Oamor nasce de pequenas coisas, vive delas e por elas às vezes morre”, escreveu o poeta romântico britânico George Gordon Byron, o Lorde Byron (1788- 1824). São essas pequenas coisas que podem tomar grandes proporções e tornar a vida a dois um sonho inviável.
Como uma cadeira de quatro pés, uma relação se sustenta em quatro pilares fundamentais. Se tirar um pode até se equilibrar; se forem dois, balança; sem três, naturalmente cai.
O primeiro pilar é o respeito. É fundamental respeitar as ideias e o jeito do outro, sem querer mudá-lo. Não somos a metade da laranja de ninguém. Somos duas laranjeiras inteiras, que se encontram para construir uma história. Se não é assim, alguém perde a sua identidade, geralmente a mulher.
O segundo pilar é a admiração. Quem ama vê o outro com orgulho. O amor é a admiração que transborda. O que gosta no outro é muito maior do que o que te desagrada nele.
Gostar de conversar é o terceiro pilar da relação. Com o passar do tempo, o amor muda e o sexo transforma-se em sua intensidade. É com quem a conversa é prazerosa que se decide passar o resto da vida. É a conversa que vai “costurar” a relação, pontuar a convivência.
O quarto pilar é o sexo. Vale ressaltar que a sexualidade ultrapassa a cama. Sexo é o caminho para o carinho e o prazer de estar junto e isso precisa ser “regado” para que a chama rique viva. É o principal alicerce para o namoro do corpo. Quanto mais apertado o abraço, mais relaxa. Psicologicamente, é o momento de ser aceito e amado, independentemente de como seja esse corpo, mesmo estando ele fora dos padrões de beleza.
Para que a relação sobreviva sem que tombe feito uma cadeira, é preciso manter o equilíbrio entre esses quatro pilares. Isso se dá com investimento diário das duas partes, evitando comportamentos que possam abalar a estrutura. Desentendimento não é bom nem mesmo para o parceiro que tem toda a razão.
O ciúme é um dos fatores que podem levar à desarmonia. É difícil estabelecer uma dosagem suportável. A insegurança — a outra face do ciúme — nunca é boa para o amor. É preciso confiar. Por trás de alguém inseguro geralmente está a baixa autoestima. É necessário cuidar, porque pode se refletir em outras áreas da vida.
Também não é bom reviver o passado. Rugas e história, cada um tem as suas. É impossível apagar o passado de alguém. Fazer comparação com outros amores, desejando ouvir que é melhor, é uma insegurança na sua capacidade de amar. Isso é mais comum nos homens, que se sentem mais viris quando exaltados na comparação com antigos namorados da amada.
Outro ponto a ser evitado é a falta de liberdade. Aprisionar o amor é o primeiro passo para perdê-lo. É preciso dar liberdade para ir e voltar. A “prisão” desgasta as relações amorosas.
Lamúrias incessantes também esgotam. É preciso ter humor. Discutir a relação oxigena as ideias da dupla; mas uma por dia intoxica a relação e torna o amor pesado. Quanto mais leve mais saudável. Não há receitas para ser feliz no amor. O que existe é um pacto que o casal estabelece na busca do entendimento, respeitando as escolhas, a história e o modo de ver a vida de cada um. Assim, o amor dura mais.