Em entrevista à Revista CARAS, Caio Vegatti celebra seu papel em Família é Tudo e conta como foi trocar a faculdade pela vida de ator
Trocar o curso de Engenharia de Produção pela atuação não foi uma escolha fácil para Caio Vegatti (28). Além de lidar com os julgamentos alheios, ele ainda teve que encarar suas próprias incertezas, por não saber se a carreira daria certo.
Em sua primeira novela na TV Globo –ele é Max, da novela Família É Tudo–, o ator avalia que valeu a pena enfrentar todas as adversidades que encontrou pelo caminho. "Sempre procurei ser fiel e respeitoso à minha própria essência, mesmo que isso de alguma forma pudesse não agradar a todos. Eu tenho que agradar a mim primeiro, respeitar minhas individualidades", afirma o namorado da também atriz Juhlia Ficer.
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Interpretando um skatista na trama da TV Globo, o ator, que estava afastado do esporte, voltou a praticar por conta do trabalho. A necessidade fez a paixão pelo skate reacender. Fã de atividades físicas, ele ainda joga tênis, futebol, surfa e treina. "Se eu não fosse ator seria atleta, com certeza", afirma ele.
Da Engenharia de Produção para a arte. Como se deu isso?
Eu tive que ter coragem. Eu cresci acreditando que só existia um caminho para a pessoa ter sucesso, que eram aquelas profissões renomadas do mercado. E, quando tive que escolher, como era bom aluno, acabei escolhendo algo que pudesse agradar aos meus pais, mas não estava me agradando. Só que fui cursando a faculdade e, em determinado momento, me questionei quando aquilo iria começar a fazer sentido para mim. E quando minha irmã entrou na faculdade de Medicina, feliz, algo que ela sempre quis, eu vi que isso estava faltando em mim, que tinha alguma coisa errada. Eu sempre gostei de ouvir histórias, me inspirava por meio delas, vejo um filme, uma série e mergulho naquilo. Eu imitava o professor na escola, era o engraçado da turma, mas nunca me imaginei ator.
E como percebeu?
Eu comecei a fazer esse paralelo de que eu gostava muito de ver filme, que queria ser o que o protagonista era e um dia comentei com meu pai, achando que ele iria me criticar. Ele me falou para pagar para ver! Eu estava com 21 anos, fiz teste para um curso, passei e comecei as aulas. No início, eu fui negando, dizia para mim mesmo que era um hobby, mas eu já estava amarradão. Pensei que isso poderia virar minha profissão, que poderia ganhar dinheiro me divertindo assim. Conciliei com a faculdade até o momento que não deu mais, abracei a arte dizendo que era aquilo que eu queria mesmo.
Como seus pais reagiram?
Dentro de casa não foi fácil. Lembro de eu ir para o curso e a minha avó perguntar até quando eu ia ficar brincando de teatro. Eu já tinha 22, então foi difícil porque eu me cobrava também. Eu não nasci em berço de ouro, minha família acorda cedo para trabalhar, para conquistar as coisas e eles passaram isso para mim. Isso me ajudou a definir meu caráter, quero passar isso para meus filhos, ensinar o valor do dinheiro, de uma educação financeira. Isso me faz colocar o pé no chão, porque nossa profissão é muito romantizada.
Como assim?
A pessoa que está em casa vendo TV não sabe da realidade. Quantos testes o artista fez para estar ali? Quantas peças? Eu já fiz stand-up em bar para dez pessoas, já me apresentei para seis pessoas e só ganhava o dinheiro da passagem. Isso foi importante para mim. Então, foi uma pressão dentro de casa; os meus irmãos fazendo Medicina, eu sendo o mais velho, sentia no olhar do meu pai que ele achava que eu estava perdido. Eu estava quase desistindo, até que consegui uma participação na Record, e depois um papel na Netflix. Estava precisando desse incentivo para chegar em casa e respirar, continuar o meu sonho. Eu não tenho nenhuma mágoa dos meus pais, eu acho que isso tudo me fortaleceu e me fez crescer.
Hoje você está na TV Globo e na mesma novela que sua namorada, Juhlia.
As coisas estão caminhando, graças a Deus! A gente passa muita confiança um para o outro. Às vezes, a gente bate cena junto, pergunto a opinião dela, então rola essa parceria, que é importante e só agrega.
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