Em Caruaru, no agreste pernambucano, Bruno Dubeux narra sua dupla jornada como ator e médico
Na reta final das gravações da global das 6, Mar do Sertão, o ator Bruno Dubeux (41) tem motivos de sobra para celebrar. Dando vida ao dentista Savinho, ele vê realidade e ficção se confundirem, afinal, fora de cena, também trabalha na área da saúde como médico. “Quando criança, eu queria ser ator, mas na adolescência isso se dispersou, fiz vestibular para Medicina porque também gostava de cuidar das pessoas. E quando entrei na faculdade, no primeiro ano, recebi convites para trabalhar como modelo, em publicidades”, falou ele, em papo com CARAS, em Caruaru, Pernambuco.
Dedicado, Bruno leva a sério tudo o que faz: nas artes, fez cursos livres de intepretação, mudou-se para o Rio de Janeiro e investiu na segunda faculdade — a de Teatro. Na Medicina, sempre foi considerado um aluno brilhante, ganhou bolsas em universidades como Harvard, fez especialização em nutrologia, e montou consultório no Rio, atuando na área de obesidade.
Ávido por desafios, após a novela, ele irá estrear a peça Amores Flácidos, que tem como um de seus motes a gordofobia. “Sempre me inquietou essa questão do estigma, de como os pacientes de obesidade não são bem acolhidos, existe muito erro, muita discriminação. E meu personagem é o opressor”, fala ele, sobre a obra que já foi selecionada para um festival na Alemanha e está no YouTube, em um experimento híbrido de cinema e teatro.
Apesar de já ter atuado em outras produções de TV, Bruno afirma que Mar do Sertão é um divisor. “Foi um reencontro com minha origem. Fui beber das histórias da minha infância, trejeitos de pessoas da minha família, situações... Acho que me deu mais empoderamento como ator, pernambucano, desfazendo um pouco que nordestino tem uma cara”, apontou ele.
Nascido nos EUA, Bruno é pernambucano de coração, pois se mudou para o estado com apenas 3 meses de vida. “Meu pai estava estudando nos EUA quando eu nasci”, diz ele, festejando o número de atores da região na obra: “Deu uma verdade, uma originalidade à obra. As pessoas comentam ‘o sotaque é igualzinho’”, celebra.
FOTOS: GUSTAVO BETTINI