Sebastião Vasconcelos morreu em 2013 aos 86 anos, após ser demitido da Globo
Sebastião Vasconcelos foi demitido da Globo após quase 40 anos de trabalhos na emissora. Fora do canal, o ator, que morreu aos 86 anos em 2013, enfrentou uma depressão após ficar sem trabalho. "Ele se recusava a tomar os remédios e até a comer", contou Vilma Costa, viúva do artista, alguns meses antes da morte por parada cardiorrespiratória.
Vilma e o ator da Globo foram casados por 54 anos. Em entrevista concedida ao UOL em 2013, ela contou que o quadro de depressão fez com que o artista não tratasse mais suas doenças. "Sebastião andava muito triste e rebelde. Desde o início desse ano, ele se recusava a tomar os remédios e até a comer. Ele emagreceu muito, ficou bem fraquinho, e aí resolvemos interná-lo."
Segundo ela, a falta de trabalho e o fim da parceria com a Globo apenas pioraram a saúde mental do ator. "Isso para ele é praticamente a morte, perdeu o interesse em viver. Ele sentiu mesmo o golpe quando a Globo não renovou seu contrato. Fez uns trabalhos aqui, outros ali, mas não era a mesma coisa", acrescentou.
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Sebastião nasceu em Pocinhos, cidade do interior da Paraíba, e ajudou a fundar o Teatro Universitário em Recife, capital de Pernambuco. No Rio de Janeiro, o artista integrou a Companhia de Teatro Tônia-Celi-Autran, além de ter feito parte de grandes peças como Otelo e A Viúva Astuciosa, espetáculo que o garantiu o prêmio de melhor ator coadjuvante da Associação Brasileira de Críticos Teatrais.
Na Globo, o artista participou de 25 novelas, além de séries e minisséries. Alguns de seus papéis mais marcantes foram Tio Abdul de O Clone (2001); Floriano de Mulheres de Areia (1993); Zé Esteves de Tieta (1989); e Sessé de Selva de Pedra (1986). Fora da casa, ele atuou apenas em Tempo de Viver (1972), na TV Tupi (1950-1980), Chapadão do Bugre (1988), na Band e Cabocla (1959), na TV Rio (1955-1977).
Na época, o ator Stênio Garcia soube da morte do amigo de profissão enquanto estava em Nova York, ao lado da então esposa, Marilene. Em entrevista à CARAS Brasil, o ator lamentou a partida do artista, com quem trabalhou na novela O Clone. “Era um grande ator e um belíssimo amigo. Vou sentir muita falta dele”, disse.
Apesar de terem trabalhado juntos na TV, a amizade e o contato profissional vinha de muito tempo antes. “Nós fizemos a novela juntos, mas trabalhamos no teatro também. Eu, inclusive, fui a peças em que ele atuou com Tônia Carrero e Paulo Autran”. Stênio contou que o amigo era brincalhão nos bastidores da novela. "Ele dizia que tinha uma fazenda de bodes. Era muito divertido."
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