Em exclusiva para a CARAS Digital, Bárbara relembra luta da família e fala da emoção de estar na Olimpíada de Tóquio 2020
Daniela Santos e Tabatha Maia Publicado em 28/07/2021, às 16h09 - Atualizado em 02/08/2021, às 12h01
Bárbara Coelho (33) está em Tóquio, no Japão, cobrindo os Jogos Olímpicos pela Rede Globo.
A cobertura esportiva traz um significado importante para a jornalista, já que ela enfrentou um momento difícil ao lado da mãe, Dona Inês Pandolfi, que venceu a luta contra um câncer de boca. Em entrevista exclusiva para a CARAS Digital, Bárbara falou da emoção da mãe ao vê-la no maior evento esportivo do mundo.
"O sentimento da minha mãe com relação a tudo o que eu estou vivendo é inexplicável. Na cerimônia de abertura, ela me mandou uma mensagem super emocionada, dizendo “não acredito que a minha filha está aí, no maior evento esportivo do mundo, participando da cobertura que sempre foi o sonho da vida dela”. Viver isso em família, nesse momento, com a minha mãe recuperada de um problema de saúde que foi tão difícil e doloroso, é uma vitória. Uma vitória da nossa família", disse ela, que fez uma tatuagem com a mãe para comemorar a vitória.
Assim como a sua mãe, Bárbara também se emocionou com a oportunidade de cobrir o evento, que precisou ser adiado por um ano devido à pandemia da Covid-19. "O sentimento é de muita gratidão. Me considero uma pessoa privilegiada por fazer parte dos Jogos Olímpicos, de uma cobertura como essa, tão limitada por conta da pandemia. Viemos para Tóquio com uma equipe muito reduzida, sabendo o tamanho da nossa responsabilidade, de passar para o Brasil não só as informações, mas a emoção do que estamos vivendo aqui. A posição de um repórter nunca foi tão importante para contar os bastidores e o que ele está vendo. Muito mais importante do que descrever o que está acontecendo – porque isso todos estão acompanhando nas transmissões – é levar o olhar de quem está aqui. Isso tem feito diferença na nossa cobertura e sinto isso no retorno das pessoas."
Além da emoção de estar em Tóquio, a jornalista está sentindo de perto a alegria dos medalhistas olímpicos: "Tem sido incrível. É o evento esportivo mais importante do planeta. Os atletas que estão já são muito vitoriosos, e quem sair com medalha está numa prateleira de gênios. O esforço para estar aqui também é sobrenatural. O esporte tem uma capacidade incrível de gerar histórias, e as histórias dessas pessoas, que estão por trás dessas medalhas, me emocionam", afirmou ela, que postou fotos nas redes sociais com atletas que conquistaram medalha.
Fernando Scheffer, bronze nos 200m livre e Kelvin Hoefler, prata no skate street -
Reprodução: Instagram
Devido à pandemia da Covid-19, Bárbara Coelho e os demais profissionais passaram por protocolos de segurança para entrar em Tóquio. "Passamos por alguns protocolos muito rígidos, ficamos 14 dias em quarentena e agora sim temos um pouco mais de liberdade", explicou ela, que embarcou para o Japão no dia 2 de julho.
Mesmo com os protocolos, a jornalista não escondeu a alegria em estar em um país que sempre sonhou conhecer: "É a minha primeira vez no Japão, um país que eu tinha loucura para conhecer. Nunca imaginei que eu poderia associar o meu trabalho a conhecer um lugar que sempre foi muito curioso para mim. Então, de fato, estou muito satisfeita, muito feliz."
Sobre o tempo livre, Bárbara revelou como tem utilizado:"Meus horários mais livres são de manhã e na hora do almoço e tenho tentado ir a algum templo nesse horário, porque eu amo a cultura japonesa e o budismo. Mas não posso dizer que tenho 'passeado'", afirmou.
Crédito: Globo/ Divulgação
Cobrindo mais uma Olimpíada pela Rede Globo, Bárbara Coelho ressaltou a importância do crescimento feminino no meio esportivo. Segundo ela, atualmente as mulheres contam com uma rede de apoio, essencial para a geração futura.
"O crescimento é a base pro futuro. A partir do momento em que estamos em maior quantidade, nós fortalecemos, fazemos desse número uma unidade e conseguimos nos ajudar, crescer juntas. Quem tem o sonho de trabalhar com jornalismo esportivo ou em qualquer área que já foi predominantemente masculina vai entender que agora existem muitas mulheres ali", disse.
"Antigamente, eram apenas uma, duas ou três, e as mulheres não tinham uma rede de apoio. Graças a essas pioneiras, nós chegamos até aqui. E graças a nossa chegada, outras terão a oportunidade de crescer em um ambiente profissional mais saudável. Precisamos de ambientes que propiciem às mulheres trabalhar, exercer suas funções sem desconfiança, com reconhecimento. Esse é o caminho", emendou.
Claro que com esse crescimento, Bárbara não escapa dos julgamentos da web, mas garante que aprendeu a lidar com os haters: "Ninguém está livre ou imune aos ataques de redes sociais. Todos nós sofremos, faz parte. Às vezes lido bem, às vezes fico chateada. Nos últimos anos aprendi a lidar melhor com isso", encerrou ela, que é seguida por mais de 400 mil seguidores em sua conta oficial do Instagram.
Crédito: Globo/ Divulgação
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