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TV / Racismo

Rafa Brites conta situação emocionante que passou com a sobrinha: ''Não existe lápis cor de pele''

A apresentadora contou o episódio por meio de suas redes sociais e emocionou os internautas

CARAS Digital Publicado em 17/02/2019, às 13h26 - Atualizado às 13h34

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Rafa Brites - Reprodução/Instagram
Rafa Brites - Reprodução/Instagram

Cada vez mais as pessoas estão ficando cientes de importantes assuntos sociais que vivemos no dia a dia, e discutindo sobre em suas redes sociais. 

Por meio de sua conta oficial no Instagram, Rafa Brites, confessou sobre uma situação emocionante que passou com sua sobrinha e desabafou sobre o tema racismo. 

"Minha sobrinha de 6 anos chegou chorando da escola pois havia brigado quando a amiga pediu o lápis 'cor da pele' emprestado e ela logo rebateu. Não existe esse lápis. Porque ele pode ser de muitas cores diferentes... Ela chorando me falou: "Tia não existe essa cor! A minha pele é bege mas poderia ser marrom, amarela, vermelha. Isso é muito feio falar! Tia o esmalte que chama nude tem que ter todas as cores!'. Alí eu percebi como cresci na ignorância. Como durante quase todos os anos da vida eu usei as palavras: denegrir, mercado negro, a coisa tá preta, mulata, sem ao menos entender a origem disso tudo. Ví como eu estudei tantas culturas na escola: Babilônia, Incas, Maias, Gregos, Romanos... mas a historia da África só aparece nos livros com figuras da escravidão. A história dos índios aqui no Brasil começa com a colonização. Ta tudo errado!", declarou ela.

Além disso, Rafa também comentou sobre sua situação financeira e social e refletiu sobre nunca poder saber como é sofrer o racismo na pele. "Eu sendo branca e rica nunca sofri preconceito pela minha cor, eu NUNCA vou saber o que é isso. Não tenho nem repertório para discutir esse assunto. Não senti nada disso na PELE. Ah, mais minha turma de amigos é negra... pra mim somos todos iguais... bla bla bla. Tudo conversa afiada! Eu achar que a minha vida não vale mais que a de ninguém é um discurso ético... filósofico. Ele não muda a realidade desigual. Ele não muda o número de negros mortos por dia no Brasil... Ele não muda o desrespeito f*** com que é tratada essa história. Por isso repito. Eu sou, (cada vez menos) mas ainda sou uma IGNORANTE. Por tantas vezes que ignorei e esse abismo que existe ou pelas vezes que nem percebí perdida dentro do meu racismo estrutural. É grave acharmos normal essa segregação. Mas eu quero aprender. Quero não falar m***a sobre esse assunto... Quero não ofender. Quero não tomar o lugar de fala que não é meu. Não sou eu, branca, que vou ensinar a ser anti-racista. Eu quero aprender para replicar. Quero ouvir os negros falando. Quero ler mulher negra me ensinando com: Quem tem medo do feminismo negro? E estar a serviço dessa dívida que tenho por competir sem pé de igualdade. Agir. O caminho é longo. Me ensinem. Me orientem. Me treinem. Me alertem. Me iluminem. Me desculpem", finalizou.