O Cocriagro, hub de inovação que Tatiana Fiuza fundou, tem o objetivo de promover conexões para incentivar novas soluções para o setor
Não é apenas nos grandes centros que ciência e tecnologia formam um binômio cada vez mais presente. No agronegócio já se desenvolvem startups voltadas a soluções que aperfeiçoem o setor em vários aspectos. Tatiana Fiuza é um exemplo dessa visão empreendedora.
Moradora de Londrina, no Paraná, ela trabalha há 19 anos com ciência, tecnologia e também inovação. Ela é uma das fundadoras do Cocriagro – Hub de Inovação voltado a novas soluções para o agronegócio: conectar startups do setor com o ecossistema de inovação brasileiro.
Brasiliense de nascimento, Tatiana é casada com Manuel Bastos, ambos com 44 anos; e juntos têm dois filhos: Davi, de 17 anos e Flávio, de 11 anos. Formou-se primeiramente em Jornalismo, com mestrado em Propriedade Intelectual; depois concentrou seus estudos em Transferência de Tecnologia e em Geografia.
Em 2022, ela foi listada pela Forbes como uma das 20 brasileiras que melhor atuam com inovação e agtechs (startups do agro). Nesse mesmo ano, seu nome figurou na lista "Mulheres que Inspiram Outras Mulheres no Agro", do Radar Agtech.
Segundo Tatiana, uma "startup do agro é uma empresa de base tecnológica que possui uma solução voltada ao agronegócio. Existem empresas que possuem plataformas, aplicativos, insumos e produtos biológicos”. Ela afirma que esta base pode ser uma plataforma de software ou ainda uma base de biotecnologia. “São empresas menores, mais enxutas”.
Tatiana Fiuza esclarece que estas empresas produzem soluções que trazem inovação. “Podem ser uma economia de tempo, um aumento de produtividade. Ou ainda um auxílio para o produtor gerenciar melhor sua propriedade”. O bem-estar animal também é uma das soluções pensadas por uma empresa de startup. “Eu sempre falo que as agtechs, vão ajudar o produtor, uma empresa, uma agroindústria a inovar”, conta.
Na maioria dos casos, explica a empresária, esta inovação se relaciona com a sustentabilidade. Tatiana afirma que “o Brasil hoje já é o maior produtor de biológicos do mundo. As nossas práticas já são as melhores práticas sustentáveis”. Estes produtos biológicos, como bactérias e fungos não agridem o meio ambiente e melhoram a produção nas plantações.
O Cocriagro vem ao encontro destas novas demandas tecnológicas e de sustentabilidade. “A empresa é um hub de inovação para o agronegócio com o objetivo de promover conexões para incentivar inovações no mercado brasileiro”. Tatiana e mais os seus dois sócios George Hiraiwa e Sergio Barbosa fundaram o Cocriagro em 2021, “mas, aqui em Londrina, promovemos ações para fomentar o surgimento de startups desde 2016”.
Já em 2019, toda esta intensa atividade de fomento à inovação, “chamou a atenção do Ministério da Agricultura e Pecuária, que chancelou Londrina como polo de inovação”. Ela acrescenta que esse foi o primeiro polo reconhecido oficialmente pela pasta no Brasil.
“A gente faz esta conexão entre os nossos clientes, que podem ser produtores, pesquisadores, universidades, empresas e cooperativas com as 50 startups ligadas ao Cocriagro de todas as regiões do Brasil”. Para completar, ela emenda que “há também uma empresa do Vale do Silício (EUA) que está utilizando tecnologia do Brasil”.
A paixão pela inovação e a paixão pelos frutos que a terra proporciona podem parecer, aos olhos de alguns, desconectadas. Não para Tatiana Fiuza. ”O agro que me escolheu”. Não é à toa que ela se vê como uma mulher criativa, responsável e capaz de abraçar tantos projetos.