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A trajetória ímpar do ator Bruno Cabrerizo

Galã global define seus conceitos de beleza e exalta desafio na TV

Tamara Gaspar Publicado em 04/12/2017, às 12h21 - Atualizado em 04/02/2019, às 12h15

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Bruno Cabrerizo - CADU PILLOTTO
Bruno Cabrerizo - CADU PILLOTTO

Elencar todos os predicados de Bruno Cabrerizo (38) não é tarefa fácil. Moreno de olhos verdes, eloquente e charmoso, o protagonista da trama global das 6, Tempo de Amar, vem conquistando o público com seu talento e beleza, mas ainda acha graça quando é chamado de galã. “Como posso ser bonito? Já viu o tamanho do meu nariz?”, indaga ele, aos risos, durante estada no Castelo de CARAS, no Palácio Bussaco, em Portugal. “Eu não me acho bonito o suficiente para isso, apesar de saber que beleza é algo subjetivo. Se as pessoas gostam, fico feliz, mas não trabalho para isso. Minha função é atuar”, pondera o carioca, que, para alegria do público, está solteiro.

Focado em seu primeiro desafio na TV brasileira, Bruno percorreu um caminho inusitado. Sua história começou nos gramados, jogando futebol. “Foi um sonho de criança que consegui realizar”, conta ele, que teve passagens pelo Botafogo e Flamengo. “Sempre flertei com o mundo das artes, pois minha família vem do circo. Quando decidi parar de jogar, fui atrás desse outro sonho, o da atuação”, emenda ele, que começou jornada televisiva na Itália, onde trabalhou como modelo e apresentador, e depois seguiu para Portugal, onde fez novelas.

Após 12 anos brilhando no Velho Continente, chegou a vez do Brasil. “Quando entraram em contato comigo para trabalhar, achei que fosse brincadeira, nem retornei as primeiras mensagens”, relembra ele, que aceitou o desafio, mas deixou parte do seu coração na Itália, onde moram os filhos, Gaia (7) e Elia (4), do casamento com a ex Maria Caprara. “Sou muito apegado e sabia que a distância seria grande, mas se estou longe de casa, é por eles, porque penso no futuro deles”, explica.

– O esporte é um capítulo já encerrado. Qual a grande lição que aprendeu com ele?

– Não jogo mais profissionalmente. Aliás, não tenho saudade da época de treinamento, pois era puxado. No entanto, o esporte é muito presente na minha vida, sempre foi e sempre será. Ele me formou como homem, me ensinou a ter dedicação, foco, saber lidar com vitórias e derrotas...

– Como é voltar ao Brasil, agora como ator?

– O mais curioso é que, durante os 12 anos que fiquei fora e vinha ao Brasil, voltava de férias e, agora, estou trabalhando. Essa foi a maior diferença que senti. Estou na minha cidade natal, o Rio, mas não consigo ver os parentes porque não tenho tempo. Inicialmente, esse foi o choque, entender que voltei para trabalhar.

– E a recepção dos brasileiros?

– Você entra na casa de milhões de pessoas, então já me reconhecem nas ruas e a aceitação é boa. Gostam do personagem e acho que gostam de mim também. Muitos, aliás, pensam que sou português.

– Como lida com o assédio?

– Existe o assédio, mas é normal. A novela das 6 tem um público mais velho e as senhoras são muito engraçadas, é um assédio positivo. Elas me abordam bastante e são o meu target! Elas falam “Ah, se eu tivesse 30 anos a menos...”, mas não me deixam vermelho! Sou comunicativo e odeio falta de educação, então trato todos com respeito e crio uma empatia.

– Curte o momento solteiro?

– Estou adorando ficar comigo mesmo. É um momento importante da minha carreira, estou focando no trabalho e faço meus tempos. Claro que estar com alguém é bom, mas, neste momento da minha vida profissional, estar solteiro está sendo bom, me ajuda.

– É romântico?

– Depende do dia. Sou sempre carinhoso e tem dias que estou mais inspirado. Gosto de surpreender, mas não sou meloso.

– Como te conquistar?

– Tem que ser uma pessoa leve de espírito. Já tenho uma vida e, no auge dos meus 38 anos, para estar comigo é preciso ter tranquilidade, ser resolvida, descontraída e não ter muitas cobranças.

– Como é o Bruno pai?

– Sou apegado. Falo com eles todos os dias e, às vezes, até parece chato, porque ligo muitas vezes no dia e eles já nem querem mais falar comigo. (risos) Tento ser presente dentro da minha ausência.

– Eles falam português?

– Sempre falei em português com eles, desde que nasceram. Eles entendem tudo, mas acabam respondendo em italiano. É engraçado que, hoje em dia, minha filha fala que eu não falo bem italiano, até me corrige!

– Pensa voltar para Portugal?

– Não sei responder. Voltar ao Brasil, em uma novela da Globo, e ainda protagonista, era algo que não poderia negar. Uma oportunidade única, mas não deixei as portas fechadas em Portugal. Nunca planejei muito o futuro, aprendi com o esporte. Era ansioso, mas aprendi a lidar com minha ansiedade. No mundo artístico, quanto mais ansioso você é, mais insegurança você leva para o trabalho. Eu trabalho o presente.