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Na neve, Leopoldo Pacheco fala do relacionamento com a mulher, Bel Gomes

O ator falou um pouco do personagem que fará na novela Alto Astral e conta o motivo de ter estreado na TV tarde: "Havia um certo preconceito"

CARAS Digital Publicado em 20/08/2014, às 12h31 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Leopoldo Pacheco e Bel Gomes - Selmy Yassuda/artemisia fot comunicação
Leopoldo Pacheco e Bel Gomes - Selmy Yassuda/artemisia fot comunicação

Mesmo sendo sinônimo de amor, cumplicidade e afinidades, o casamento, com o passar dos anos, pode ter fases com muitas desavenças e falta de harmonia entre o par, seja pela convivência ou diferenças de personalidade. Equilibrar essa equação nem sempre é fácil, mas é algo que o ator Leopoldo Pacheco (53) e sua mulher, a produtora cultural Bel Gomes (53), aprenderam bem durante os 33 anos de união. “O que vale mais a pena? Brigar com uma pessoa porque ela é diferente de mim ou estar junto? Claro, nós temos afinidades, senão, não faria sentido.  Administramos as diferenças e negociamos as coisas”, pontua o ator na Patagônia argentina, durante a temporada CARAS/Neve. Sua opinião é endossada pela amada, a quem Leopoldo se volta sempre com olhar de admiração. “As pessoas acham que um tem de se submeter ao outro e é justamente o contrário. Não deixamos de ser duas pessoas diferentes, com vontades diferentes. Ter essa consciência é a grande inteligência do relacionamento”, afirma Bel, categórica.

Além da parceria na vida, eles também já fizeram alguns trabalhos juntos no teatro, como os espetáculos A Javanesa, de 2008, e Camille e Rodin, de 2012. Ter profissões semelhantes, aliás, foi o que os aproximou, nos anos 1980, na época da faculdade. Ele cursava Artes Plásticas; ela, Cinema. Passavam o dia juntos e começaram a namorar. Do relacionamento, nasceu o filho do casal, Frederico (20). Quando Leopoldo fez sua primeira novela na Globo, Belíssima, em 2005, o casal também passou a lidar com a ponte aérea, já que, em épocas de gravação, ele fica no Rio, e ela, em SP, onde moram. “Agora meu filho está na faculdade, mas, antes, era muito  difícil ir para o Rio ver o Leo. Mas hoje, não passamos mais do que duas semanas longe um do outro”, conta Bel. Em breve, eles enfrentarão a distância novamente, já que o ator estreia em outubro o espetáculo Depois do Ensaio, baseado na obra do dramaturgo sueco Ingmar Bergman (1918–2007) e está escalado para a próxima novela global das 7, Alto Astral. “Pela primeira vez, vou fazer comédia. Entrar nesse universo me deixa bastante feliz”, conta Leo, empolgado.

– Leo, você estreou na TV só aos 42 anos. Foi uma escolha?

– Logo que me formei em Artes Cênicas, minha outra faculdade, resistia um pouco, por causa do teatro. Havia um certo preconceito, mas na juventude você quer bater de frente com as coisas. Hoje, gosto de fazer TV. Ela e o teatro me alimentam.

– Como será seu personagem na próxima novela das 7?

– Ele é dono da lanchonete de um clube que está passando por uma crise financeira. É supermuquirana, quer reformar o estabelecimento com a ajuda dos filhos e não aceita a ajuda da irmã, que é rica. Tem quatro filhos, cada um com o nome de um país diferente.

– Vocês são casados e, às vezes, trabalham juntos. Isso é bom?

Leopoldo – É uma construção, não é fácil, mas conseguimos equilibrar bem. Às vezes, surgem projetos e chegamos à conclusão de que seria legal fazermos juntos.
Bel – É uma escolha. Fazemos não porque somos casados, mas porque queremos estar juntos também nestes momentos. – Como administram um relacionamento de tantos anos?
Leopoldo – Você precisa batalhar para chegar em algum lugar e passar por dificuldades é natural. O casamento é uma construção, uma negociação diária. A Bel sempre me colocou para cima, banca as minhas loucuras. E ela lida bem com o fato de eu ser ator.
Bel – Manter o casamento não é fácil. A questão é administrar a individualidade de cada um. Não sou eu contra ele, nem ele contra mim. Somos nós dois ganhando a vida.

– Os sentimentos e o amor se transformam com o tempo?

Leopoldo – Acho que é cíclico. O amor que eu sentia pela Bel quando ela tinha 20 anos é completamente diferente daquele que sinto agora. Ele muda de lugar, não é tanto aquele amor físico, mas, sim, uma vontade de cuidar daquela pessoa com alma, temperatura. A alma dela me encanta.
Bel – A luz está em outro lugar. Por exemplo, ter a coragem de pagar um mico hoje é muito mais importante que antes. Se a gente achar que é legal fazer algo, nós vamos fazer. É mais importante ser feliz do que ter razão.

– Como é a personalidade do Frederico? Com quem ele se parece mais?
Leopoldo – Ele tem uma personalidade forte, é leonino, batalha muito pelo que quer e tem uma segurança daquilo que deseja. Ele está estudando produção musical agora e pensa também em estudar e morar fora do Brasil.
Bel – Acho que ele se parece muito com ele mesmo. (risos) A gente batalhou muito para ele não ter educação de filho único. Claro que, na medida do possível, conseguimos muitas coisas boas. Ele não é um menino mimado, ensinamos a ele a dividir as coisas.

– Ter um filho muda o olhar sobre a vida?
Leopoldo – Sim, você profissionalmente se coloca de outra maneira, se sente mais seguro. A partir daquele momento, você é um pai e vai ser para sempre.
Bel – Filho é algo sério e é muito difícil, porque você tem de se dar muito, é uma parte de você.