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Médica comenta diagnóstico de Jair Bolsonaro: ‘Pode levar a um agravamento progressivo’

Em entrevista à CARAS Brasil, Manoela Souza dá seu ponto de vista médico do risco de saúde que teria uma pessoa com condição semelhante a de Jair Bolsonaro

Dra. Manoela Souza
por Dra. Manoela Souza

Publicado em 13/04/2025, às 18h59 - Atualizado em 24/04/2025, às 13h30

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O ex-presidente Jair Bolsonaro passou por uma nova cirurgia neste domingo, 13 - Foto: Reprodução/Instagram
O ex-presidente Jair Bolsonaro passou por uma nova cirurgia neste domingo, 13 - Foto: Reprodução/Instagram

O ex-presidente Jair Bolsonaro (70) sofreu uma piora em seu quadro de saúde durante a internação para se recuperar de uma cirurgia no abdômen. O novo boletim médico do político informou que ele teve uma piora clínica, com elevação da pressão arterial, e passará por novos exames. Bolsonaro está na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, desde o dia 13 de abril, quando passou por uma cirurgia de 12 horas para corrigir complicações no intestino.

Bolsonaro apresentou um quadro de obstrução intestinal. A cirurgia realizada – uma laparotomia exploradora – tem o objetivo de liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Em entrevista à CARAS Brasil, a médica clínica geral Manoela Souza comenta o diagnóstico do político.

Após passar mal em um evento do PL no Rio Grande do Norte, no dia 11 de abril, o ex-presidente foi diagnosticado com um quadro de suboclusão intestinal — uma obstrução parcial que impede a passagem normal de gases e fezes. “Eu não posso afirmar a condição de saúde exata do ex-presidente Jair Bolsonaro sem conhecê-lo, mas posso comentar do ponto de vista médico do risco de saúde que teria uma pessoa com condição semelhante às informações divulgada na mídia”, pontua Manoela.

Vale lembrar que em setembro de 2018, durante um comício em Juiz de Fora, Minas Gerais, o Jair Bolsonaro sofreu um ataque com ferimento grave abdominal por arma branca (faca) e, em consequência deste ataque, foi submetido a uma cirurgia de emergência para reparar danos internos, incluindo lesões no intestino delgado e na parte do intestino grosso.

“Como complicações da cirurgia extensa abdominal tem relato de aderências internas, tipo cicatrizes da intervenção cirúrgica, além de outras complicações, como infecções e problemas intestinais, que exigiram novas cirurgias e hospitalização”, diz a especialista.

“Inicialmente, Bolsonaro realizou uma colostomia onde as fezes eram eliminadas através de uma bolsa na parede abdominal. Em um segundo momento, foi realizada a cirurgia para restabelecer o trânsito intestinal eliminando as fezes normalmente pelo ânus, sem necessidade de colostomia. Bolsonaro evoluiu também com uma hérnia no local da incisão cirúrgica sendo necessário colocar uma tela para correção e fortalecimento da parede abdominal”, continua Manoela.

De acordo com a médica, em cada nova cirurgia necessária para correção de complicações como a colostomia e a hérnia incisional, bem como as correções de aderências formadas causando semi obstrução ou obstrução intestinal, é inevitável que possa causar mais “ferimentos internos” e podendo levar a um agravamento com novas aderências formadas.

“A cirurgia por videolaparoscopia seria menos traumática, porém por já haver essas cicatrizes aderências prévias, é possível que a indicação seja de cirurgia aberta, que é a mais traumática para o organismo”, salienta.

Manoela ressalta ainda que uma das aderências intestinais pode impedir o trânsito intestinal, parcialmente ou totalmente, o que precisa de tratamento emergencial para restabelecer o trânsito intestinal. Inicialmente medidas clínicas podem ser realizadas na tentativa de resolução do quadro com descompressão com sondas nasogástricas.

“Nesse internamento mais recente foi divulgado que as medidas clínicas não foram suficientes e que será necessário uma nova abordagem cirúrgica. O fato é que a cada nova cirurgia aberta abdominal, os tecidos do intestino e paredes abdominais ficam mais frágeis e traumatizados o que pode levar a um quadro de agravamento progressivo. Não há cirurgia corretiva que acabe com as aderências e sim paliativos, pois os novos cortes cirúrgicos formam novas aderências (cicatrizes) como consequência”, finaliza a médica.

EM BREVE ESTAREI DE VOLTA’

Em suas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a tranquilizar seus admiradores. "Momentos assim nos lembram da fragilidade da carne e da fortaleza que vem da fé, da família e daqueles que permanecem ao nosso lado, mesmo à distância. Com a ajuda dos médicos e a proteção de Deus, em breve estarei de volta, pronto para retomar minha missão de percorrer as cinco regiões do Brasil. Seguimos firmes. Com serenidade, confiança e muita fé em Deus", escreveu.

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