Craque brasileiro tem apoio da família em Paris para a nova etapa da brilhante trajetória
Ele é o cara! Desde que foi anunciado no Paris Saint-Germain, o nome de Neymar Jr. (25) o projetou mais ainda para o mundo. Já na Cidade Luz — depois de apresentado à torcida e do gol de estreia —, o brasileiro ganha o apoio da família na nova etapa. Pai de Davi Lucca (5), o aplicado filho de Neymar Silva Santos (52) e Nadine (50) e irmão de Rafaella (21) e Jota Amâncio (25) fala, com exclusividade à CARAS, da relação com o herdeiro, do trabalho social com o Instituto Projeto Neymar Jr., na Baixada Santista, e dos desejos por um Brasil melhor e ainda como lida com a crescente fama.
– Quais valores pretende ensinar ao seu filho?
– Quero ensinar ao meu filho tudo o que meu pai e minha mãe me ensinaram. Ser uma pessoa boa, honesta e trabalhadora. Meus pais tiveram uma vida de muita dificuldade e lutaram muito para dar o melhor que podiam para mim e para a minha irmã. Nós fomos criados com muito carinho e amor e é dessa forma que quero criar o Davi.
– Você volta a ser criança quando está com ele?
– Eu já me considero meio criança com meus amigos, imagina com o meu filho! Brincamos muito e isso é uma das coisas que mais me deixa feliz.
– Pretende ter mais filhos?
– Eu quero, sim, ter uma família e muitos filhos! Mas tudo tem o momento certo. Agora minha cabeça tá voltada para o PSG e chegar bem na Copa do Mundo.
– Se adapta facilmente?
– Não tenho dificuldade em me adaptar a novas situações. Claro que no começo tudo é diferente e a gente estranha um pouco, mas logo me acostumo.
– Mas, antes de desembarcar em Paris, na despedida do Barcelona, o que mais lhe emocionou?
– Para mim, o momento mais marcante foi ter que me despedir dos amigos que fiz ao longo desses anos que fiquei lá, foi muito difícil. Messi, Suárez, Piqué, Iniesta e muitos outros. Deixar a cidade de Barcelona também, mas a vida de um atleta profissional é assim. Temos que olhar pra frente.
– Por que decidiu e o que te motivou a ir para o PSG?
– Vim para o PSG em busca de novos desafios. Joguei ao lado de meus ídolos e ganhei tudo o que eu sonhei pelo Barcelona. Agora é começar a escrever uma nova história e farei de tudo para que ela seja vitoriosa.
– De que sentirá mais falta ou já começou a sentir?
– Vou sentir falta dos amigos que me acompanharam nesses anos que morei em Barcelona.
– Imaginemos a mesma oferta, mas feita por um clube de outro lugar do mundo, China, Rússia, Estados Unidos, um país árabe, você teria aceitado?
– Nem quero pensar em outro clube ou outro lugar do mundo! Acabei de chegar em Paris e não penso em outra coisa se não o Paris Saint-Germain.
– Como os seus amigos brasileiros ajudam neste momento de transição?
– Meus amigos sempre estiveram comigo, desde o começo da minha carreira. Eles fazem com que eu me sinta em casa e, sem dúvida, me ajudam muito em qualquer momento da minha vida.
– O que sentiu quando viu torcedores do Barcelona queimando sua camisa e insultando-o por ter ido para o PSG?
– Eu só tenho carinho pelo FC Barcelona, pelos seus torcedores e pela Catalunha. Foram quatro temporadas maravilhosas em um clube e uma cidade que me receberam de braços abertos e em que vivi momentos maravilhosos. É isso o que quero guardar para sempre.
– Por que seu pai queria que você continuasse no Barcelona?
– A minha vontade de encarar esse desafio foi maior do que todos os argumentos válidos que meu pai usou para colocar a opinião dele. Mas a conversa que eu tive com ele é coisa de pai e filho e prefiro deixar entre nós dois.
– Família é muito importante em sua vida. Seu pai, sua mãe e sua irmã sempre estão ao seu lado. Como será seu relacionamento, agora, nessa mudança, com seus familiares? O que mudará?
– Nada mudará. Meus pais continuam me apoiando nas minhas decisões e querendo o melhor para mim. Nosso amor continua o mesmo.
– Aliás, e para continuar falando da família: Qual a maior lição que aprendeu com seu filho?
– Quando meu filho nasceu, passei a entender tudo que meu pai fez por mim. Foi algo especial para mim e isso mudou a minha vida.
– Você se considera um homem romântico?
– Sou romântico, sim, e bastante...
– Há momentos que você consegue vivenciar o anonimato, sentir-se apenas mais um?
– São poucos esses momentos! Normalmente acontecem quando estou com meus amigos e minha família.
– Sua relação com as redes sociais é intensa. Como lida com isso? Gosta de postar, lê comentários, responde os leitores?
– Me divirto nas redes sociais! Até queria interagir um pouco mais, mas não consigo responder todos os comentários porque são muitos! Mas acho muito bacana a forma como as pessoas se manifestam nas minhas redes.
– Como é ser o 1º perfil com mais seguidores do Brasil? Como chegou nisso?
– Nem ligo pra isso! Uso minhas redes da mesma forma que qualquer um usa, então ser o 1º ou não, é algo que nem passa na minha cabeça.
– Davi já usa celular, vê seus posts? Ele também tem um Instagram, né?
– Ele tem conta no Instagram, sim. A gente acompanha tudo, tem que ter cuidado. Claro que tem sempre alguém fazendo os posts por ele, mas ele já dá os seus “likes” sozinho...
– Você se considera um homem vaidoso?
– Sou vaidoso, sim.
– Seu cabelo é sempre assunto. Como escolhe os penteados, os cortes e as cores? Acompanha tendências de moda?
– Não costumo acompanhar. Gosto de ser criativo com meus cortes de cabelo e fazer o que eu tenho vontade.
– Acompanha as notícias, se indigna com o cenário político e econômico? Ou prefere ignorar essa realidade e se concentrar naquilo que acontece onde você está, seja Espanha ou França?
– Dentro das possibilidades. Procuro não me manifestar porque, sempre que falei algo, as coisas tomaram uma proporção gigante. Mas, sempre que possível, me atualizo.
– Como gostaria de ver seu País para que todos vivessem em melhores condições?
– Meu sonho é que a educação seja realmente prioridade porque é assim, na minha opinião, que começamos a mudar o futuro. Eu e minha família acreditamos nisso e tentamos fazer a nossa parte com o Instituto, que construímos na Praia Grande. São 2400 crianças que recebemos lá diariamente. Elas praticam esporte e recebem reforço escolar. Uma outra questão que eu gostaria de falar também é que precisamos de paz em nosso País.
– França é um dos países mais afetados pelo terrorismo, os atentados, a questão dos refugiados: isso não o assusta?
– A questão do terrorismo me assusta um pouco porque é algo imprevisível. Pode acontecer em qualquer hora e lugar. No Brasil, felizmente, a gente não convive com isso. Como falei na resposta anterior, precisamos de paz!
– Seu projeto intitulado Instituto Projeto Neymar Jr. ajuda milhares de crianças carentes. De onde surgiu esta necessidade: de você mesmo, de seu pai, da sua mãe...?
– O Instituto surgiu de uma ideia da minha família. Sabemos das dificuldades do bairro porque cresci ali, no Jardim Glória. Decidimos criar o Instituto para auxiliar as famílias e as crianças que vivem naquela região, oferecendo novas possibilidades. A gente acredita que a educação e a união da família podem ajudar a construir uma nova sociedade.
– Está feliz com os resultados do Instituto?
– Estou muito feliz com isso. É incrível poder proporcionar às crianças do bairro onde eu cresci uma experiência tão boa, uma oportunidade que eu não tive quando tinha a idade deles.
– Pretende ampliar as atividades do Instituto?
– Este projeto é muito novo, estamos no terceiro ano de atividade e estamos aprendendo muito também. Mas, no futuro, queremos ampliar a nossa atuação. Quanto mais crianças e famílias pudermos ajudar, melhor!
– O que ainda não conquistou na vida e que almeja muito?
– A Copa do Mundo, sem sombras de dúvida! Um título mundial pela Seleção Brasileira é a consagração máxima na carreira de um jogador. E vou trabalhar muito para ajudar a trazer o hexacampeonato para a nossa torcida.
– Como foi a emoção da festa de apresentação ao PSG e ao ver a Torre Eiffel, um símbolo internacionalmente conhecido, lhe dando as boas-vindas?
– Fiquei emocionado durante toda a festa de boas vindas que o PSG montou para mim! Eu não esperava uma recepção tão gigante! Foi uma grande honra para mim e para toda a minha família. Não tem como ver seu próprio rosto e seu nome na Torre Eiffel e não se emocionar, mas o calor da torcida no estádio foi, com certeza, um dos momentos mais marcantes e vai ficar comigo pra sempre.
– Acompanha as notícias sobre você na imprensa?
– Procuro não ir atrás de notícias que saem sobre mim, mas, às vezes, é inevitável ver o que sai na mídia. Fico surpreso com tantas especulações.