Confederação: do Latim confoederatio, associação de Estados ou entidades soberanas, autônomas em outros assuntos, mas reunidas com objetivo comum, como ocorre na Copa das Confederações. O étimo da palavra é o mesmo do verbo que, designando o ato sexual, depois se converteria em palavrão, mas o significado comum é fazer aliança. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi fundada em 1914 e em 1930 já chefiava a participação do Brasil na primeira Copa do Mundo, ainda com o nome de CBD, quando o craque do Fluminense João Coelho Neto, o Preguinho (1905-1979), filho do escritor maranhense Coelho Neto (1864-1934), fez o primeiro gol na história da Seleção Brasileira, na derrota do Brasil para a Iugoslávia por 2 a 1. Iugoslávia quer dizer “terra dos eslavos do Sul” e seu território, nos Bálcãs, ficava onde hoje estão Sérvia e Montenegro.
Jurássico: do Francês jurassique, relativo às montanhas Jura, nos Alpes franceses, qualificando a era situada entre 195 e 136 milhões de anos, marcada pela hegemonia dos répteis em todos os ambientes e pelo surgimento dos dinossauros (na terra), pterossauros (no ar) e plesiossauros (no mar). Quem tornou popular o tema foi o cineasta norte-americano Steven Spielberg (66) no filme Jurassic Park, cujo título foi adaptado para O Parque dos Dinossauros, em Português.
Lelé: do Lunfardo lele, gagá, senil, amalucado. O lunfardo é uma gíria surgida em Buenos Aires, que logo se espalhou pelos países vizinhos à Argentina. Originalmente eram chamados lunfardos, do Espanhol lunfa, ladrão, os ladrões inexperientes, porque iniciantes, conhecidos entre nós por gatunos. Mas o cantor argentino Carlos Gardel (1890-1935) não estava lelé nem tampouco o autor do tango Cambalache, Enrique Santos Discépolo Deluchi (1901-1951), quando cantou esses versos proféticos: “Hoy resulta que es lo mismo/ Ser derecho que traidor!.../ Ignorante, sábio, chorro,/ generoso o estafador!.../ Todo es igual! Nada es mejor!/ Lo mismo um burro/ Que un gran professor.” Chorro é ladrão e estafador, estelionatário.
Peta: do Grego pítta, pelo Latim pitta, mancha no olho do cavalo. Designa também a parte afiada do podão, espécie de foice para podar árvores. Com o significado de mentira, logro ou burla, aparece neste trecho do livro Memorial de Aires, do escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908): “Vou responder isto mesmo à mana Rita, acrescentando algumas notícias que trouxe da rua — a carta do Tristão, por exemplo, os agradecimentos do barão à filha, e esta grande peta: que a viúva resolveu casar comigo... Mas não; se lhe digo isto, ela não me crê, ri, e vem cá logo.”
Torcida: do feminino de torcido, particípio de torcer, do Latim torquere, designando mecha de vela ou de lamparina, feita de fios torcidos para formar o pavio, e também o enrolado de folhas de fumo do charuto. Mas predominou outro significado, o conjunto de simpatizantes de times ou clubes em competições esportivas. Em Portugal, torcedor é adepto; em Italiano é tifoso, semelhando estar contagiado por tifo, uma doença; em Espanhol é hincha. No futebol, a primeira torcida foi feminina: moças vestidas com requinte iam aos campos aplaudir o Fluminense. Fazia calor e elas suavam muito. Nervosas com alguma jogada, torciam as luvas nas mãos, enquanto vergavam o corpo, inclinando-o para lá e para cá, como para acompanhar os meneios dos jogadores. Os homens torciam com chapéus de palha chamados palhetas. Segundo o jornalista Luiz Mendes (89), quem primeiro fez o registro do vocábulo com este significado foi o escritor Coelho Neto, em uma crônica publicada num jornal de esportes do Rio de Janeiro.
Urubu: do tupi uru’wu, o gari do universo. Tornou-se o símbolo do Flamengo depois que um grupo de estudantes capturou uma dessas aves num lixão do Rio, soltando-a no gramado do Maracanã, em 1º de junho de 1969, quando o time perdia para o Botafogo por 1 a 0, invicto diante do Flamengo havia quatro anos consecutivos. A partida foi interrompida por 10 minutos e o Flamengo venceu por 2 a 1.