Com a aproximação dos jogos olímpicos, inspiração na Grécia Antiga em modelagens atuais marca a coleção da Maison francesa
Publicado em 05/07/2024, às 17h00
Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Paris, a estilista italiana Maria Grazia Chiuri (60) explora a conexão entre os esportes e a moda, especialmente o papel das mulheres nas práticas esportivas ao longo dos tempos.
Para manifestar o diálogo entre a moda e o esporte, a designer se aprofunda na história dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, em que mulheres não eram apenas proibidas de competir, mas também de assistir aos jogos.
Na época, as mulheres se organizaram e criaram seus próprios Jogos Olímpicos, os chamados Heraia, em que praticavam corrida dentro dos estádios olímpicos. Esculturas e pinturas da época retratam as vestimentas usadas pelas competidoras dos Jogos Heraia, marcadas principalmente por vestidos drapeados na altura dos joelhos e quase sempre com um dos ombros à mostra.
Essas referências estéticas da indumentária grega antiga foram trazidas ao Museu Rodin, na capital francesa, Paris, sob a perspectiva contemporânea silenciosa que Chiuri tem praticado em suas criações de alta-costura.
Os vestidos fluidos com drapeados alocados na região dos ombros, cintura e busto revisitam o estilo colunar das peças gregas da Antiguidade, que eram baseadas na simplicidade e na funcionalidade. O branco e o preto de grande parte da coleção dividem espaço com os metalizados em tons de ouro, bronze e prata, simbolizando os níveis de premiação das Olimpíadas.
As sandálias, ao melhor estilo gladiador, arrematam os looks reforçando a inspiração da estilista. Vestidos e saias de comprimentos variados são os verdadeiros protagonistas da coleção — eles são 49 dos 61 looks desfilados— e evocaram verdadeira revisitação histórica com um olhar atual de sofisticação e de uma identidade criativa fundamentada na quietude que Maria Grazia Chiuri vem exercendo ao longo de seus anos na Dior.