Em entrevista à CARAS Brasil, a dermatologista Renata Sitonio explica como funciona o procedimento e alerta sobre riscos, caso não haja os devidos cuidados
Wagner Santiago, ex-participante do BBB 18, deu detalhes sobre a "harmonização peniana" que realizou no ano passado, em recente entrevista ao podcast Pod de Tudo e + Um Pouco. Ele revelou que o procedimento se chama harmonização masculina e ainda brincou: “Mole já é bonitão, meia bomba o tempo todo”. A CARAS Brasil conversou com a médica dermatologista Renata Sitonio, especialista em tratamentos corporais por Harvard, sobre o procedimento e, principalmente, os riscos que pode provocar, caso não haja os devidos cuidados. Ela ainda fez um alerta importante sobre quando é utilizado o ácido hialurônico na técnica.
Ao podcast, o ex-BBB ainda falou: “Sabe esses preenchedores que a gente põe no rosto, na mandíbula e as meninas põem na boca? Você coloca no pau e ele fica maior e (aplica) botox (também). Sabe quando está muito frio e o pau fica uma verruguinha (pequeno)? Sabe quando ele está meia bomba que fica mais bonitão? Os caras aplicam botox na base dele e o pênis não volta mais para dentro. Então, pode estar menos cinco graus que ele vai estar lá bonitão. Essa é a dita harmonização masculina. Mole já é bonitão, meia bomba o tempo todo”.
Renata explica que a toxina botulínica pode ser injetada no músculo de dartus, que fica ao redor do pênis e que se contrai quando o paciente está sentindo frio, estresse, exercício físico ou quando tem algum constrangimento. “E isso para alguns homens pode ser motivo de vergonha, pois tem um músculo hiperreativo que se retrai excessivamente nessas situações, causando constrangimento em relação à parceira ou até mesmo em uma sauna, em um vestiário, na frente dos amigos”, informa.
De acordo com ela, as injeções são feitas no músculo, através da pele após anestesia tópica com pomada anestésica. São injeções bem superficiais que não chegam a causar problemas ao paciente. “A ação da toxina botulínica, relaxa o músculo, evitando a contração excessiva e redução do tamanho do pênis flácido mesmo em situações de frio ou estresse”, emenda a médica, acrescentando que essa retração excessiva independe do tamanho do pênis ereto que pode ser normal, mas quando flácido, diminui tanto que chega a constranger o paciente.
Ainda segundo Renata, a toxina botulínica também pode ser aplicada na região escrotal para deixar a pele do escroto um pouco mais lisa e aumentar a bolsa escrotal pelo relaxamento da musculatura, diminuindo a contração. Alguns homens preferem também esse tipo de estética.
CUIDADOS NO PÓS
A dermatologista informa também que a aplicação da toxina botulínica é um procedimento muito tranquilo e simples. Com anestesia tópica, praticamente o paciente sentirá pouquíssima dor. "Ela (toxina botulínica) vai durar em torno de quatro a cinco meses. Quando se necessário e se o paciente tiver vontade, pode ser replicada. Os maiores cuidados são em relação à limpeza adequada do local, que é uma região contaminada, como a gente sabe, genital. E se não tiver uma limpeza adequada, pode haver algum tipo de infecção, levar alguma bactéria através da agulha para a pele do paciente, ou então, perfurar algum vaso e levar a um sangramento e pequeno hematoma”, destaca.
ÁCIDO HIALURÔNICO E RISCOS
Renata diz que o preenchimento com ácido hialurônico é utilizado para aumentar o tamanho do pênis. “O ácido hialurônico é um gel que vai aumentar tanto em diâmetro quanto também em comprimento do tamanho do pênis. É um procedimento que já tem mais riscos, já que esse gel se injetado incorretamente dentro de um vaso, por exemplo, vai impedir ali a passagem de sangue e pode causar uma oclusão vascular, ou seja, um entupimento do vaso, impedindo a passagem de sangue e consequentemente a entrega de oxigênio à pele que pode necrosar”, informa.
Há casos relatados na literatura de uma limpeza mal feita, onde o ácido hialurônico acabou levando bactérias para dentro do pênis, relata a médica. “Como ele é um gel, ele vai formar ali um meio de cultura, as bactérias vão se proliferar e o paciente pode ter até uma infecção generalizada. Então tem que ser feito com muito cuidado, assepsia adequada, sem exagerar na quantidade do produto, porque quanto mais produto você coloca, mais compressão a gente vai ter no órgão e isso pode causar problemas para o paciente”, salienta.
“O ideal é que se injete somente ácido hialurônico. Evite qualquer produto definitivo que não seja degradado pelo corpo, como por exemplo o PMMA, que não tem como ser retirado e qualquer tipo de alergia ou reação que o paciente venha a ter, não dá para retirar o produto. Vai ser um problema definitivo para o resto da vida, porque ele não pode ser removido”, finaliza.