Fundadora do Instituto Arte de Viver Bem, ela abre seu lar e narra batalhas a favor da vida
Ao longo de 15 anos, foram 16 cirurgias e três diagnósticos de câncer de mama. Incontáveis sessões de quimioterapia e radioterapia, somadas aos dolorosos efeitos colaterais. Se, por um lado, os números impressionam, por outro, foram uma motivação para Valéria Baraccat Gyy (59) seguir sua incansável batalha pela vida. O segredo? “Fé em Deus! Não falo sobre religião, pois cada um tem a sua, mas o Deus é único e está provado cientificamente que as orações aumentam a imunidade e a pessoa enfrenta melhor o tratamento”, diz a fundadora do Instituto Arte de Viver Bem, em seu lar doce lar, em SP.
A jornalista — que acaba de passar pela última de radio —, garante que esta foi a mais difícil das lutas. “O tratamento foi mais pesado, já que havia hipótese de metástase. A pior parte ao longo desses anos é a discriminação no mercado de trabalho. O pior câncer não é o que atinge a carne, mas o que fere a alma”, dispara ela, que fundou o instituto em 2009 com o objetivo de ajudar mulheres que passam pelo mesmo problema. “Falta muita informação e as mulheres de classe baixa ficam à deriva. Todos se preocupam em fazer algo no Outubro Rosa, mas e os outros meses do ano? O instituto trabalha o ano inteiro”, orgulha-se ela, dando exemplo de perseverança e auto-estima. “Quando passo a minha vivência, sei que inspiro muita gente”, completa.
Tricampeã na luta contra o câncer de mama, ela compara a doença ao futebol. “O paciente é o capitão. Amigos e familiares compõem o time e os médicos são a equipe técnica do jogo pela vida”, resume ela.