Em entrevista coletiva, Neymar fala de sua saída da seleção brasileira, a decisão de voltar para a Granja Comary e dá a sua opinião sobre a derrota histórica para a Alemanha na Copa do Mundo
O jogador de futebol Neymar voltou para Granja Comary na tarde desta quinta-feira, 10, e já concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre a sua saúde e a derrota da seleção brasileira. O atleta mostrou sua decepção em estar fora da final do torneio e disse que não gosta de perder em nada, muito menos ver as pessoas chorando. Além disso, agradeceu pelo carinho do povo brasileiro desde a sua fratura na vértebra.
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“Foi umas das piores semanas que tive na minha vida. Foi a pior semana que eu poderia imaginar. Não está sendo tão horrível pelas mensagens dos meus amigos e família, meus companheiros, principalmente, das pessoas que estão me ajudando nestes dias de luta. Fica tudo de aprendizado. Quando acontece uma coisa dessas, a gente fica pensando”, declarou.
O atleta agradeceu o apoio dos amigos e da namorada, Bruna Marquezine, desde o acidente em campo. “Todos os meus amigos que me ajudaram a tomar banho, a me vestir, e a minha namorada, todos que me ajudaram na minha recuperação”. E completou: "Já passou, já sofremos, já choramos o que tinhamos que chorar"
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Ao relembrar o dia do acidente em campo, Neymar ficou emocionado e chorou ao dizer que hoje poderia estar em uma cadeira de rodas. "Foi um lance que eu não concordo, não aceito. Não vou falar que foi uma maldade, porque não estava na cabeça dele para saber disso. Mas todo mundo que entende de futebol, sabe que não foi uma entrada normal. Para fazer uma falta, você segura o tornozelo, segura, empurra, não é uma entrada de situação de jogo. Muitos de vocês falam que eu sou cai-cai, quando eu estou de frente, eu consigo me defender, mas de costas, não consigo me defender. A única coisa que pode me defender de costas é a regra. Foi um lance que não tinha como me defender, e acabei me machucando. Se fosse dois centimetros para dentro, eu hoje... poderia estar em uma cadeira de rodas. Foi um lance em um momento tão importante da minha carreira".
O jogador disse que recebeu um telefonema do atleta que o agrediu em campo. "Ele me ligou no dia seguinte, pedindo desculpas. Desejo tudo de bom na carreira dele. Não gosto de ver os jogos na TV, mas como era a minha seleção, tive que ficar assistindo como todo brasileiro. Você não pode fazer nada, só tem que torcer".
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“Estou muito feliz por ter voltado a reencontrar os meus companheiros. Claro que numa situação, digamos, ruim. Mas foi o que falei para eles: 'a gente começou junto e vamos terminar juntos'. O importante é que estamos fechados, unidos, vamos terminar honestamente, com a camisa que a gente ama e sempre sonhou em vestir. Espero que a gente seja alegre como sempre. Não é por causa de uma derrota, praticamente histórica, que a gente tem que baixar a cabeça e andar de cabeça baixa. Estamos no campo para jogar, para ganhar ou para perder. Não gosto de perder de jeito nenhum, nem em bolinha de gude, é doloroso, vai doer por muito tempo, mas dias melhores virão. Vamos fazer de tudo para devolver a alegria para o povo brasileiro e para as nossas famílias. É um semblante de tristeza, chato".
Neymar ainda deu a sua opinião sobre a derrota de 7 a 1 para a Alemanha. “Como todos vocês, foi uma coisa inacreditável, inexplicável. Foi um apagão em nossa equipe. Acho que não existe o ‘se’, ‘se eu estivesse em campo’. É fácil falar depois de uma partida. É difícil estar dentro do campo, sei o quanto é difícil ter um apagão dentro do campo, você não consegue fazer nada. Não vim aqui para explicar o que aconteceu na partida. Não tem como explicar. Se pararem pra fazer a escalação novamente, quase 95% serão os mesmos jogadores. Não tem o que falar, faz parte do futebol. Enfim, já passou, agora é encarar o jogo de sábado como se fosse uma final”.