Em entrevista exclusiva com a CARAS Digital, João Côrtes falou da alegria e dos desafios de gravar sua nova série O Hóspede Americano
O ano de 2021 foi cheio de novidades para João Côrtes (26). O ator estreou inúmeros trabalhos e nem a pandemia o fez parar de trabalhar. Entre as novidades da carreira do artista está a série da HBO MAX, O Hóspede Americano.
Para falar das alegrias e desafios desse lançamento, João bateu um papo super legal e exclusivo com a CARAS Digital, onde falou de seu personagem, seu processo de criação e até revelou alguns bastidores das gravações.
O Hóspede Americano conta a história real da visita do ex-presidente americano Theodore Roosevelt (1858–1919) ao Brasil, que ao lado de Marechal Rondon (1865–1958), embarcou em uma expedição pelo Rio da Dúvida, em Rondônia. Na trama, João interpreta Thomaz Reis, cinegrafista da expedição.
Essa foi a primeira vez que João fez um personagem histórico, mas revelou que foi incrível embarcar nesse mundo: "Eu senti um enorme senso de responsabilidade em fazer jus ao Thomaz Reis, meu personagem. Ser o mais fiel à quem ele era, o que fazia e representava. Fui estudar sobre sua vida, carreira, suas conquistas... Não só fazer jus a ele, mas à história em si, tudo o que aconteceu e a importância disso para nossa cultura geral até hoje. Eu não tinha tantas informações disponíveis sobre ele, nem tantas fotos. Então realmente me apeguei ao que tinha em mãos e criei em cima."
Para ele, um dos grandes desafios foi saber como era e como pensava uma pessoa que viveu na época que a série retrata: "O principal desafio foi buscar a mentalidade dessas pessoas. No que acreditavam? Como viam o mundo? Como se comportavam... Essas questões. Ainda mais sendo uma época tão distante como 1914. Era um mundo completamente diferente. Das roupas até a maneira como as pessoas se relacionam."
"E em cima disso, existia a camada de estar interpretando um militar, major do exército, e fotógrafo. Fui buscar entender como se davam as relações do Thomaz com a carreira militar, a relação com o Marechal Cândido Rondon, e principalmente, a relação com a fotografia. Tive até um workshop pra aprender a manusear as câmeras de 1914.", continuou ele, falando do processo que passou para interpretar o personagem.
Com a trama se passando no meio da floresta, a equipe gravou no local, viajando para Rondônia durante as filmagens. Para João, essa visita teve um significado muito especial em sua carreira: "Foi - até agora - a experiência profissional mais intensa e desafiadora que já vivi. Por tudo. Um lugar totalmente diferente, uma natureza extremamente abundante, rios com margens quilométricas, cobras enormes, aranhas, escorpiões, onças, aves, peixes, insetos, tudo acontecendo ao mesmo tempo! Fora isso, todos os dias nós pegávamos uma hora de estrada de terra pra chegar na base. E da base de produção até o set, mais uns 20, 30 minutos, muitas vezes de barco. Eu adorei cada segundo. Além, claro, de uma troca humana muito colorida e poderosa. Todos os envolvidos, equipe e elenco, nos unimos muito, nos fortalecemos. Foi desafiador para todos. E por cima de tudo isso, ainda estávamos contando uma história de época - 1914 - em inglês."
O ator inclusive relembrou algumas situações inusitadas que viveu no set: "Em um dos dias em que estávamos no hotel, eu acordei com uma cobra embaixo da minha cama. Só depois fui descobrir que aquela cobra era conhecida como 'Bico de Jaca', a mais peçonhenta da América Latina. Olha que tranquilo. Outra curiosidade é que eu tive uma crise alérgica no meio da viagem, e meu olho ficou completamente inchado. Foi alguma reação à picada de inseto que levei. Tive que ficar de repouso por dois dias, foi uma loucura."
Outro momento especial foi seu aniversário, onde ganhou até uma festinha da equipe: "Também comemorei o meu aniversário lá, e foi maravilhoso. Fizemos uma festa na piscina, com direito a balões, bolo e música. Reunimos a equipe toda!"
Por fim, ele agradeceu por participar desse projeto: "Foi uma baita experiência, um aprendizado que levo pra vida. Fui presenteado com uma oportunidade única de vivenciar esse personagem, dentro dessa trama. Tive trocas culturais riquíssimas, conheci e pude trabalhar ao lado de artistas que admirava profundamente, fiz amigos que tenho até hoje, e tudo dentro de um projeto fantástico. Uma história épica, uma grande aventura pela Amazônia (na ficção e na realidade)."
"Acredito mesmo que todos nós da equipe e elenco nos conectamos em um lugar muito profundo, justamente por estarmos todos juntos, atravessando vários desafios diários, lidando com um lugar totalmente diferente do nosso habitual, uma natureza abundante e perigosa, contando uma mesma narrativa. Criamos laços fortes, e todos nos entregamos de corpo e alma para darmos o melhor possível. Tudo foi lindo, intenso e emocionante.", finalizou ele.