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Revista / ENTREVISTA

Tontom busca identidade própria em carreira musical: 'Tenho vontade de criar'

Em entrevista à CARAS Brasil, Tontom, caçula de Heloísa Périssé, detalha sua carreira no mundo da música e reflete sobre o papel da arte em sua vida

por Fernanda Chaves
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Publicado em 26/10/2024, às 11h00 - Atualizado às 11h28

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Tontom, filha caçula de Heloísa Périssé - Foto: André Ivo
Tontom, filha caçula de Heloísa Périssé - Foto: André Ivo

Alcançar o posto de top 1 viral do Spotify Brasil com seu primeiro single não é para qualquer um! E Tontom (18) conseguiu a façanha com o hit Tontom Perigosa. De forma orgânica e com estilo musical para lá de original, a cantora se lançou na música com o pé direito.

E, para completar, no ano passado, Tontom estreou no cinema, ao lado de ninguém menos que a estrela Xuxa Meneghel (61), no filme Uma Fada Veio Me Visitar. Grandes feitos para uma jovem artista que mantém os pés no chão, é dedicada e tem a arte correndo pelas veias.

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Filha da atriz Heloísa Périssé (58) e do diretor Mauro Farias, ela canta, atua e escreve desde pequena e, agora, começa a dar os primeiros passos para construir sua história dentro do universo das artes. "Tenho vontade de criar minha própria identidade", afirma, durante bate-papo leve e descontraído com CARAS no Galpão Ladeira das Artes, na Cidade Maravilhosa.

Foto: André Ivo
Foto: André Ivo
Foto: André Ivo
Foto: André Ivo
Foto: André Ivo
Foto: André Ivo
Foto: André Ivo
Foto: André Ivo


Como começou a sua relação com a música?
Desde pequena, eu gostava de música, cantava as que inventava. Aos 7 anos, comecei a fazer aula de piano; aos 11 comecei a fazer aula de canto, quando fiz uma peça chamada Alice no País da Internet, com a minha mãe e com a minha irmã, Luisa. Mas foi durante a pandemia que eu fiquei mais vidrada em música, comecei a me aprofundar e aprendi a tocar violão e guitarra, que hoje são os meus principais instrumentos.

Quando percebeu que isso poderia ser sua profissão?
Eu sempre soube. Acho que nunca foi uma ficha que caiu, sempre foi algo natural. Mas diferentemente de uma ficha cair é ver as coisas acontecendo, é mais por esse lado. Eu sempre fiz porque é o que amo e comecei a querer levar minhas músicas às pessoas, deixar de guardar só para mim. E isso é um trabalho: você produzir, lançar... é o que quero seguir, é o que quero fazer. O teatro e o cinema também foram coisas que fui fazendo porque amo e, por acaso, são uma profissão, mas agora meu foco é mais na música. Estou apaixonada pelo meu EP, Mania 2000.

O que sente quando sobe ao palco para fazer seus shows? Dá um frio na barriga?
Quando você está ali, cantando para as pessoas, você está se expondo ao vivo, então dá um nervoso, um frio na barriga, mas a coisa mais gostosa que tem é estar no palco. Quando vou fazer um show, dias antes fico meganervosa, achando que sou horrível, que não vou conseguir e, no dia do show, não sinto nervoso nenhum. É engraçado como a energia das pessoas me move.

Sua família é da área artística. Pegou conselhos com eles?
O principal conselho não foi algo que eles me disseram, mas algo que vejo na vida, que é essa liberdade que os meus pais têm de criar e de inventar. Eles sempre passaram isso para mim. Eu tenho direito de criar o que eu quiser e o que der na telha.

Você carrega sobrenomes de peso, mas não usa nenhum deles como nome artístico. A ideia é criar sua própria história, ser independente?
Sim. Eu nasci sendo filha dos meus pais, vou ser para sempre e tenho o maior orgulho de ser filha deles. Não tenho vontade de me desvincular deles, mas sim de criar a minha própria identidade. Mas quero estar muito junto da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos, da minha família.

Na área artística, hoje em dia, usam muito o termo nepobaby (bebê do nepotismo). Como lida com isso?
Eu lido bem com essa questão, porque realmente eu nasci numa família de artistas, eles já estão incluídos nessa indústria, já fazem parte dela e conhecem muita gente, então, para mim, não é um problema me chamarem de nepobaby. Eu só faço questão de usar os meus privilégios da melhor forma.

Reconhece que esses privilégios abrem portas?
Reconheço, mas também reconheço que não é isso que vai me sustentar. Sou muito pé no chão, então tenho muita vontade e sei que preciso ser uma artista boa por mim mesma.

Como foi ver Tontom Perigosa em primeiro lugar no top viral do Spotify Brasil?
Para mim foi um choque! Eu não tinha ideia que isso ia acontecer, não era nem uma expectativa, nem um sonho. Na verdade, para mim, isso não era possibilidade. Obviamente que queria que chegasse a novas pessoas, que meu trabalho furasse minha bolha, mas foi uma surpresa muito boa. Fiquei em êxtase! Foi um momento especial, de ver que tenho capacidade de fazer isso.

E como fica a cabeça depois desse sucesso? Se cobra para emplacar outros hits?
Zero, não era a minha intenção ter um hit viralizado. Óbvio que foi uma experiência incrível e fiquei muito feliz, mas, como eu disse, sou muito pé no chão, quero fazer as coisas com calma. E eu sei que tudo que acontece muito rápido, tem o risco de acabar muito rápido também, então não tenho desejo de fazer hit atrás de hit, nem ser a pessoa mais estourada do mundo. Eu tenho muita vontade de construir uma base de pessoas que me acompanham, que são fiéis, que gostam do que eu crio e que vão estar abertas para ouvir o que eu estiver disposta a contar.

Junto com o alcance do seu trabalho vem a fama. Como tem encarado o interesse sobre você, sobre sua vida pessoal?
Eu ainda estou processando [risos]. Não é a coisa mais fácil do mundo me expor tanto. Mas, ao mesmo tempo, amo um palco. Só que é diferente você se expor no palco e expor a vida pessoal, né?! A melhor coisa que posso fazer é ser o mais sincera possível, ser o mais eu possível, porque não posso ser nada melhor do que quem sou. Então, é isso que tenho para entregar. E é um lugar que eu tenho confiança também, na minha personalidade, na minha forma de me comunicar, é algo que estou digerindo, processando. Mas quero sempre respeitar um certo limite que tenho em relação a isso, porque até com as pessoas mais próximas eu não sou alguém que me entrego tão fácil assim.

Recentemente você completou 18 anos. Como encara a fase da maioridade?
A parte que estou mais animada é pelo jeito como as pessoas podem passar a me ver, sabe? Porque tenho uma personalidade muito doce, muito fofa, mas acho que isso, às vezes, pode cobrir outros traços da minha personalidade, que também são muito fortes. Sendo maior de idade, fico animada para ganhar um outro respeito em relação a quem eu sou.

Tontom é perigosa mesmo?
Posso ser [risos]. Acho que sou no sentido de ser muito decidida, determinada, eu sei o que quero. Talvez meu perigo esteja aí! Ou não, né? Não sei se isso é um perigo. Por que seria?

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