Ryan Lochte já foi condenado ao serviço comunitário após urinar em público e foi fichado após se envolver em uma briga
CARAS Digital Publicado em 19/08/2016, às 10h51 - Atualizado às 12h09
Atualizado às 11h30
Ryan Lochte se tornou um dos grandes nomes das Olimpíadas do Rio de Janeiro, mas não pelas suas conquistas na natação. Após ter inventado um falso assalto na Vila Olímpica, o atleta norte-americano ganhou a capa de revistas e jornais em todo mundo, incluindo nos Estados Unidos, onde foi chamado de 'mentiroso' e apresentado como 'o lado dos americanos que o mundo odeia'. Nesta sexta-feira, 19, ele divulgou uma carta no Twitter pedindo desculpas, mas reforçou que um 'estranho apontou a arma para ele' e pediu que as pessoas voltassem a focar na competição.
"Quero pedir desculpas pelo meu comportamento na semana passada, por não ter sido mais sincero na forma como eu descrevi os eventos daquela manhã e por meu papel em tirar o foco de vários atletas realizando seus sonhos em participar da Olimpíada. Eu esperei para dividir esses pensamentos até que houvesse uma confirmação de que a situação legal tinha sido resolvida e que estivesse claro que meus colegas de equipe chegariam em casa de forma segura.
É traumático estar na rua tarde da noite com seus amigos num país estrangeiro – com a barreira da língua – e ter um estranho apontando uma arma para você e exigindo dinheiro para deixar você ir embora, mas independetemente do comportamento de qualquer um naquela noite, eu deveria ter sido muito mais responsável com meu comportamento e por isso eu peço desculpa para meus colegas de equipe, meus fãs, meus colegas competidores, meus patrocinadores e os anfitriões deste grande evento. Estou muito orgulhoso de representar meu país na Olimpíada e essa foi uma situação que poderia ter sido evitada. Eu assumo responsabilidade por meu papel nesse acontecimento e aprendi algumas lições valiosas. Sou grato aos meus colegas da equipe de natação dos Estados Unidos e ao Comitê Olímpico dos Estados unidos, e reconheço todos os esforços do Comitê Olímpico Internacional, o Comitê Anfitrião da Rio'16 e às pessoas do Brasil que nos receberam no Rio e trabalharam tão duro para ter certeza que essa Olimpíada oferecesse uma vida de grandes novas memórias. Muito já foi dito e muitos recursos valiosos já foram dedicados ao que aconteceu na semana passada, então eu espero que usemos nosso tempo celebrando as grandes histórias e performances destes jogos e espero celebrar sucessos futuros.".
Bad Boy
No início de agosto, antes dos jogos começarem, o site americano RadarOnline fez uma matéria alertando: "O passado criminal de Ryan Lochte exposto: todos os detalhes sujos que o verdadeiro bad boy da natação não quer que você saiba". O histórico começou em 2005, quando o nadador foi pego urinando em público sob efeito de álcool. Por conta disso, ele foi condenado a pagar uma multa de US$ 110 e cumprir 22 horas de serviço comunitário.
Cinco anos depois, em março de 2010, Lochte teve mais problema com a polícia após se envolver em uma briga na Flórida. Ele alegou ser inocente, mas aceitou um acordo quatro mês depois para cumprir mais serviço comunitário ou pagar uma multa.
Nos Estados Unidos, Lochte era conhecido por ser 'festeiro'. Ele ganhou um reality show no E! em 2013, What Would Ryan Lochte Do?, onde mostrava sua rotina de vida. O programa foi cancelado logo na primeira temporada por conta da audiência baixa. Na época do reality, Lochte chegou a cogitar ser modelo e se mudar para Los Angeles para investir na carreira artística. A ideia acabou ficando para trás.
O nadador também ganhou destaque nos noticiários após comemorar seus 28 anos em Las Vegas, em 2012, no mesmo hotel onde estava hospedado o Príncipe Harry. No dia, o herdeiro do trono britânico teria desafiado ele para uma competição na piscina e os dois nadaram juntos, de madrugada.
O mentiroso
A Times Magazine fez um texto questionando se a carreira de Lochte não teria chegado ao fim após a polêmica no Rio de Janeiro. O New York Times disse que o nadador causou 'constrangimento e prejudicou a reptução' dos brasileiros. O USA Today afirmou que 'a coisa mais esperta que Ryan Lotche fez foi sair da cidade'. A CNN criticou os atletas por estarem na rua às 4h, bebendo. O New York Post disse que 'Ryan Lochte é tudo que o mundo odeia nos americanos'. Já nas redes sociais, os americanos afirmam que este é um exemplo claro de 'privilégio branco' e comparam o caso com o da ginasta Gabby Douglas, que é negra e foi massacrada pela mídia norte-americana apenas por esquecer de colocar a mão no peito na hora de cantar o hino dos Estados Unidos.
A mentira
Vencedor de seis medalhas de ouro, três de prata e três de bronze disse ter sido assaltado, na companhia de mais três colegas da delegação dos Estados Unidos, por bandidos disfarçados de policiais na Barra da Tijuca. Na versão dele, um dos falsos policiais teria apontado a arma para a cabeça dele. A história repercutiu negativamente em todo mundo, mas a polícia do Rio de Janeiro desconfiou da história. Após investigarem, descobriram um vídeo que mostra Locthe e os amigos em um posto de gasolina, após saírem de uma festa. Ele teriam feito arruaça e urinado nas paredes do estabelecimento, depois deixaram dinheiro para compensar os danos.
https://t.co/n82dZH2gflpic.twitter.com/rGp1nmA94G
— Ryan Lochte (@RyanLochte) August 19, 2016
