Em entrevista à CARAS Brasil, Vincenzo Richy explica volta ao Brasil após um ano na Itália e detalha papel em Garota do Momento, nova trama da Globo
"Voltar à essa casa é algo que enche meu coração, e, com o convite para Garota do Momento, a emoção só aumenta". A frase é do ator italiano Vincenzo Richy (30), que retornou ao Brasil após passar um ano em seu país de nascença e, agora, está de volta à Globo —emissora em que pisou pela primeira vez em 2014, como parte da figuração da novela Geração Brasil.
O artista faz parte do elenco de Garota do Momento, novela de época escrita por Alessandra Poggi, que já assinou trabalhos como Malhação e Pé na Cova, e dirigida por Jeferson De e Natália Grimberg. Em entrevista à CARAS Brasil, Vincenzo Richy não dá spoilers sobre seu papel, porém, adianta que será um ex-amor de uma personagem interpretada por uma grande atriz da Globo.
"A possibilidade dele voltar à trama para mexer com o coração dela está no ar. Em uma obra aberta como uma novela, tudo pode acontecer, e estou ansioso para ver como essa história vai se desenrolar", acrescenta o ator, que esteve presente em As Aventuras de Poliana (SBT, 2018-2020) e Poliana Moça (SBT, 2022-2023), como Vinícius.
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No meio tempo entre um trabalho e outro, ele seguiu se dedicanto à sua produtora audiovisual, a VRA Production, e também passou um ano morando na Itália, para estar ao lado da família enquanto seu pai enfrentava a batalha contra um câncer.
"Eu não morava lá há 13 anos. Claro, eu ia e vinha com frequência, já que minha família, meus pais, primos, tios e grandes amigos estão lá, mas eu quis estar perto da minha família nesse momento. Graças a Deus, ele está bem agora e recuperado", explica o ator, que voltou ao Brasil em abril. "Aqui, me sinto mais identificado e feliz. A vida no Brasil realmente me traz muitas satisfações."
Abaixo, Vincenzo Richy recorda os bastidores do SBT, o início de sua carreira na Globo e dá detalhes do ano em que viveu na Itália. O ator também comenta sua relação com as redes sociais e revela novos projetos que está se dedicando. Leia trechos editados da conversa.
Qual a sensação de retornar à Globo?
Falar da Globo sempre me emociona. Foi aqui que dei meus primeiros passos na TV, e voltar a essa casa é algo que enche meu coração. Comecei minha jornada como figurante, e isso foi essencial para mim. Existe um mito na nossa profissão de que começar como figurante pode limitar sua carreira, mas sempre pensei diferente. Queria entender o ecossistema de um set, observar como tudo funcionava. Fiz figuração em Geração Brasil, em 2014, era apenas um observador, mas tive a honra de estar no mesmo set que grandes nomes como Murilo Benício, Leandro Hassum, Lázaro Ramos, e um reencontro muito especial aconteceu na minha última novela com o Marcello Airoldi, com quem também compartilhei esse momento em Geração Brasil. Minha primeira fala veio em Alto Astral, com o querido Jorge Fernando, numa cena ao lado de Thiago Lacerda e Débora Nascimento. Mais tarde, tive uma participação em Babilônia, dirigida por Dennis Carvalho, onde o personagem tinha uma chance de crescer na trama. Foi uma honra dividir cenas com atores do calibre de Sheron Menezzes, Marcelo Mello Jr. e Chay Suede. E agora, com o convite para Garota do Momento, a emoção só aumenta. Foi uma surpresa muito especial e sou profundamente grato a Deus por essa oportunidade. Espero que essa seja apenas uma porta que se abre para novos momentos aqui na Globo.
Você também trabalhou em As Aventuras de Poliana e Poliana Moça, novelas para o público infanto-juvenil no SBT. Você sentiu alguma diferença em trabalhar com esse público?
Minha fase no SBT foi um período de muito aprendizado e respeito. Trabalhar com o público infanto-juvenil é sempre uma surpresa, porque crianças e adolescentes são extremamente sinceros. Minha sorte é que o personagem Vini realmente conquistou esse público. É incrível sair na rua, em qualquer lugar do Brasil, e ser recebido com abraços, sorrisos largos e até com emoção. Ver crianças e adolescentes se identificando com o Vini e dizendo que ele trouxe força e incentivo para superar dificuldades é algo que me marca profundamente. O Vini era um 'patinho feio' que se transformava, mas o mais importante era a mensagem que ele carregava. Ele vinha de uma origem humilde, morava numa comunidade e sonhava em ser médico. O personagem mostrava que, mesmo sem muitos recursos, com esforço e dedicação, é possível alcançar grandes objetivos. Ele ensinava que a beleza interior é muito mais importante do que a exterior e que todos, independentemente da condição social, têm potencial para realizar seus sonhos. Tive também a honra de ser par romântico de grandes atrizes, como Larissa Manoela na primeira fase da novela e Bela Moreira na segunda fase. O Vini caiu no gosto do público, e isso me trouxe muita visibilidade na internet, com muitos seguidores e fã-clubes incríveis. Só tenho a agradecer ao SBT e à dona Íris Abravanel por terem me dado a oportunidade de viver esse personagem tão especial por tanto tempo.
Como você lida com as redes sociais?
Preciso ser sincero: A internet, para mim, é como uma verdadeira montanha-russa. Durante o tempo em que estava gravando a novela, sempre fui muito positivo, mostrando quem eu era de verdade. Mas, na pandemia, comecei a ter um olhar diferente. Percebi que nem sempre o que vemos online reflete a realidade das pessoas, e isso me fez valorizar ainda mais os momentos fora da internet. Com isso, acabei reduzindo a produção de conteúdo, mas sempre mantive uma presença mínima por respeito aos meus seguidores orgânicos. Agora, estou em um processo de redescoberta. Quero trazer um novo Vincenzo, uma nova fase da minha vida. Hoje sou um ator e um homem de 30 anos, com muito mais para compartilhar e ensinar. Estou trabalhando em uma nova estratégia para voltar às redes sociais mais ativo do que nunca, com conteúdos que reflitam essa evolução.
Como foi estar na Itália no último ano?
Esse último ano foi incrível para mim como ator. Eu passei por grandes desafios, como atuar em duas peças: interpretei o Leão em O Mágico de Oz e participei de uma peça maravilhosa, Old Times, do Harold Pinter. Além disso, tive a oportunidade de dar palestras e me tornei professor de interpretação para TV e cinema para vários adolescentes. Essa experiência me ajudou a me redescobrir como artista e como homem, e aprendi muito mais sobre a Itália com uma visão muito mais madura. Depois de tudo isso, decidi voltar ao Brasil em abril.
Qual sua coisa favorita aqui do Brasil?
O Brasil é um país maravilhoso, e só quem vive aqui realmente consegue entender e interpretar isso. É um lugar rico em cultura, com uma diversidade impressionante. O povo brasileiro é feliz e acolhedor, e o país oferece oportunidades para sonhar e realizar esses sonhos. Aqui, você vive momentos incríveis, conhece diferentes culturas, experimenta uma variedade de culinárias e saboreia diversos sotaques. As paisagens e climas são tão variados que sempre há algo novo a descobrir. Eu ainda tenho muito a explorar no Brasil, e minha próxima viagem, com certeza, será para o Norte, para conhecer um pouco da Amazônia. Estou animado para vivenciar essa experiência.
Você tem novos projetos que possa contar?
Atualmente, divido meu tempo entre São Paulo e Rio de Janeiro. Um detalhe que talvez ainda não tenha chegado à mídia é que sou proprietário de uma produtora audiovisual chamada VRA Production, onde venho me explorando como diretor nos últimos sete anos. No momento, estou à frente da direção de um programa de entrevistas que em breve será lançado, chamado Dialogando. Nele, temos a honra de receber grandes artistas e personalidades brasileiras. Na última semana, por exemplo, entrevistamos nomes como Fafy Siqueira, Jarbas Homem de Mello e Suzy Rego. O programa tem como objetivo trazer uma rica diversidade cultural ao público. Paralelamente, estou desenvolvendo uma peça infanto-juvenil baseada na obra O Pequeno Príncipe. Acredito profundamente que O Pequeno Príncipe não apenas dialoga com o público mais jovem, mas também toca qualquer pessoa que deseje voltar a sonhar e relembrar que 'o essencial é invisível aos olhos'. Meu desejo, enquanto ator e artista, é fazer parte dessa nova geração de italianos que, assim como muitos antes de nós, contribuíram significativamente para a cultura deste país incrível que é o Brasil. Contar com o apoio da Embaixada Italiana e do Centro de Cultura Italiana de São Paulo nessa jornada tem sido uma experiência extraordinária.
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