No evento CARAS Country Talks, as conferencistas Belisa Souza Maggi, Débora Bortolasi e Emília Raucci destacam a crescente atuação feminina no setor agro
Publicado em 15/10/2024, às 23h13 - Atualizado em 16/10/2024, às 19h41
Mulheres que são destaques no agronegócio estão reunidas nesta terça-feira, 15, no Blue Note São Paulo, no evento CARAS Country Talks – projeto idealizado para homenageá-las. A data foi especialmente escolhida por se tratar do Dia Internacional da Mulher Rural. As empresárias do setor agro Belisa Souza Maggi, Débora Bortolasi e Emília Raucci estão entre as conferencistas do painel Inovação e Desafios no Agronegócio: Como as Mulheres Estão Liderando a Transformação, que aborda economia, sustentabilidade, sucessão e inovação.
No debate, mediado pelo professor José Luiz Tejon – considerado o maior conferencista na conjugação dos temas agronegócio, marketing, liderança e superação – os convidados puderam ouvir as experiências de cada uma das conferencistas. Belisa, empresária do Grupo Amaggi, se emociona ao falar de liberdade.
“Tenho a plena consciência que sou a primeira geração da minha família que pode fazer algo de bom com o que eu estou recebendo, mas com liberdade. É a primeira. Só que essa liberdade vem com algo também intrínseco, que é essa parte de responsabilidade. Então, a gente tem responsabilidade; mas não é só uma responsabilidade com os negócios, é uma responsabilidade com a gente mesmo”, ressalta.
“É de saber quem nós somos, aquilo que a gente quer construir. A responsabilidade está atrelada aos nossos valores. E aí sim, a gente cria realidades incríveis. A gente fala tanto do mundo como ele está, mas parte de nós mudarmos essa realidade, porque nós somos as detentoras disso. Nós somos aquelas que vão repercutir isso, nessa nova era. Está muito claro isso pra mim”, completa.
Já Débora Bortolasi, diretora-executiva B2B da Vivo, fala sobre os desafios encontrados no Brasil de norte a sul. “Falando do agro, a gente tem um tema de colaboração que é muito forte. E olhando para o que a gente constrói, para tudo que a gente investe – a Vivo hoje investe muito em infraestrutura de fibra, infraestrutura de cobertura, temos operações satélite. E olhando para o agro, para todo o ambiente produtivo do agro, a gente ainda tem tanto para crescer. Trinta por cento da área produtiva do país é coberta, e a gente precisa levar tecnologia, a gente precisa levar inovação, e a gente não faz isso sozinho. E o processo de colaboração é fundamental, é fundamental olhar (...) A realidade está lá no campo, não está aqui”, fala.
“Obviamente que aqui na cidade é importante a gente desenvolver e fazer tudo o que a gente tem que fazer, mas a gente precisa entender a realidade do campo. E a gente descobre muitas empresas, muitas cooperativas, onde a coletividade, a colaboração muitas vezes nos ajuda a viabilizar projetos, coberturas, infraestrutura, conectividade, informação, para acelerar, eu acho, todo esse potencial que a gente tem no Brasil; e fazer isso de uma maneira responsável”, acrescenta.
Emília Raucci, diretora de qualidade da JBS, também participou do CARAS Country Talks. No bate-papo, a profissional, que é referência de uma das maiores empresas de proteína animal do mundo, fala sobre a força do setor enquanto liderança feminina na área. “Dentro da JBS, que é uma empresa que investe no capital humano e dá as oportunidades, tive a oportunidade e fui convidada a liderar. Tive o desafio de transformar algumas questões internas. A gente conseguiu conduzir uma transformação, principalmente valorizando o potencial do capital humano”, conta.
“Como a tecnologia, a inovação nos ajudou nisso? Transformando o monitoramento dos processos (...) De todo o papel para o eletrônico. E no começo, foi um susto para os colaboradores, foi uma mudança muito grande. E o medo? Meu Deus, será que vou conseguir fazer essa tarefa, trabalhando com tablet, trabalhando num aplicativo, trabalhando com um celular no meu posto de trabalho? E aí, a gente começou, então, o acolhimento e a colaboração dessa transformação interna”, acrescenta.
Segundo ela, o objetivo era fazer com que todos acreditassem em uma melhoria. “Porque a gente passa a utilizar muito mais o capital intelectual dos nossos colaboradores, trabalhando no dia a dia, interagindo nas grandes decisões, e não mais só num trabalho manual. E aí, a tecnologia, depois que a gente deu esse passo e foi avançando, vem fazendo parte (...) Fazendo, muitas vezes, com um passo do nosso agronegócio que tem essa grandeza toda”, salienta.
“A gente criou os escritórios verdes que dão oportunidade pros nossos fornecedores parceiros, através das nossas tecnologias de apoio técnico, de gestão, melhorar a sua produtividade. Então, buscar uma regularização socioambiental (...) A gente falou um pouquinho de sustentabilidade, a gente falou da importância de a gente preservar isso, então, isso acabou transformando, de certa forma, essa parceria com os nossos fornecedores. Uma inovação, não é só tecnológica, mas também comportamental”, finaliza.
Há dois anos, a CARAS vem dando destaque e acompanhando de perto as trajetórias das mulheres protagonistas dessa revolução, repercutindo seus propósitos e conquistas em 360°, através do seu site, por meio da coluna CARAS Country.
A iniciativa é promovida pela CARAS, apresentada por Vivo, patrocinada por JBS, Mitsubishi e FAESP e com apoio de Capoeira Café, Scania, Brie + BA5S, Orígeo, VL Accessoires e Blue Note São Paulo.