Em entrevista à CARAS Brasil, Lucinha Araujo, mãe de Cazuza, dá detalhes dos lançamentos em homenagem ao filho e refoça legado do artista
"Enquanto eu viver é gritar o nome do meu filho e que o Brasil não esqueça dele depois que eu partir". A frase é de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza (1958-1990), que compartilha a sensação de dever cumprido após o lançamento dos livros Meu Lance é Poesia e Protegi teu Nome por Amor, que homenageiam a obra e vida do eterno poeta.
Ao lado de Ramon Nunes Mello (40), a mãe de Cazuza movimentou São Paulo e o Rio de Janeiro entre os lançamentos e sessões de autógrafos do livro. Meu Lance é Poesia reúne 27 poemas inéditos do artista; já Protegi teu Nome por Amor é uma fotobiografia que reúne mais de 700 registros, tem o prefácio assinado por Gilberto Gil (82) e texto de Pedro Bial (66).
"Na Bienal do Livro foi um sucesso, soube pela [editora] Martins Fontes que vendeu tudo o que apresentaram. E não são livros baratos. Estou com a sensação de dever cumprido. Já deixei para a posteridade a obra do meu filho, o pensamento e a poesia dele", diz, em entrevista à CARAS Brasil.
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A filantropa conta que descobriu os poemas inéditos após a morte do jornalista Ezequiel Neves, em 2010, e resolveu publicá-los agora. Já a fotobiografia começou a ser produzida por iniciativa da GeGe Produções, empresa de Flora Gil (64), grande amiga do músico que se aproximou de Lucinha. "Foi um ano e meio de felicidade", relembra, sobre a produção das obras.
A mãe do artista ainda não descarta a possibilidade de encontrar outros conteúdos inéditos, e diz que, mesmo 30 anos após a morte do músico, ele ainda é presente em sua vida. "Tenho muito orgulho de ter trazido ao mundo um homem tão diferente com um potencial tão grande. Às vezes me pergunto: 'Será que eu merecia tudo isso?'".
Para o futuro, Lucinha afirma ter confiança em sua sobrinha, Fabiana Araújo, a quem considera como filha, para continuar o legado do músico —além da fundação Viva Cazuza, que se mantém através dos direitos autorais do cantor. "Meu futuro é conseguir chegar ao futuro, porque com 88 anos não tenho muito futuro. Mas, enquanto eu viver é gritar o nome do meu filho altas vozes."
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