Superação e muitas conquistas no currículo: Conheça a história da ginasta Rebeca Andrade, que ajudou o Brasil a levar o bronze na final por equipes
Publicado em 31/07/2024, às 18h17
A ginasta brasileira Rebeca Andrade tem sido centro dos assuntos sobre os Jogos Olímpicos de 2024. Deixando até suas concorrentes de boca aberta, a jovem de 25 anos impressionou o mundo com seu talento na modalidade. Agora que o Brasil conquistou o primeiro bronze por equipes na ginástica artística, confira detalhes da trajetória de Rebeca Andrade:
A atleta precisou de muita persistência para chegar nos lugares onde chegou. Segundo matéria da Forbes Brasil, Rebeca vem de uma família humilde, da periferia de Guarulhos. Sua mãe criou os 7 filhos sozinha, pois o pai se afastou desde a infância da jovem. Por esse motivo, a mãe da atleta precisou trabalhar o dia todo como faxineira para sustentar a família.
Aos 4 anos de idade, Rebeca ingressou na ginástica artística, em um projeto local de incentivo ao esporte, e em determinada época de sua infância, sua mãe não conseguia mais pagar o ônibus para ela chegar nos treinos. Assim, Rebeca passou a andar 2 horas para chegar no centro de treinamento. Seu irmão tinha que acompanhá-la para protegê-la, já que a mãe estava trabalhando.
“Tinha chão para chegar no ginásio, tinha chão para a gente comer, mas tudo valeu a pena. O apoio dos familiares foi fundamental, eles faziam isso porque me amavam e acreditavam em mim”, disse ela em entrevista à Forbes Brasil.
Com 10 anos, Rebeca se mudou para Curitiba com o objetivo de se dedicar integralmente ao esporte. Mesmo longe da família, a jovem contou que fez tudo com muito amor, já que essa era uma possibilidade de dar a todos uma vida mais próspera.
Em 2011, Rebeca chegou ao Flamengo e, no ano seguinte, surpreendeu ao conquistar o Troféu Brasil de Ginástica Artística. Mesmo com essa sendo sua primeira competição na elite, ela superou nomes já consagrados como Jade Barbosa e Daniele Hypólito.
Seu primeiro resultado expressivo em competições de grande porte foi na etapa da Copa do Mundo em Ljubljana, na Eslovênia, onde Rebeca conquistou a medalha de bronze nas barras assimétricas.
Apesar do bom desempenho na temporada, Rebeca sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito, precisou passar por cirurgia e ficou fora dos Jogos Pan-Americanos de 2015 e do Campeonato Mundial. Mas seu retorno às competições foi impressionante. Em 2016, ela conquistou cinco medalhas nas etapas da Copa do Mundo e estreou nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Em 2017, Reebeca viveu altos e baixos. Embora tenha começado de maneira excelente, com a conquista de três medalhas de ouro em etapas da Copa do Mundo, a ginasta sofreu outra lesão no ligamento do joelho, o que a afastou novamente do Campeonato Mundial.
Rebeca voltou a competir em setembro de 2018 no Campeonato Pan-Americano, realizado em Lima, no Peru. Sua estreia no Campeonato Mundial aconteceu em Doha, no Catar, onde a equipe brasileira ficou em quarto lugar. Na etapa da Copa do Mundo em Cottbus, Rebeca conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata.
No entanto, assim como em 2017, o ano de 2019 foi complicado para a ginasta brasileira. Os dois ouros conquistados na etapa da Copa do Mundo em Stuttgart, na Alemanha, foram ofuscados por mais uma lesão no joelho. A nova cirurgia, naquele momento, colocou em dúvida a participação de Rebeca e da seleção brasileira nos Jogos de Tóquio 2020.
Após anos de esforço e paciência, os frutos foram colhidos merecidamente por Rebeca Andrade. Seu primeiro grande destaque na história do esporte veio nas Olimpíadas de Tóquio, disputadas em 2020 e 2021. A ginasta levou a medalha de ouro na apresentação de saltos, superando a recordista Simone Biles, e prata na apresentação individual geral, viralizada pela música "Baile de Favela", e marcando a primeira vez em que uma atleta se apresentou ao som do funk carioca.
Já em 2023, Rebeca Andrade fez o Brasil ganhar destaque no mundo quando venceu o salto nos Jogos Pan-Americanos. Diversas das maiores potências do esporte internacional disputavam a medalha, mas quem conquistou seu primeiro ouro na competição foi ela, Rebeca Andrade.
Vale lembrar que o Brasil não vencia uma medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos desde 2007. E essa é uma das mais disputadas do mundo, envolvendo potências como Estados Unidos e o Canadá.
Superando Simone Biles no campeonato mundial de ginástica artística, Rebeca Andrade venceu as disputas de salto e trave no Pan-Americano. Confira o salto que trouxe o primeiro ouro para a atleta:
Ver essa foto no Instagram
Após a equipe brasileira feminina de ginástica conquistar a medalha de bronze nas Olimpíadas Paris 2024, fãs e internautas estão ansiosos para assistir as finais individuais de Rebeca. A ginasta ainda participará de quatro finais: individual geral, além das finais de solo, salto e trave.
A primeira delas é nesta quinta-feira, 1, na final do individual geral. A brasileira entra em ação a partir de 13h15 - no horário de Brasília - e terá Simone Biles como principal concorrente nesta disputa. No sábado, 3, Rebeca enfrentará outra final, desta vez no salto. Depois, a atleta brasileira volta a competir na segunda-feira, 5, com participações na trave e no solo.