Em bate-papo exclusivo com a Revista CARAS, João Silva falou sobre término com Schynaider Moura, relação com o pai e novos desafios para 2024
Uma montanha-russa, cheia de voltas e reviravoltas. Assim pode-se definir o último ano de João Silva (19). O apresentador precisou lidar com as emoções ao ver o pai, Fausto Silva (73), encarar um transplante de coração; estreou um programa solo na Band após o Faustão na Band ser encerrado; e ainda enfrentou o término do namoro com a top Schynaider Moura (35).
“Foram caminhos diferentes, enquanto a vida pessoal ficou um pouco instável, na parte profissional, sinto que evoluí. Teve um pouco de insegurança no início, mas o ano finalizou com a surpresa do novo programa. Fechou com chave de ouro”, afirma o apresentador do Programa do João, da Band, que entrou em 2024 pronto para abraçar novos desafios. “Por ser muito novo, tenho certa liberdade, mas internamente eu me cobro muito. Vou apanhar? Vou! Mas vou procurar sempre melhorar”, diz ele, em bate-papo exclusivo com CARAS, no Renaissance São Paulo Hotel.
Além do foco na TV e nos negócios — ele tem veia empreendedora e é sócio de restaurantes e de um bar-balada —, João quer curtir a vida de solteiro. “Não penso em namorar outra pessoa e, se eu quisesse, tenho certeza de que estaria com a Schynaider. Quero viver a fase de solteiro, ter essa tranquilidade de ficar mais solto”, garante ele.
– O programa estreou no fim de 2023. Se sente mais seguro?
– O programa está em constante renovação. Conforme vai ficando a cara do apresentador, fica mais organizado. Se você jogar qualquer coisa de um programa na mão do meu pai, por exemplo, ele sabe resolver, mas ainda estou no começo, tenho que correr atrás, ao mesmo tempo que venho ganhando certa liberdade no palco. A gente colocou o programa de pé de forma independente, tenho uma veia comercial muito forte e vou atrás de conteúdo, de tudo.
– Quando percebeu que iria seguir o caminho na comunicação?
– Tem uma história engraçada. Eu era criança, estava em um shopping, em Orlando, com meu pai e muitas pessoas estavam pedindo para fazer fotos com ele. Foi a primeira vez que eu percebi o quanto meu pai era admirado. E eu pensei: quero isso também! Além disso, sempre assisti TV aberta e trabalhei na rádio do meu colégio.
– Como lida com as comparações com seu pai?
– A comparação é uma honra, porque tenho orgulho de ser filho dele. Mas isso diminuiu, porque as pessoas perceberam que somos diferentes. Meu pai é do humor, eu sou mais sério, mais da emoção.
– Por falar em emoção, como encarou o transplante dele?
– A gente percebe que a vida é um sopro e que tudo muda do dia para a noite. E se ele não estiver mais aqui? Lógico que tinha esse medo, mas isso uniu ainda mais a família e o que ficou foi o senso de gratidão a Deus por ter dado essa oportunidade de viver uma vida nova, com um coração novo, a mil por hora. No começo, minha ficha não caiu e o impacto, para mim, veio mesmo após a cirurgia.
– Em meio a tudo isso, você ainda terminou uma relação...
– É engraçado, porque terminei de uma forma muito boa com a Schynaider. Ela é uma pessoa que vou amar pelo resto da minha vida. Tenho carinho e gratidão, ela foi muito importante para mim, mas a gente acaba vivendo momentos diferentes, formas diferentes de pensar. Foi um término bom, de respeito e carinho.
– Nas relações, o que te atrai?
– Gosto de bom humor, de zoeira. Acho chato aquela mulher cheia de filtros. A pessoa tem que ter personalidade. Foi por isso que eu e a Schynaider nos demos bem.
– Você parece maduro para sua idade. É isso mesmo?
– Sempre tive o espírito velho, na forma de ser, nos relacionamentos, nas amizades. Vou para o bar com alguns amigos do meu pai e ele, inclusive, brinca que eu roubei os amigos dele. Tenho amigos na faixa dos 25, 30 anos, e uma turma mais velha, na faixa dos 40, 50. Ainda assim, não sei se isso é maturidade. Para mim, maturidade é o cara de 20 anos que banca uma família inteira e, no meu caso, é mais o espírito mesmo.
– Para um comunicador, esse trânsito entre gerações é bom!
– Sim! É uma vantagem que tenho. Meus pais recebiam visita e, com sete anos, eu ficava nos jantares, cada hora era um assunto diferente e, se você é uma esponja, pega um pouco de cada coisa.
– Depois de ter absorvido tantas coisas, como definiria o João?
– Sou um cara muito flexível e intenso. Eu trabalho muito, saio muito, estou sempre fazendo alguma coisa. Isso me deixa com minha idade, porque já me cobro muito, tenho uma vida mais velha. Tudo que faço entro de cabeça e não tem mais ou menos. Eu converso muito sobre isso na terapia e preciso ter coisas que me puxem para a minha fase jovem.
– Sempre fez terapia?
– No início do ano passado eu estava com uma ansiedade muito forte, não entendia muito bem o que estava passando na minha cabeça. A terapia tem me ajudado nesse sentido. Eu me arrependo de não ter feito na época em que fiz a bariátrica, porque é importante. Mas não sofri no pós-cirurgia, pois cada vez que eu percebia a perda de peso, ficava mais feliz.
– Você fez a cirurgia com 16 anos e chegou a pesar 140 kg. Descobriu um novo João?
– Acho que sim. Falo que o gordinho tem licença poética. Hoje, eu não tenho muito filtro, mas antes eu era total da zoeira, era escrachado. Acho que fiquei mais comportado e sério. Para mim, o cara que é gordinho faz isso para sair de suas próprias inseguranças.
– Ficou sério, mas não deixou o humor de lado...
– Gosto de humor, senão a vida fica chata. Tenho que usar meus filtros no programa, porque se deixar, falo cada absurdo! A zoeira é legal quando não ofende ninguém. O errado é a hipocrisia, você vê muitas pessoas cancelando umas às outras porque alguém disse isso ou aquilo, mas todo mundo é suscetível ao erro. É humano.
FOTOS: ANGELO PASTORELLO