui?
– Eu sou uma pessoa muito reservada. Claro que se eu estiver numa entrevista, numa coisa de trabalho, eu vou apresentar o meu trabalho. Mas, na vida pessoal, tenho medo de as pessoas se aproximarem de mim só pelos meus seguidores. Já sofri bastante com isso, de pessoas que só se aproximaram de mim para aparecer nas minhas redes sociais. Então, sempre fui muito na minha. E aí, às vezes, depois de três
meses de amizade, a pessoa percebia que não me seguia e pedia meu Instagram. E aí, quando olhava, era aquela reação: ‘nunca imaginei que você tem 14 milhões de seguidores’. É muito engraçado. Aí, é óbvio que surgem as perguntas e conto da minha carreira.
FOTOS: CADU PILOTTO; STYLIST: SAMANTHA SZCZERB E AGRADECIMENTOS: CIDADE DAS ARTES, TVZ, INTI E ECONFORT