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Revista / ENTREVISTA

Ivi Pizzott relata que a filha foi vítima de racismo na escola: 'Ela sente'

Em entrevista à Revista CARAS, a bailarina revela desafios em educar as filhas e fala sobre episódio de racismo sofrido pela primogênita

Ivi Pizzott e o marido, Luís Navarro, falam sobre educação das filhas - Foto: Márcio Farias
Ivi Pizzott e o marido, Luís Navarro, falam sobre educação das filhas - Foto: Márcio Farias

Ivi Pizzott (37) é mãe de Kali (6) e Zuri (1), frutos do seu casamento com o ator de Elas por Elas, Luis Navarro (34). Bailarina e influenciadora digital, ela reconhece desafio em educar as crianças, já que o mundo lá fora é complicado. Em entrevista exclusiva à Revista CARAS, a também atriz abre o coração e desabafa sobre racismo sofrido pela primogênita na escola e revela como superou o momento delicado. 

Navarro destaca a importância do seu papel como pai de família e na educação das pequenas. Junto, o casal reforça a importância da união de uma rede de apoio familiar, principalmente nos primeiros anos de vida das pequenas. 

 “Quando chega lá fora ela encontra o outro lado. A Kali está em uma idade que ela quer se adequar ao ambiente, quer ser da turminha; e ela encontra uma barreira por ser diferente. Ela já chegou aqui em casa falando que foi chamada de pele de lama e outras situações assim... ela sente que realmente não se enquadra, que é diferente”, lamenta a famosa.

O ator, por sua vez, conta que quer usar seu alcance enquanto figura pública para conscientizar pais sobre a educação racial. De origem humilde, Luís tem feito do sucesso profissional a oportunidade de proporcionar uma educação de qualidade para as filhas. 

“Eu estudei em escola pública a vida inteira, então a gente quer dar o melhor para elas em questão de estudos, de tudo. A gente se depara com algumas questões problemáticas, porque tem escolas particulares que, às vezes, não estão preparadas com o ensino voltado para a negritude. Então, a gente encontra vários problemas, de ir à reunião de pais e ter que levar o livro Amoras, do Emicida, porque eles não têm muita referência antirracista. A Kali é uma das poucas negras da escola e já teve escola que ela foi a única negra!”, conta. 

O ator de Elas por Elas busca diariamente quebrar estereótipos de masculinidade e passar a mensagem de empoderamento feminino para as filhas desde cedo. Para isso, ele se joga nas brincadeiras e ajudar as herdeiras na escolha de looks e cuidados com o cabelo. 

“É muita responsabilidade, porque sou a referência masculina para essas meninas. Tento ao máximo me desconstruir, entrar nesse universo da brincadeira, nesse clima de maquiar, pentear cabelo, escolher um look. Isso é algo que nós, homens, não estamos acostumados. A gente brinca de futebol e carrinho. Se os meninos brincassem de boneca seriam melhores pais”, conclui.