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Teatro / Em cartaz

Vitor Rocha aposta em originalidade para sucesso: 'Independência criativa'

Em entrevista à CARAS Brasil, o multiartista Vitor Rocha reflete sobre o sucesso na carreira e o impacto da originalidade em suas produções

Vitor Rocha durante apresentação de Donatello - Divulgação/Victor Miranda
Vitor Rocha durante apresentação de Donatello - Divulgação/Victor Miranda

Aos 26 anos, Vitor Rocha coleciona uma série de produções de sucesso em que participa como ator, diretor, produtor, dramaturgo e dublador. Atualmente em cartaz em São Paulo com Donatello, monólogo que retorna aos palcos depois de uma curta temporada que conquistou o público, o artista vive o que prega no teatro e constrói boas memórias com o espetáculo. Em entrevista à CARAS Brasil, ele destaca a originalidade na carreira: "Independência criativa", revela.

Com trabalhos que levam aos palcos diferentes aspectos do Brasil, o artista acredita que ainda falta muito para o público conhecer, de fato, a grandiosidade do país através dos palcos. "O Brasil é um país com tantas culturas que precisam ainda ser exploradas (e muito!) para serem compreendidas pelo público, de verdade, sabe? Nosso país é enorme e cada cultura é vasta na mesma proporção", diz.

Vitor reflete que a repetição de alguns elementos, a exploração de determinados lugares e gêneros musicais é muito presente no teatro, mas a cultura brasileira não se resume a esses aspectos e, portanto, o trabalho do artista é ir além: "Para mim, o nosso papel está ligado na base disso, pesquisar, conhecer e criar narrativas que aproximem, apresentem e representem essas tantas culturas para o público. É algo fundamental".

Em suas produções, o artista busca caminhar para um lado mais original, marcado por decisões criativas independentes. Em Donatello, seu trabalho mais recente, ele mergulha de cabeça no mundo da originalidade: "Acho que apostar em algo original, especialmente no momento atual é realmente uma coragem que tirei não sei de onde. De fato, é mais dificultoso acessar as pessoas com um produto inédito, mas, num contraponto, você também tem algo a oferecer que ninguém mais tem: a sua originalidade", reflete.

"Gosto de confiar nisso, acho que é o que vem 'dando pé' para o meu trabalho nos últimos tempos e nesse não foi diferente. Obviamente, Donatello esbarrou nos desafios ligados a isso, e acredito que foram os maiores", compartilha. Vitor destaca, também, a universalidade do espetáculo como um ponto forte para sua boa repercussão: "É uma história que as pessoas voltam para rever com os familiares, indicam para os amigos, porque é uma história sobre as pessoas da nossa vida", diz.

No momento, o artista experiencia o que prega no texto de Donatello, e aproveita o período nos palcos com o espetáculo: "Essa história fala sobre a importância de criarmos memórias, criarmos relações e vivermos cada pequeno detalhe da vida com toda a vida possível. Acho que resumindo é: pedir para que não criemos memórias bonitas, que vivamos coisas bonitas e assim as memórias serão, por consequência".

Abaixo, Vitor conta sobre os reconhecimentos recebidos nos últimos trabalhos, fala sobre o equilíbrio em suas diferentes funções e dá dicas para quem deseja seguir nas artes. Leia trechos editados da conversa.


Como equilibrar as diferentes funções de autor, compositor e ator dentro dos seus projetos?

Gosto muito de todas essas funções e só me sinto completo quando me divido entre todas elas. Acho que todas são desafiadoras e gratificantes para mim na mesma medida, cada uma num diferente momento. E me equilibrar entre elas só é possível porque aprendi a não querer resolver todas as angústias ou abraçar todas as ideias de uma vez. Cada função tem seu tempo e seu papel dentro de um processo e isso não muda só porque sou eu mesmo em todas elas. E, é óbvio, só consigo fazer esse malabarismo porque uma equipe competente e afiada me acompanha sempre.

Com tantas conquistas em uma carreira ainda jovem, como você visualiza seu crescimento artístico daqui para frente?

Sou muito feliz com os lugares onde consegui chegar com o meu trabalho até hoje, muito grato pelas portas que se abriram e muito orgulhoso das que abri a pontapés (risos). Acredito sempre na força do novo, o que sempre me move, para além de falar com as pessoas, de contar uma boa história, é justamente isso, a capacidade de inovarmos, criarmos. Sendo assim, há muitas novas áreas onde gostaria de me arriscar, me encanta só poder parar para pensar nisso!

Qual é a importância da independência criativa no seu trabalho? 

Acho que a independência criativa é importantíssima. É claro que são muitas camadas e olhares nessa conversa, mas para um artista, a chance de encontrar o — de fato — seu olhar, o seu estilo, o seu traço, enfim, é praticamente uma necessidade. Questão de vida mesmo (risos).

Que conselho daria para artistas que também desejam seguir por esse caminho?

Meu conselho é sempre um só: faça. O que quer que você faça enquanto artista, faça. Faça mais, faça sempre que possível. Esse conselho foi um lema que me ajudou a descobrir meu processo, meu jeito e também moldou a forma como as outras pessoas olhavam para o meu trabalho. Se hoje tenho a sorte de ser convidado, às vezes, para fazer o meu trabalho, a minha ideia, e não apenas trabalhar na ideia dos outros, é porque as pessoas viram como eu fazia. Então, faça!